Instituição na região metropolitana de Roterdã, terra do Feyenoord, concentra base da seleção desde o trintão Van Persie até a jovem dupla de zaga, Bruno Indi e De Vrij
Robin Van Persie foi um dos primeiros a entrar para o liceu, há 19 anos. O meia Kevin Strootman, meia do Roma que acabou fora da Copa por lesão, também passou por ali. E mais recentemente foram os jovens Georginio Wijnaldum, Daryl Janmaat, Terence Kongolo, Jordy Clásie, Jonathan de Guzmán, Leroy Fer e os zagueiros titulares Bruno Martins Indi e Stefan de Vrij. A dupla tem surpreendido os holandeses, que não sabiam que os dois jogadores, de apenas 22 anos, além de terem atuado juntos desde a base do Feyenoord, também estudavam na mesma escola.
- Bruno era o mais engraçado, Stefan (de Vrij), muito sério. São totalmente diferentes, mas são bons amigos. O Stefan estava no primeiro nível, porque era um ótimo aluno, inteligente, interessado, gosta de ler, era muito dedicado.
O Bruno, não (risos). Ele estava no nível mais básico, mas gostava muito de vir à escola, passava muito tempo aqui, mas não queria muito estudar. Tem uma personalidade muito alegre e acho que também contagiou o Van Gaal - revelou o professor e diretor do departamento de esportes Jaco Molendijk, que trabalha na instituição há cerca de 20 anos.
Garoto Van Persie, que gostava de
tudo, menos de livros
(Foto: Reprodução )
Anuário com Janmaat e Fer, entre os
13 e 14 anos (Foto: Reprodução )
Outro que não gostava muito dos livros era Robin Van Persie. Do maior artilheiro da história da Holanda, todos os professores dizem o mesmo:
- Bom garoto, mas ruim de estudar. Tudo lhe interessava, menos os livros.
O sistema de ensino holandês é dividido em quatro níveis. Os alunos passam por um exame entre os 12 e os 13 anos para saberem em qual nível irão enquadrar-se. O único destes nove que conseguiu estar entre os melhores foi De Vrij. No entanto, Van Persie não se saiu mal e ficou logo atrás, no segundo patamar, mas apenas por um ano.
Robin Van Persie, com jaqueta de couro, durante o período escolar (Foto: Reprodução)
O diretor de esportes Jaco Molendijk quis, no entanto, defender o craque holandês das críticas dos colegas.
- Robin era um garoto especial. Chegou aqui com 12 anos e era um verdadeiro garoto de cidade grande, um garoto de Roterdã, com todas os itens que abrangem uma grande cidade: sabia bem o que queria fazer e tinha personalidade forte - observou Molendijk.
Van Persie não cruzou com os outros oito atletas na escola porque o artilheiro já está com 30 anos, enquanto os colegas estão todos na casa dos 20. Mas todos atuaram - e alguns ainda jogam -, no Feyenoord, principal clube da cidade e um dos grandes emblemas do futebol holandês - campeão da Champions League na temporada 1969/1970. A escola recebe sempre os atletas do "clube dos ricos" - como é conhecido por ter sido fundado pelo milionário mineiro C.R. Kieboom -, além de jovens federados de outras modalidades. Sua estrutura é propícia para adaptar os horários de aulas com jogos e treinos e dar todo o acompanhamento aos atletas de alta performance.
Atualmente, a Thorbecke tem outro grupo de alunos que atuam no Feyenoord e nas bases da seleção holandesa. Alguns deles estão perto de subir ao profissional. Chamados de “nossos Feyenoords”, são os queridinhos das senhoras que os protegem e apostam neles como craques da próxima geração da “Laranja”. Com idades entre os 15 e os 17 anos, eles querem seguir os mesmos passos dos ídolos que vão brigar por uma vaga na final da Copa do Mundo nesta quarta.
Stefan de Vrij também passou pela
Thorbecke (Foto: Reprodução)
- Estou no time juniores do Feyenoord, mas se tudo der certo eu vou subir ao profissional dentro de um ano, um ano e meio. É só eles quererem - comentou Bert Koomen, lateral-direito de 17 anos, que também representa a base holandesa.
Koomen usa a bicicleta para se deslocar da escola para os treinos, exatamente como Robin Van Persie fazia, mas o seu ídolo do time de Luois Van Gaal é outro jogador e tudo por causa da escola. Também defensor, o zagueiro que ainda defende o Feyenoord é exemplo dentro e fora de campo.
Wijnaldum foi mais um a frequentar as aulas na escola de craques (Foto: Claudia Garcia)
- Depois de me firmar no Feyenoord quero ir para Inglaterra, para o Chelsea. Essa camisa (na foto abaixo) troquei com um colega da base do Chelsea em um torneio no ano passado, mas um dia quero jogar neste time, é o melhor de Inglaterra, afirmou Koomen antes de pegar sua bicicleta e deixar o Thorbecke.
Com uma nova geração de jogadores do Feyenoord crescendo neste liceu, falta saber quantos alunos dessa escola vão estar na seleção da Holanda na próxima Copa do Mundo.
Bert Koomen é da base do Feyenoord
e já sonha com o Chelsea (Foto:
Claudia Garcia)
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