Substituto de Luxemburgo no Flamengo enquanto Cristóvão Borges não assume, auxiliar deixa no ar a possibilidade de sair
Foi numa noite de um dia 27 que Jayme de Almeida viveu sua maior
glória como treinador. À frente do Flamengo, conquistou o tricampeonato
da Copa do Brasil em novembro de 2013. O auxiliar, que virou técnico
interino e depois titular, entrava para a galeria dos campeões do
Rubro-Negro. Era noite de Maracanã lotado, de sorrisos de sobra e de
reconhecimento. Exatamente um ano e cinco meses depois daquela
partida, Jayme voltou a pisar no estádio como técnico do clube. Só por
uma noite. E em um cenário bem diferente. Dia de luta, em que o time
correu, mas não de glória. E o empate por 1 a 1 com o Náutico foi
testemunhado por pouco mais de sete mil pessoas. A única semelhança com
aquele 27 foi a relação com a torcida. Muito carinho e até gritos de
campeão direcionados exclusivamente para Jayme (veja vídeo abaixo).
Auxiliar permanente do clube, foi escolhido pela diretoria para ocupar o posto por um jogo. Chance que veio com a demissão de Vanderlei Luxemburgo, na noite de segunda-feira, mas com prazo de validade, já que Cristóvão Borges foi anunciado na quarta e assume nesta quinta. Embora seja classificado como integrante de uma comissão efetiva, a permanência de Jayme não é certa, como deixou transparecer momentos após o jogo.
- Espero que a gente o (Cristóvão) receba bem, que ele possa fazer um bom trabalho. Ser técnico ou ser auxiliar não me diminui nem me deixa mais ou menos do que ninguém, faço meu trabalho. É um cara que, se eu puder ajudar de alguma forma, vou ajudar com o maior prazer. Mas aqui a gente não sabe o dia de amanhã. Se eu tiver amanhã, vai ser um prazer enorme. Se precisar da minha ajuda, pode contar comigo. Não fico frustrado (por não ser efetivado desta vez), sei do que sou capaz e já provei isso aqui. Nas oportunidades que me deram, eu provei que sou capaz. Se eles não me querem como técnico agora, tenho que respeitar. Não fico chateado, até porque o Flamengo me aceitou, mas voltei muito pelo Vanderlei. Respeito muito esse clube, hoje precisaram de mim - garantiu.
O
treinador nem precisou entrar em campo para receber o carinho dos
rubro-negros. Quando sua foto apareceu no telão, foi mais aplaudido
do que qualquer jogador do time. Também foi lembrado no coro em que
os torcedores escalam a equipe. Após o jogo, não escondeu a emoção com
tanto afeto.
- Desde que eu saí daqui, o carinho que recebo na rua, onde eu vou, é muito bacana. Fui jogador criado aqui dentro, conquistei algumas coisas no clube. Isso falo sem falsa humildade. Você sair esse tempo todo, fiquei 11 meses fora. Aí teve o dia da festa do meu pai (homenagem aos tricampeões carioca em 1944), fiquei muito emocionado (pausa, respira, e a voz embarga). Só posso agradecer. Isso para mim é muito bacana, não esperava isso tudo. Agradeço e fico muito lisonjeado, e a responsabilidade é muito maior. Agradeço, sempre que posso procuro agradecer esse pessoal todo. Sempre com palavras, de carinho e amor.
Cena repetida nesta quarta-feira também foi o abraço da família. O neto Breno, aquele mesmo do choro em 2013 após a goleada por 4 a 0 sobre o Botafogo, estava lá. Outra neta, a esposa, e um filho completaram o time dos familiares..
Jayme
foi o mesmo de um ano atrás, quando acabou demitido pela atual direção.
Calça jeans, camisa preta do clube e óculos de grau. Gestos discretos,
mãos quase o tempo todo na cintura, ora com braços cruzados, ora com
eles para trás. Na comemoração do gol de Wallace, marcado no primeiro
tempo, mãos para o alto e palmas para o time. Segundos depois, já
passava instruções aos jogadores. Vez ou outra reclamava de alguma
marcação do árbitro, mas nada de escândalo. No segundo tempo, chegou a
comemorar quando Canteros chutou quase da pequena área, mas o argentino
acertou o lado de fora da rede. O gol de empate do Náutico foi a marca
da frustração no reencontro.
Demitido em maio de 2014 do cargo de treinador, após derrota por 2 a 0 no Fla-Flu, Jayme voltou ao Flamengo em abril desse anos para integrar a comissão técnica de Vanderlei Luxemburgo. O retorno à Gávea, aliás, foi uma vitória de Luxemburgo em queda de braço com a diretoria. Jayme já havia sido auxiliar de Luxa em 2010.
Foi a quarta vez que ele comandou o Flamengo interinamente. Efetivado, dirigiu o time em 49 oportunidades. No total, são 54 jogos, 28 vitórias, 15 empates e 11 derrotas. Nesta quarta-feira, foram 90 minutos de lembranças para ele, que também conquistou o Carioca do ano passado. Técnico do Flamengo outra vez. Mas só por uma noite. Nesta quinta, o auxiliar volta à realidade - ou não. A missão é de Cristóvão Borges.
Auxiliar permanente do clube, foi escolhido pela diretoria para ocupar o posto por um jogo. Chance que veio com a demissão de Vanderlei Luxemburgo, na noite de segunda-feira, mas com prazo de validade, já que Cristóvão Borges foi anunciado na quarta e assume nesta quinta. Embora seja classificado como integrante de uma comissão efetiva, a permanência de Jayme não é certa, como deixou transparecer momentos após o jogo.
O retorno de Jayme ao comando do time rubro-
negro durou apenas uma partida (Foto:
Gustavo Serebrenick / Ag. Estado)
- Espero que a gente o (Cristóvão) receba bem, que ele possa fazer um bom trabalho. Ser técnico ou ser auxiliar não me diminui nem me deixa mais ou menos do que ninguém, faço meu trabalho. É um cara que, se eu puder ajudar de alguma forma, vou ajudar com o maior prazer. Mas aqui a gente não sabe o dia de amanhã. Se eu tiver amanhã, vai ser um prazer enorme. Se precisar da minha ajuda, pode contar comigo. Não fico frustrado (por não ser efetivado desta vez), sei do que sou capaz e já provei isso aqui. Nas oportunidades que me deram, eu provei que sou capaz. Se eles não me querem como técnico agora, tenho que respeitar. Não fico chateado, até porque o Flamengo me aceitou, mas voltei muito pelo Vanderlei. Respeito muito esse clube, hoje precisaram de mim - garantiu.
A marca registrada do treinador é seu estilo sereno(Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)
- Desde que eu saí daqui, o carinho que recebo na rua, onde eu vou, é muito bacana. Fui jogador criado aqui dentro, conquistei algumas coisas no clube. Isso falo sem falsa humildade. Você sair esse tempo todo, fiquei 11 meses fora. Aí teve o dia da festa do meu pai (homenagem aos tricampeões carioca em 1944), fiquei muito emocionado (pausa, respira, e a voz embarga). Só posso agradecer. Isso para mim é muito bacana, não esperava isso tudo. Agradeço e fico muito lisonjeado, e a responsabilidade é muito maior. Agradeço, sempre que posso procuro agradecer esse pessoal todo. Sempre com palavras, de carinho e amor.
Cena repetida nesta quarta-feira também foi o abraço da família. O neto Breno, aquele mesmo do choro em 2013 após a goleada por 4 a 0 sobre o Botafogo, estava lá. Outra neta, a esposa, e um filho completaram o time dos familiares..
O neto Breno voltou a prestigiar o vovô Jayme (Foto: Fred Gomes/GloboEsporte.com)
Demitido em maio de 2014 do cargo de treinador, após derrota por 2 a 0 no Fla-Flu, Jayme voltou ao Flamengo em abril desse anos para integrar a comissão técnica de Vanderlei Luxemburgo. O retorno à Gávea, aliás, foi uma vitória de Luxemburgo em queda de braço com a diretoria. Jayme já havia sido auxiliar de Luxa em 2010.
Foi a quarta vez que ele comandou o Flamengo interinamente. Efetivado, dirigiu o time em 49 oportunidades. No total, são 54 jogos, 28 vitórias, 15 empates e 11 derrotas. Nesta quarta-feira, foram 90 minutos de lembranças para ele, que também conquistou o Carioca do ano passado. Técnico do Flamengo outra vez. Mas só por uma noite. Nesta quinta, o auxiliar volta à realidade - ou não. A missão é de Cristóvão Borges.
O técnico deixou em aberto seu futuro na
Gávea (Foto: Fred Gomes)
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