segunda-feira, 7 de julho de 2014

R10, Deco, Barcos... Desfalques em decisões perseguem Felipão há anos

Sem Thiago Silva contra a Alemanha e com Neymar fora da Copa, técnico volta a enfrentar problemas em jogos importantes e aposta em histórico de superação


Por Belo Horizonte

Sem Thiago Silva, suspenso, e Neymar, fora da Copa do Mundo por conta de uma fratura na vértebra, Luiz Felipe Scolari terá de lidar com uma situação conhecida em sua carreira na semifinal desta terça-feira, diante da Alemanha: a de ter desfalques importantes em partidas decisivas. As ausências do capitão e do artilheiro no Mineirão fazem o técnico se lembrar do argentino Barcos, do paraguaio Arce, do brasileiro naturalizado português Deco e até de Ronaldinho Gaúcho. 

O R10 usava a camisa 11 no Mundial de 2002, quando decidiu as quartas de final contra a Inglaterra com um gol e uma assistência, mas foi expulso no jogo e desfalcou o time no duelo com os turcos, pela semi (relembre no vídeo acima). Ao contrário de Neymar, Ronaldinho não era o protagonista daquela Seleção, que teve os brilhantes desempenhos de Ronaldo e Rivaldo. Mas era o mais talentoso dos coadjuvantes. 

Em seu lugar entrou Edilson, que, coincidentemente, se encontrou com a Seleção antes e depois da partida diante da Colômbia e da lesão na vértebra de Neymar, justamente a convite de Felipão. O Brasil venceu por 1 a 0 e foi à decisão para superar a Alemanha. 

Felipão no treino da Seleção (Foto: EFE)
Felipão durante treino da Seleção em 
Teresópolis (Foto: EFE)

O treinador, que chegou à terceira semifinal de Copa do Mundo em sua terceira participação, sofreu também em 2006, quando comandou Portugal. Nas oitavas de final, eliminou a Holanda em jogo tenso que teve expulsões de Costinha e do meia Deco, uma das maiores referências daquela equipe ao lado do capitão Figo e de um ainda jovem Cristiano Ronaldo (veja abaixo). 

A estratégia de contestar o cartão amarelo recebido por Thiago Silva, que atrapalhou reposição de bola do goleiro colombiano Ospina e ainda chutou para o gol, é quase uma repetição do que Felipão fez há oito anos. Naquela ocasião, o técnico avisou que Portugal iria apelar contra a suspensão de Deco, mas a Fifa descartou qualquer chance de êxito antes mesmo do pedido da federação, que não foi feito. 

Portugal, mesmo assim, levou a partida para os pênaltis e bateu a Inglaterra, chegando à semifinal. Mais um triunfo do comandante, que viveu situação semelhante no Palmeiras há dois anos.

O argentino Barcos era o grande nome da equipe na final da Copa do Brasil 
 contra o Coritiba, mas uma crise de apendicite tirou o Pirata da decisão. Entrou Betinho, “patinho feio” daquele ataque, e fez o gol do título no Couto Pereira (veja acima). 

Foi a segunda vez que Scolari sofreu nesse mesmo torneio com um titular estrangeiro pelo clube paulista. Em 1998, o lateral-direito Arce não participou da final frente ao Cruzeiro porque estava convocado para defender a seleção paraguaia na Copa do Mundo. O início da preparação conflitava com as últimas emoções do torneio. 


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Zagueiro da seleção brasileira naquele mesmo ano, Júnior Baiano também desfalcou o Palmeiras. Foi substituído por Roque Jr., que conquistaria a confiança do técnico a ponto de ser titular no penta em 2002. Com Neném na vaga de Arce, o Palmeiras foi campeão.

Experiências positivas, portanto, não faltam no histórico de Felipão para superar desfalques. Na terça-feira, talvez ele tenha a maior dificuldade entre todas. Um desafio e tanto diante dos alemães.

Luiz Felipe Scolari felipão palmeiras x botafogo (Foto: Cesar Greco/Foto Arena/Agência Estado)
No Palmeiras, Felipão também teve 
desfalque importante há dois anos 
(Foto: Cesar Greco/Foto Arena/
Agência Estado)


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