Ponteira bicampeã olímpica confirma propostas e aguarda uma definição para que ela possa abandonar o desemprego e atuar no Brasil: "Está abrindo um caminho agora"
Jaqueline em ação no Mundial deste ano, na Itália (Foto: Divulgação / FIVB)
- Ainda não há nada concreto. Mas eu falei com o Pinheiros e o Minas. Eles me ligaram e espero que dê tudo certo com um deles. Mas não depende só de mim, depende deles. Espero que nesta semana ou na próxima, já tenha algo definido e eu possa falar que encontrei um clube. Eu quero muito jogar, estou na torcida - afirmou Jaqueline.
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Pinheiros e Minas confirmaram ao GloboEsporte.com a negociação com Jaque. Ambos os clubes tentam viabilizar um patrocinador que banque os salários pedidos por uma das mais vitoriosas jogadoras da história do vôlei brasileiro. Em troca, ela vestiria a marca da empresa investidora e poderia participar de campanhas publicitárias. Quem está cuidado do assunto no clube da capital paulista é o gerente de vôlei, Antônio Berardino. Já no Minas a incumbência está nas mãos do presidente, Luís Gustavo Viana Lage. Enquanto não existe um acordo, Jaqueline aproveita o tempo livre para cuidar de Arthur e ficar mais tempo com o marido Murilo, que se recupera de uma operação reparadora no ombro direito e só voltará a jogar em 2015.
- Está abrindo um caminho agora. Já estou meio cansada de falar sobre isso e, por enquanto, a minha realidade é essa. Estou aproveitando muito a minha família: o meu marido e meu filho. Se não der certo dessa vez, eu vou levantar a cabeça e seguir em frente. Tentei de tudo.
Jaqueline chora durante o Mundial da Itália,
no início deste mês, quando ganhou o bronze
com a seleção (Foto: FIVB)
Jaqueline mora em São Paulo, onde Murilo defende o Sesi-SP e tem mais um ano de contrato. Apesar da facilidade gerada por um eventual acerto com o Pinheiros, ela assegura que não seria problema mudar para Belo Horizonte, caso o acerto aconteça com o Minas. Ela também diz que está mantendo a forma física e pode retornar às quadras assim que tiver um clube.
- Na situação que estou hoje não tenho preferência. Sendo no Brasil, eu jogo no clube que me contratar. Eu vou jogar onde tiver condições de jogar e me manter. Estou bem fisicamente e posso estrear por um novo clube assim que tudo estiver certo.
Além da questão financeira, outro fator que vinha dificultando um acerto de Jaqueline com algum time é a sua pontuação 7 - a máxima - no ranking da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). Por conta disso, ela não pode fechar com o Osasco, seu último empregador. De acordo com o regulamento da competição, cada clube só pode ter duas jogadoras com a pontuação máxima, dada apenas para oito atletas, todas da seleção. E o time da Grande São Paulo já conta com Dani Lins e Thaisa. Sesi-SP (Fabiana) e Rio de Janeiro (Natália), os outros dois clubes que contam com os maiores investimentos no Brasil, teriam vaga e condição financeira de contar com a mãe de Arthur - Tandara (Praia Clube), Sheilla e Fernanda Garay (ambas na Europa) são as outras atletas de nível 7.
- O ranqueamento que a CBV fez me prejudicou. A CBV não fez nada para me ajudar. Não me ligaram nem para saber como estou. Ninguém. Só o Zé (Roberto Guimarães, técnico da seleção feminina). Ele foi a única pessoa que me estendeu a mão, quando me convocou para a seleção neste ano mesmo eu estando sem clube e parada por quase um ano. A minha volta por cima foi porque o Zé me estendeu a mão - comentou a ponteira, que teve uma participação de alto nível no Mundial da Itália.
Jaque elogia Zé Roberto Guimarães que a
levou para o Mundial mesmo após longa
inatividade (Foto: Getty Images)
- Dos 13 clubes que estão participando da competição, o único que tem duas jogadoras de 7 pontos é o Osasco. Todos os outros clubes têm uma vaga para jogadora de 7 pontos. Aí é um acordo entre o desejo do clube e o desejo da jogadora. Não compete à CBV fazer esse tipo de acordo - explicou Lattari.
Jaqueline aproveitou o momento para agradecer ao grande carinho que ela tem recebido dos milhares de fãs nos seus perfis em rede sociais e nas ruas de São Paulo, cidade onde vive em um apartamento, na Zona Oeste, com o marido Murilo e o filho Arthur.
- O povo fez campanha na internet e isso pode ter me ajudado a receber propostas. Eu tenho um número enorme de fãs e estou vendo o carinho deles diariamente. Eu fico muito feliz. Eu não conquistei as pessoas pela minha beleza, foi pelo meu vôlei e por tudo que eu passei. Eles ficam felizes com a minha alegria e querem me ver jogar no Brasil. Espero que isso aconteça.
FONTE:
http://glo.bo/1p2VRv8
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