Técnico do Corinthians cita adversários da Copa do Brasil e fala do triunfo sobre o Atlético-MG: "É surpreendente para uma equipe que só joga atrás"
Mano Menezes não perdeu a oportunidade de provocar os críticos e citar o desempenho dos adversários mais uma vez. Após a boa vitória do Corinthians contra o Atlético-MG, na noite desta quarta-feira, na Arena do Timão, o treinador usou de ironia para classificar o triunfo de 2 a 0 a favor dos paulistas como "surpreendente".
Com a primeira rodada das quartas de final da Copa do Brasil encerrada nesta quarta-feira, Mano falou sobre os demais confrontos do mata-mata e comemorou a vantagem alvinegra, a maior desta fase na competição.
– Eu também saio confiante para ir a Belo Horizonte defender a
vantagem que estabelecemos. A maior entre todas as equipes após a
primeira rodada. O que é surpreendente para uma equipe que só joga atrás – disse, em entrevista coletiva.
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A vitória por 2 a 0 deixa o Corinthians podendo ser derrotado por um gol de diferença no jogo de volta, no dia 15, em Belo Horizonte, para avançar às semifinais. Antes da Copa do Brasil, o Timão terá três compromissos pelo Campeonato Brasileiro: Sport (casa), Cruzeiro (fora) e Botafogo (fora).
Confira a entrevista de Mano Menezes na íntegra:
O jogo
As razões são as deles. Ele (Levir Culpi, técnico do Atlético-MG) disse que saiu satisfeito, e eu também saí. Hoje ele sai confiante, e quero dizer que também saio confiante para ir a Belo Horizonte defender a vantagem que estabelecemos. A maior entre todas as equipes após a primeira rodada. O que é surpreendente para uma equipe que só joga atrás, né? Saímos confiantes porque sabemos que agora é outra história. Nós precisávamos construir uma vantagem, sabíamos da qualidade do adversário e respeitamos muito o Atlético por isso. Quando vencíamos de 1 a 0 tivemos dificuldade no jogo porque eles têm muita qualidade para trabalhar a bola. Tivemos de jogar o jogo com inteligência para tentar aumentar essa vantagem sem correr tantos riscos, sem sofrer o gol, porque sabemos pelo regulamento que seria muito ruim na Copa do Brasil. Mas saímos confiantes também.
Comemoração no segundo gol
Comemoração de 2 a 0, gol no momento importante, não extrapolei. Sou assim mesmo, autêntico. Tem horas que sou como fui, acho que o momento era adequado para ser assim. Todas as danças que aprendi foram no Sul. E a gente não pode ser boçal, tem de evoluir, aceitar a modernidade. E de vez em quando extravasar. Vida de técnico não é fácil para o coração. Tem de colocar para fora. Estou com 5.2, tenho de extravasar.
Mudanças no time
Não concordo com aqueles que dizem que o Corinthians joga atrás. Estamos tentando aos poucos mudar a opinião daqueles que ficam ali atrás, dos torcedores que ficam em cima porque um quer que tire o Elias, mas não tinha sentido tirar um volante naquela hora do jogo. Era um momento difícil de mexer, e acho que a alteração foi muito positiva porque o Danilo entrou muito bem, e depois o Luciano também. Era substituição técnica e por desgaste físico. É isso que as pessoas precisam entender. Nós queremos melhorar, nunca vamos abrir mão de querer isso, sabemos da responsabilidade que temos, mas também sabemos o outro lado da responsabilidade. No futebol vai ficar aqueles que fizerem resultado, e o resultado é parte importante da nossa melhora. Ninguém melhora perdendo. Você tem de melhorar quando ganha. Fizemos a primeira parte dos 180 minutos com um bom jogo. Vamos a Belo Horizonte daqui alguns dias fazer a segunda parte.
Meio de campo
Ralf é o titular da posição. A gente entendeu que o momento adequado para fazer o que precisava ser feito era agora. Porque logo ali na frente estaremos sem o Elias, que estará na Seleção. Era importante que o Ralf fizesse a sua recuperação agora para voltar a estar bem. Nos últimos jogos ele jogou muito no sacrifício. A gente não fala isso porque são estratégias de uma competição, mas às vezes isso explica uma dificuldade da equipe em certos jogos. Ele é uma referência da equipe, é o capitão, e naquela hora era importante como vai ser nos jogos que vamos jogar na frente.
Protestos da torcida
Vamos ter de conviver com isso. Tem uma parte que aceitamos da cobrança,
sobre o rendimento. Eu sou o técnico e deve recair sobre mim. Mas acho que tem
de ser feito em tempo adequado, no lugar adequado, da maneira adequada. Sabemos
como futebol é. Se mudar, vai demorar. Então nós que vamos nos adequar.
Guerrero confirmado na volta
Ele é uma peça importante. É bom ter um jogador com essa bagagem e essa
capacidade para esse tipo de jogo importante. Fico feliz de saber que vamos ter
essa possibilidade. Fiquei sabendo hoje.
Utilização de selecionáveis
Vamos esperar. Falamos na primeira convocação, e utilizamos Gil e Elias,
Guerrero ficou como opção para a entrada do jogo. Eu sempre converso, e é determinante
eles dizerem como estão se sentindo. Futebol está disputado. Quedas por
questões físicas influenciam, e tenho certeza que o jogo lá vai requerer muito
na parte física.
Com Roberto de Andrade na presidência, Mano continua?
Não é o momento de se falar sobre isso. Já falei na coletiva. As pessoas têm o
direito de escolher com quem querer trabalhar. Eu também tenho o direito. Vamos
encerrar o trabalho de forma bem executada até o fim de dezembro, quando
tenho contrato. Depois as partes vão decidir, lá e cá.
Felipão chamava corneteiros de “turma do amendoim”. E você?
Não tem nome para turma, não. Você copia muito hoje, repete o que os outros
falam. O torcedor fala bastante, vocês (jornalistas) falam bastante. A equipe
vai se afirmando, cada uma tem a sua característica. Às vezes pode ser mais
ofensiva, como já fui aqui, jogando com três atacantes, com Cristian, Elias e
Douglas no meio. Em outros momentos não dá para fazer isso. Aliás, você citou o
nome de um técnico que, num momento, tentou fazer algo, e que talvez não
desse para fazer. Aí você sabe como terminou. Não adianta contrariar, o custo é
alto. Vou tomar as decisões direcionadas para aquilo que acho correto, para dar
tranquilidade. Acho que essa é a identidade.
Poupará jogadores contra o
Sport?
Não significa poupar, mas colocar quem está em melhor condição. Se está desgastado,
não consegue render bem, se tenho jogadores de qualidade para a função, se
estão em melhores condições, coloco em campo. Vamos ter de fazer daqui a dois
dias. Menos de 48 horas e estaremos jogando novamente, contra um adversário que
jogou pela última vez no sábado passado e estará recuperado. Tem de igualar a
questão física. Isso que vou levar em consideração para sábado. Mexer o menos
possível para não descaracterizar.
Mano Menezes orienta a equipe durante
a partida contra o Atlético-MG, nesta
quarta-feira (Foto: Marcos Ribolli)
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