quinta-feira, 11 de junho de 2015

CBF limita reeleição, e cartolas dão versões opostas sobre sucessão

Encontro define reeleição limitada a apenas um mandato, mas não há consenso se Del Nero pode ficar até ou 2023 ou 2027. CBF cria comissão com nove clubes



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Rio de Janeiro

 
Marco Polo Del Nero em Brasília (Foto:  FRANCISCO STUCKERT - Agência Estado)Del Nero só pode ficar na presidência até 2023 (Foto: Francisco Stuckert - Agência Estado)


O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo del Nero, se reuniu nesta quinta-feira com as 27 federações filiadas à entidade para debater mudanças no estatuto. As duas principais são o limite de uma reeleição e um novo modelo de sucessão - hoje, no caso de impedimento do presidente, assume o vice mais velho. O primeiro ponto foi definido: há direito a apenas uma reeleição. Ou seja, o atual presidente, Marco Polo del Nero, pode concorrer em 2019 a um novo mandato até 2023. Mas não poderia ir além disso, o que foi apenas um dos pontos contraditórios.

- Será um mandato mais uma reeleição, a partir deste mandato. Marco Polo cumpre o mandato e terá direito a uma reeleição. Ele vai ficar até 2019 e pode se reeleger uma vez. Houve uma recomendação da Assembleia para que as federações sigam o mesmo caminho - disse Marcus Vicente, vice-presidente da CBF.

No entanto, Delfim Pádua Peixoto Filho, presidente da Federação Catarinense de Futebol, declarou que a decisão só valeria a partir da próxima eleição, com Del Nero podendo concorrer em 2019, se reeleger e conseguir mais uma reeleição para ficar no cargo até 2027. Tudo isso porque Del Nero a decisão de limitar as reeleições não existia quando Del Nero assumiu o cargo.

Cartolas, ao deixar o encontro, deram versões diferentes sobre o que foi debatido em relação à sucessão. Francisco Noveletto, presidente da Federação Gaúcha de Futebol, o primeiro a deixar o local, saiu afirmando que estava aprovada uma modificação sobre a questão - que o sucessor deixaria de ser o vice mais velho. A versão dele foi depois contestada por outros dirigentes - caso de Marcus Vicente.


- Foi uma reunião muito tranquila, houve unanimidade. Na próxima eleição, será mudado. Haverá primeiro vice, segundo vice, não será o mais velho que assume - disse Noveletto, que depois foi contrariado.

- Esse assunto não foi tratado. Não foi objeto da assembleia geral. A questão da sucessão, da vacância, do impedimento, da renúncia, não foi tema da pauta. Agora não é hora para isso - contrariou Marcus Vicente.


Walter Feldman (Foto: Vicente Seda)Walter Feldman diz que regras de sucessão não foram discutidas (Foto: Vicente Seda)


Walter Feldman, secretário-geral da CBF, também deu versão oposta ao que disse o dirigente gaúcho.

- Não houve nenhuma proposta de alteração de regra de sucessão nos vice-presidentes da casa.

Os clubes ganharam força. Foi confirmado que um conselho deles terá a palavra final na organização dos campeonatos da entidade. O comitê terá nove representantes: cinco clubes da Série A, dois da Série B, um da Série C e um da Série D.


Foram criadas outras duas comissões: uma de ética, que terá três membros versando sobre eventuais problemas envolvendo personagens do futebol brasileiro, e um de governança e conformidade, para tratar das modificações em vigor.

Também ficou definido que a CBF passa a representar o futsal e o futebol de praia brasileiros em competições internacionais. Além disso, a geografia da CBF se adequou ao mapa nacional. Assim, as federações de Maranhão e Piauí deixam a Região Norte e passam a integrar o Nordeste, assim como a divisão política do país;


Pressão
Marco Polo del Nero está pressionado no cargo. Após o escândalo envolvendo o ex-presidente daCBF José Maria Marin, o movimento Bom Senso FC pediu a saída do presidente da CBF. Porém, ele recebeu apoio de 24 dos 27 Estados em um encontro no dia 4 de junho. Os opositores foram Delfim Peixoto, da Federação Catarinense (e atual vice-presidente mais velho da CBF, já que José Maria Marin está provisoriamente afastado do cargo), Hélio Cury, do Paraná, e Francisco Novelleto, da Federação Gaúcha de Futebol.

A CBF atualmente tem cinco vice-presidentes, um para cada região do país. Existe a ideia de que esse modelo seja alterado para a próxima eleição, quando a chapa do candidato teria dois vice-presidentes, primeiro e segundo. Esse primeiro vice-presidente é quem passaria a substituir o presidente no caso de vacância do cargo. 


Protesto solitário (Foto: Igor Rodrigues)
Protesto solitário na sede da CBF durante 
assembleia geral na entidade 
(Foto: Igor Rodrigues)


Enquanto o presidente da CBF se reunia com os presidentes das federações estaduais, um protesto solitário chamou a atenção na portaria da sede da entidade, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Um homem com cartazes e um cartão vermelho pediu o fim da corrupção e demonstrou apoio a Zico, que recentemente ventilou a possibilidade de se candidatar para assumir a presidência da Fifa.


FONTE:
http://glo.bo/1IJZoHr?utm_source=link&utm_medium=share-bar-desktop&utm_campaign=share-bar

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