sábado, 6 de dezembro de 2014

Ao estilo Moacir Fernandes, Queiroz planeja montar Criciúma bom e barato

Com receita apertada e sozinho no comando do departamento de futebol, executivo deve ter cartilha similar ao do presidente do Tigre nos três títulos nacionais


Por
Criciúma, SC


Raimundo Queiroz Criciúma executivo de futebol (Foto: João Lucas Cardoso)Raimundo Queiroz é o homem que 
vai montar o Criciúma de 2015 (
Foto: João Lucas Cardoso)


Lendário ex-presidente do Criciúma, Moacir Fernandes montou os elencos dos três títulos nacionais do clube. Do troféu de campeão da Copa do Brasil de 1991 ao da Série C do Campeonato Brasileiro de 2006, passando pelo primeiro lugar da Série B em 2002, o dirigente máximo do clube nestas épocas encarou diferentes momentos da administração do futebol, dos passes presos aos times aos salários mais altos de jogadores agenciados por empresários. Triunfou com orçamentos apertados e contas no fio da navalha. Apesar das mudanças, seguia sua cartilha do bom e barato, com elenco bom e de baixo custo.

Raimundo Queiroz não é presidente do Tigre, mas trouxe de Goiás, seu estado natal, até o Heriberto Hülse a forma de futebol similar a de Fernandes.  Este é o plano do homem que vai ser a principal peça – ou a única no comando – do departamento de futebol do Criciúma. O plano “bom e barato”, como fazia Moacir, começa a ser executado na segunda-feira.

- É por aí. Fazer o mais barato possível e com maior eficiência. Realmente temos que considerar que o Criciúma é um clube emergente no aspecto financeiro. Não tem uma estrutura consolidada, com grandes receitas como os grandes clubes brasileiros. Nisso temos que pensar igual. Temos que ser eficientes e diferentes – atesta Queiroz.

Desde o desembarque na capital do carvão, o executivo viu o Tigre ser rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro, o departamento de futebol passar por transformação e executar a limpa no elenco que abriu caminho para que jovens da base fossem experimentados no time principal. Isso faz parte, mas o grande ato vem depois do jogo diante do Corinthians, o último pela Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro. Veja um pouco do que Raimundo Queiroz tem em mente depois da partida que encerra o ano e dá início ao novo Tigre, o de 2015 sob seu comando.


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GloboEsporte.com: Entre a avaliação do elenco e a situação envolvendo o próximo treinador, tem algo planejado para o ano que vem?
Raimundo Queiroz: 
Nosso planejamento, feito na minha chegada, era o término da Série A do Campeonato Brasileiro. Automaticamente, neste final não tem como ter uma pitada de 2015. Estamos planejados para terminar a competição e pensando no ano que vem, 2015.


Ainda não dá para dizer que o plano de 2015 está totalmente traçado, então?
Não, ele será traçado após a competição, até pela necessidade de melhor análise sobre tudo que está em funcionamento no departamento de futebol. Quero ressaltar que os demais departamentos do Criciúma estão funcionando ativamente e com toda supremacia.


Esse plano também engloba sua adaptação e envolvimento, ainda recente, certo?
Perfeitamente.


O elenco principal pode ter maior participação da base, com maior presença do que foi ao longo da atual temporada?
Bom, o time de 2015 com certeza terá, mas não sei em que nível. Todos ou quase todos os atletas possíveis, com qualidade e condição de participar ou em condições de serem profissionalizados, estamos usando neste momento, estão fazendo parte do plano para o fim da competição. 
Tinha uma boa relação, maravilhosa (com Moacir Fernandes). Fizemos negócios, comprei o Paulo Baier dele
Raimundo Queiroz


Com tanto tempo de futebol, você deve ter conhecido o ex-presidente do Criciúma Moacir Fernandes.
Muito. É uma pessoa tranquila, tinha uma boa relação, maravilhosa. Fizemos negócios, comprei o Paulo Baier dele, acho que o Wilson, zagueiro, foi liberado por ele daqui para lá. Tinha um bom conhecimento, uma pessoa fantástica. Ainda não o encontrei aqui desde que cheguei.


O Moacir tinha como filosofia fazer time bom e barato, um pensamento similar ao seu. É por aí?
É por aí, fazer o mais barato possível e com maior eficiência possível. Realmente temos que considerar que o Criciúma é um clube emergente no aspecto financeiro, não tem uma estrutura consolidada e com grandes receitas como os grandes clubes brasileiros. Nisso temos que pensar igual. Temos que ser eficientes e diferentes. 


O senhor admite perder jogadores com contrato com o clube para a próxima temporada?
Não tenho uma opinião formada sobre isso, porque tenho que observar e analisar melhor tudo. Só posso responder isso quando terminar o Campeonato Brasileiro da Série A. Daí vou ter uma posição mais definida.


Pergunto isso porque, apesar da campanha, têm jogadores que foram valorizados na temporada, como o goleiro Bruno e o atacante Lucca. Eles chegaram a ser observados por estrangeiros.
Isso não seria perder, mas vender se aparecer alguma proposta. Eu vejo uma dificuldade muito grande nisso, porque a queda do time dificulta a procura, muda. Se aparecer alguma negociação, algum clube interessado, por que não? Vamos analisar a proposta. Eu posso admitir, mas não vejo assim. 


Dos jogadores que foram emprestados, entre eles o lateral Ezequiel, o meia Vitor Michels e o atacante Cristiano, há a expectativa de estarem na equipe de 2015 ou a situação ainda vai ser avaliada?
Tenho informações sobre eles. São atletas que vão se apresentar com o grupo que aqui está, após o vencimento dos contratos com os clubes em que foram emprestados. Nós vamos fazer uma análise, uma vez que todos daqui os conhecem. Vamos analisar o que faremos com eles.


Armando Desessards Raimundo Queiroz Criciúma (Foto: João Lucas Cardoso)Com o coordenador da base Armando Desessards: Queiroz aproxima divisões inferiores ao time profissional (Foto: João Lucas Cardoso)


A partir deste ano, o Criciúma teve uma relação muito próxima com o Joinville, recebeu e liberou jogador a eles. É algo que pode ocorrer novamente, até por conta de aquele clube estar na primeira divisão?
Não só com o Joinville, mas com qualquer outra equipe do futebol catarinense. Não tem nenhum problema, tanto indo quanto vindo. Se houver interesse e peça de qualidade, não tem problema.


Uma temporada prevê ciclos de contratação: como pode ser o cronograma do Criciúma? O elenco para o início do ano vai estar pronto ainda quando da apresentação dos jogadores?
Temos que fazer em três etapas ou mais se for necessário, mas no mínimo três. A primeira é a confirmação dos atletas que aqui estão e os da base que serão aproveitados. A segunda é o andamento do regional e a desenvoltura e capacidade do nosso quadro de atletas para a competição e suas necessidades dentro dela. A terceira é uma preparação do que acontecer para o Campeonato Brasileiro da Série B. Poderá ter mais etapas de acordo com a necessidade, que seria a quarta, dentro da própria Série B.


Para que fique claro, a base do elenco que começa o ano vai estar no clube, de jogadores em contrato com o Criciúma?
Não confirmaria isso. Pode ser ou não. Fizemos um planejamento para que no final da competição, com mudanças feitas e outras que poderiam acontecer. Durante todo este período tem uma condição, avaliar melhor nos três jogos finais do Brasileirão. Preciso avaliar melhor.

Raimundo Queiroz Criciúma executivo de futebol (Foto: João Lucas Cardoso)
Queiroz analisa jogadores que estão no clube 
e que podem ser aproveitados em 2015 
(Foto: João Lucas Cardoso)




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