Jogadores como Paulo Rink, Élber e Zé Roberto, consagrados no futebol alemão, apostam em enorme dificuldade para o Brasil e sugerem superioridade do adversário
Passado alemão: Elber e Zé Roberto jogando pelo Bayern de Munique (Foto: Getty Images)
O ex-atacante Paulo Rink foi uma espécie de abre-alas da entrada de jogadores brasileiros na seleção alemã. No final dos anos 90, ele destacou-se pelo Bayer Leverkusen. Acabou naturalizado alemão e, assim, teve a chance de defender o país. Disputou por ela a Copa das Confederações de 1999 e a Eurocopa de 2000. Criou uma vida lá. E agora torcerá pelo Brasil, mas com o coração também pendendo para a Alemanha.
- Meus dois filos nasceram na Alemanha. Encontrei o Felipão e disse pra ele que vou torcer pela Seleção, mas se a Alemanha passar, estarei bem. Desse jogo, acho que sai o campeão. Tenho 70% de certeza disso – disse ele.
Paulo Rink jogando pela Alemanha:
brasileiro com gratidão à seleção
alemã (Foto: Getty Images)
Élber, outro ex-atacante, não defendeu a camisa da Alemanha. Jogou pelo Brasil. Mas deve sua formação como atleta ao país germânico – onde atuou por mais de uma década. O vínculo é grande a ponto de ele não saber para quem torcer.
- Dá uma dividida. Eu cresci na Alemanha. Mesmo tendo jogado na seleção brasileira, o Brasil pouco me proporcionou no futebol. Vou comemorar de qualquer jeito –afirmou.
Zé Roberto, meia do Grêmio, também passou mais de uma década fora. E vive sentimento parecido. A exemplo de Paulo Rink, viu seus filhos nascerem na Alemanha. Terá sensações duplas, aconteça o que acontecer na partida.
- Meus filhos nasceram na Alemanha, vivi muitos anos lá, virou minha segunda casa. Então vou ficar feliz e triste ao mesmo tempo, independentemente do ganhador.
A força alemã
Brasileiros tiveram relação íntima com o Bayer Leverkusen (Foto: Getty Images)
- Acho que a Alemanha passa pelo Brasil. Se jogar o que vem jogando, acho que passa. É mais compacto, é mais time que o Brasil. O Brasil, pela emoção, pode sair fazendo um gol, aí muda tudo. Mas, na bola, é Alemanha. (...) Sem dúvida, é o melhor time das semifinais, é o time mais formado. Antes da Copa, eu já falava que a grande favorita era a Alemanha, depois Brasil e Argentina. Dois deles estarão na final, acredito. É uma seleção compacta, experiente, com muitos jogadores que estiveram na Copa de 2010. O time alemão tem um coletivo muito forte. Não se destaca por um jogador só. O Thomas Müller fez três gols, deu assistências, mas o time alemão é muito compacto, muito coletivo – opinou.
Paulo Rink também enche a Alemanha de elogios – especialmente em termos de posse de bola. E lembra que a equipe germânica chega sem problemas no grupo ao jogo semifinal.
- Acho que a Alemanha chega muito inteira, sem desfalque, sem lesão. Ela está mais diferenciada nisso. O Brasil trem o desfalque do Neymar. Na zaga, vai entrar o Dante, que pode ser um ponto positivo, porque ele sabe alemão. Ele pode entender o que o adversário planeja, se antecipar a uma jogada. Já a ausência do Neymar é irreparável. Mas todo mundo no estádio vai estar gritando o nome do Neymar. (...) Acredito que a posse de bola será da Alemanha. Ela não vai ter pressa para jogar. E não pode deixar sair na frente, porque são chatos, são metódicos. O Brasil pode ter mais chances de gol, mas a média não é boa. A Alemanha vem aproveitando melhor.
Zé Roberto sublinha o apego à estratégia dos alemães. Ele vê aí a base para os jogadores aparecerem individualmente.
- A Alemanha tem um time muito forte, com impressionante obediência tática. É assim nos clubes, e eles conseguem refletir na seleção. E quando há uma equipe sólida, a qualidade individual aparece e pode fazer a diferença na hora da decisão. Os jogadores alemães são rápidos, inteligentes e experientes. Já o Brasil está jogando em casa, mostrando muita força e vibração durante as partidas. A perda do Neymar vai unir ainda mais o grupo, que fará de tudo para dedicar o hexa a ele. Por isso, espero um jogo fantástico, de encher os olhos.
Alemanha verde-amarela
Zé Roberto, hoje no Grêmio, pelo Bayer Leverkusen (Foto: Getty Images)
- Isso é espetacular. Isso é magnifico. Mostra que os caras são humanos. Dizemos que os alemães são frios, que não ligam, mas é exatamente o contrário – comentou Élber.
- Eles estão mais comunicativos. O alemão aprendeu a lidar com isso. Não é mais o tempo do Muro de Berlim. Eles respeitam muito o Brasil, vieram conquistar nossa simpatia. Essa receptividade é muito legal. É diferente da minha época, quando eles eram mais fechados – completou Paulo Rink.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2014/07/semifinal-divide-coracao-de-brasileiros-que-fizeram-carreira-na-alemanha.html
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