terça-feira, 8 de julho de 2014

Mari negocia com seleção alemã, mas acordo não sai: "Falta estrutura lá"

Com dupla nacionalidade e há dois anos sem defender o Brasil, pelo qual foi campeã olímpica em 2008, ponteira vê mudança de país esbarrar em questões estruturais


Por Osasco, São Paulo

Mari vôlei Osasco Brasil Alemanha (Foto: David Abramvezt)Mari tem os passaportes do Brasil e da Alemanha (Foto: David Abramvezt)

Campeã olímpica com a seleção brasileira em Pequim 2008, Mari recebeu inúmeras propostas da Alemanha para passar a defender a seleção germânica. Como tem passaporte alemão e a sua última partida pela seleção brasileira foi há dois anos – no primeiro semestre de 2012 –, a ponteira de 30 anos reúne as duas condições legais para passar a representar a nação europeia. Ela revelou que toparia e que já tentou chegar a um acordo. Porém, as conversas esbarram na falta de estrutura do vôlei alemão. Apesar de ser um dos países mais ricos do mundo, a Alemanha não faz um alto investimento no vôlei.

- O técnico da Alemanha, (o italiano) Giovvani Guidetti, é bem amigo meu. Ele falou que ele queria muito me convocar. Mas não deu certo por alguns detalhes burocráticos. Há mais de dois anos a Alemanha está tentando me levar para jogar. Mas lá tem uma dificuldade muito grande de verba e de estrutura no vôlei alemão. Falta estrutura lá. Eles jogam praticamente por amor à pátria. E o meu amor à pátria não é alemão. Da minha parte ainda não tem essa vontade de jogar pela Alemanha, mas se um dia isso despertar em mim, eu vou sem problemas - comentou Mari.


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O treinador da seleção alemã ainda não desistiu e espera convencer Mari a disputar o Mundial, que vai acontecer entre setembro e outubro, na Itália. Se não der tempo, Guidetti vai tentar contar com a ponteira no Campeonato Europeu, no ano que vem.

- Pelo período, eu já poderia jogar até o Mundial e o Europeu, mas teria que ficar muito tempo lá na Alemanha. Eu teria que ficar muito no centro de treinamento. Teria que ser criada uma estrutura toda para eu viver e treinar, e isso ficaria muito caro para eles: carro, estrutura e uma grana por mês. Na Alemanha, o vôlei é o oitavo ou décimo esporte. O investimento ainda é pequeno por lá.

Não é pelo Zé Roberto. Mas agora, eu tenho outros objetivos e outros focos. No momento, não estou pensando em voltar à seleção brasileira"
Mari

Cortada pelo técnico José Roberto Guimarães às vésperas das Olimpíadas de Londres 2012, quando o Brasil conquistou o bicampeonato olímpico, Mari durante muito tempo criticou abertamente a opção do treinador. Isso criou um clima bastante ruim com ele, que alegou ter cortado a jogador por uma questão técnica. Atualmente, ela passou evitar atrito com o treinador que não a convocou mais nenhuma vez para defender a seleção. Ciente de que a chance de ser chamada novamente por Zé Roberto é praticamente nula, a jogadora que recentemente trocou o Praia Clube pelo Osasco, não fecha as portas para a seleção brasileira, mas diz que tem outros objetivos na carreira.

- Não é pelo Zé Roberto. Mas agora, eu tenho outros objetivos e outros focos. No momento, eu não estou pensando em voltar à seleção brasileira. Estou me dedicando ao meu físico de forma melhor. Na seleção, fica difícil, pois é muito tempo sem folga, sem férias e emendando um campeonato no outro. Para quem tem lesão, fica difícil. Estou numa boa comigo mesmo. Estou podendo me cuidar, algo que não tive nesses anos todos de seleção. Se tiver uma convocação, eu vou pensar com amor e carinho. Mas hoje estou focada muito mais no meu clube.

Mari, Vôlei, Brasil x Itália (Foto: Wander Roberto / Vipcomm)
Mari não defende o Brasil desde a 
preparação para as Olimpíadas de 
Londres 2012 (Foto: Wander 
Roberto / Vipcomm)


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2014/07/mari-negocia-com-selecao-alema-mas-acordo-nao-sai-falta-estrutura-la.html

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