quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Após lesão, Mineirinho freia ansiedade pela sua estreia e vê Medina inabalável

Primeiro brasileiro a liderar o ranking mundial de surfe e no top 10 nas últimas 5 de 6 temporadas, Adriano de Souza fala sobre a superação de problemas após ano difícil


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Gold Coast, Austrália


Adriano de Souza, Mineirinho (Foto: Bruno Baroni)Adriano de Souza, o Mineirinho, está 100% recuperado para retorno do WCT (Foto: Bruno Baroni)


Após um ano marcado por altos e baixos, no qual superou problemas que oscilaram entre lesões, acidentes e até burocracia com o governo brasileiro, Adriano de Souza está de volta. Totalmente recuperado da lesão no joelho direito, Mineirinho freia a ansiedade a poucos dias da estreia na etapa de abertura do Circuito Mundial de Surfe (WCT), na Gold Coast australiana, de 28 de fevereiro a 11 de março. O surfista do Guarujá revelou como foi sua preparação para a temporada 2015 e o que espera de rivais como Gabriel Medina, o primeiro brasileiro campeão mundial da história, e o americano Kelly Slater, que já levantou o caneco 11 vezes. Ele comentou também sobre o bom ano do Brasil na modalidade, que só terminou melhor por conta da morte trágica do amigo Ricardinho dos Santos.


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- Estou estou recuperado de todas as lesões. Tive um 2014 muito complicado com uma contusão na etapa do Rio, um acidente na Indonésia e depois uma outra em Portugal, quando fiquei um bom tempo no "estaleiro". Tive que passar muito tempo de molho, realizando cirurgias, sem pegar ondas e passando por momentos difíceis, mas agora está tudo bem. Estou em meu melhor condicionamento há muito tempo e pronto para encarar a temporada - disse Mineirinho.


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Por ter abdicado da última etapa do WCT 2014, no Havaí, por recomendação médica, ele correu o risco de ficar fora do top 10, seleto grupo que ocupou nas cinco das últimas seis temporadas. No entanto, terminou o ano em oitavo lugar do ranking mundial.  Afastado das águas, por conta da ruptura no ligamento colateral medial do seu joelho, sofrida durante o WCT de Peniche, em Portugal, em novembro de 2014, ele optou por realizar uma cirurgia do nariz para corrigir um problema nasal, que vinha lhe incomodando. Além do desvio de septo, ele precisava reposicionar o osso do nariz por conta da fratura que sofreu em um acidente em Keramas, a Indonésia, no mês de junho. Na ocasião, Mineirinho foi atingido pela prancha de um surfista quando estava dentro de um tubo, quando também torceu o tornozelo e precisou levar dois pontos no rosto.

Adriano de Souza Mineirinho surfe Bells Beach (Foto: ASP)
Adriano de Souza foi o primeiro brasileiro a 
liderar o ranking mundial de surfe e busca 
mais um título para o país (Foto: ASP)


Número 8 do ranking, o paulista de Guarujá ficou sabendo nesta quarta-feira que não estará recuperado antes do fim deste ano da ruptura no ligamento colateral medial do seu joelho, sofrida durante o WCT de Peniche, em Portugal, no mês passado. Como os médicos decidiram vetar a participação do surfista de 27 anos, que está no WCT desde 2006, ele vai aproveitar para fazer uma cirurgia no nariz para ele curar um problema nasal gerado após ser atingido por uma prancha, em junho, quando pegava ondas na Indonésia. 

mineirinho surfista (Foto: Reprodução / Instagram)Mineirinho após realizar a cirurgia no nariz, no final do ano passado (Foto: Reprodução / Instagram)


Anteriormente, Adriano teve outro obstáculo a superar fora do mar. Em maio, o surfista teve as pranchas retidas pela alfândega do Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. Ele acabou não conseguindo recuperá-las e precisou pagar altos impostos para reavê-las. Mas tudo isso são águas passadas. Agora, Mineirinho está focado no objetivo de levar o Brasil ao topo do mundo mais uma vez. O paulista foi o primeiro brasileiro a liderar o ranking mundial do WCT, posto atualmente ocupado por Gabriel Medina. Ele atingiu a cobiçada ponta da elite do surfe após conquistar o WCT do Rio, em maio de 2011.


Como anda a parte física para este ano? Conseguiu ficar zerado?
Finalmente, estou recuperado de todas as lesões. Tive um 2014 muito complicado com uma contusão na etapa do Rio, um acidente na Indonésia - onde tomei uma pranchada no nariz - e depois uma outra em Portugal, quando fiquei um bom tempo no "estaleiro". Tive que passar muito tempo de molho, realizando cirurgias, sem pegar ondas e passando por momentos difíceis, mas agora está tudo bem. Estou em meu melhor condicionamento há muito tempo e pronto para encarar a temporada.


Sem contar que você também teve dois problemas burocráticos que te deram bons sustos, principalmente um episódio agora no começo do ano...
No ano passado, tive um problema muito sério na etapa do Rio, por conta das pranchas retidas na Receita Federal, o que atrapalhou muito minha etapa. Já no início deste ano também tomei um susto quando fui renovar o visto australiano. Como no ano passado acabei ficando um mês a mais por conta de campeonatos, o governo local quis barrar meu visto, mas com a ajuda do governo brasileiro deu tudo certo e já me encontro na Austrália.


Depois de tanta turbulência, você agora pode focar todas as atenções neste ano. Quais são as metas?
Minha expectativa segue a mesma do ano passado. Tive um início de 2014 muito bom com o título do Aberto da Austrália, semifinais na primeira etapa do ano e mais ótimos desempenhos até as lesões começarem a aparecer. Era para ter sido meu ano, mas pelo menos acabou nas mãos de outro brasileiro, que também nos representou muito bem. Neste ano, completamente recuperado e sem pressão alguma, parto com o mesmo pensamento: o de que 2015 será o meu ano.


Você acha que haverá mais pressão em cima dos atletas por um título consecutivo?
Estaremos em evidência neste ano por conta do título do Medina, mas há uns três anos que estamos com essa equipe forte com mais de seis brasileiros na elite. Por termos tanta gente, posso até garantir que teremos umas duas gerações garantidas na água no futuro. Poderia até ser melhor se não tivéssemos perdido o Ricardinho dos Santos, pois ele era peça essencial da turma dos big riders, que tem o Carlos Burle, Danilo Couto e Maya Gabeira, entre outros.


Vamos falar um pouco dos concorrentes. Como você vê o Gabriel Medina após a onda do título?
O Gabriel continua a mesma pessoa dentro e fora da água. Claro, como campeão, passará a ser mais visado por público e mídia, mas ele tem um jeito bem reservado e acho que vai lidar bem com a fama. Já o fato de defender o título acho que não vai abalá-lo, pois todos nós, inclusive ele, estamos aqui lutando para estar na posição que ele ocupa atualmente. O pior da pressão profissional já passou, pois ele chegou no topo máximo, basta só conter o ímpeto da torcida, que geralmente pressiona muito o atleta por mais títulos.


Um de seus clássicos concorrentes, Kelly Slater, será que aposenta?

O Kelly está longe de aposentar, ele tem fôlego de sobra! Enquanto ele estiver na água, é um sério candidato ao título. Ele já começou o ano mandando ver no Aberto da Austrália e tenho certeza que fará de tudo pra retomar o título. Mas vamos fazer de tudo para não deixar!


E quem você acha que dará muito trabalho além deles e de você?
John John Florence. Surfa muito. O que ele surfou no segundo semestre de 2014 não foi brincadeira. Acho que agora esta surfando mais para resultado e não tanto show. Futuro brilhante pela frente.


FONTE:
http://glo.bo/17Ypw0n

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