Eu comento esportes: Djokovic derrota Federer, ganha o bi em Wimbledon e volta a ser número 1

domingo, 6 de julho de 2014

Djokovic derrota Federer, ganha o bi em Wimbledon e volta a ser número 1

De virada, sérvio vence em cinco sets para impedir octocampeonato do suíço e retomar de Nadal o topo do ranking mundial após nove meses

Por SporTV.com Londres

O dia 6 de julho de 2014 jamais sairá das memórias de Novak Djokovic e dos amantes do tênis. Neste domingo, em um jogão de cinco sets, o sérvio obteve dois grandes feitos em cima do tenista mais vencedor da história. Ele não só conquistou o bicampeonato em Wimbledon, como retomou – do espanhol Rafael Nadal – a ponta do ranking mundial após nove meses. Tudo isso batendo Roger Federer, que buscava um inédito octocampeonato na chamada "grama sagrada" e o 18º título dele em Grand Slams. A glória da fera de 27 anos veio com um empolgante triunfo, de virada, por 3 sets a 2, com parciais de 6/7 (7), 6/4, 7/6 (4), 5/7 e 6/4, em 3h56min, na quadra central do All England Lawn Tennis Club, em Londres (assista ao vídeo com os pontos finais). Para celebrar, Nole, literalmente, comeu a grama.

- Wimbledon é o melhor torneio do mundo, é o que mais vale. Eu sempre sonhei ganhar esse torneio. Ser capaz de competir em alto nível e ser campeão aqui, me faz muito feliz. O Roger é um excelente tenista, um grande vencedor. Obrigado a ele, por ter me deixado ganhar - afirmou Djokovic, sempre achando um espaço para brincar.

Novak Djokovic come a grama de

Wimbledon após conquistar o título,

neste domingo (Foto: Reuters)

Ao ganhar o seu sétimo título de Grand Slam, Nole faturou a premiação de 1,76 milhão de libras (cerca de R$ 6,7 milhões). Djokovic, cujo primeiro caneco em Wimbledon foi em 2011, não vencia um torneio da mais importante série de o Aberto da Austrália do ano passado. Neste ano, ele perdeu para o virtual campeão Stanislas Wawrinka nas quartas da competição australiana, competição que ele é tetracampeão, e perdeu para Rafael Nadal na final de Roland Garros.

saiba mais

Já Federer, que subiu uma posição e vai aparecer como terceiro colocado no ranking mundial a partir desta segunda-feira, segue sem vencer um Grand Slam desde o título justamente em Wimbledon, na temporada de 2012. E a derrota na decisão fez com que ele visse Novak diminuir para 18 a 17 a vantagem que ele tem no confronto direto entre os dois rivais.

Novak Djokovic beija o troféu

conquistado neste domingo

(Foto: EFE)

O jogo
Roger Federer entrou teoricamente mais descansado do que Novak Djokovic na grande final. O suíço precisou jogar 10h ao longo da competição e só perdeu um set nas seis partidas que fez, cinco horas a menos do que o sérvio, que perdeu quatro sets. Porém, foi Djoko quem começou impondo um ritmo mais forte. Com um ótimo aproveitamento no seu saque, ele permitiu que Federer fizesse apenas um ponto nos seus três primeiros serviços. O veterano suíço, se não apresentava a mesma eficiência no rival ao sacar e encaixava menos bolas vencedoras, conseguia encurtar os pontos, bem ao seu estilo e estava sempre na cola. Porém, ficava claro que Nole encontrava mais facilidade. Isso ficou claro quando ele pressionou Roger no oitavo game e chegou bem de perto o quebrar. O astro suíço melhor nas suas devoluções a fazer mais pontos no saque de Novak, mas ainda não era o suficiente. E o jogo seguia sem nenhuma quebra e nenhum break point.

No mais empolgante game, o décimo, os dois jogadores tiveram longas trocas bolas e proporcionaram ótimos momentos. Federer fez Djoko correr bastante, principalmente com os seus eficientes golpes de slice, o famoso efeito que “corta” a bola de cima para baixo. E, como os dois tenistas venceram, sem ceder break points, todos o seus games de serviço, o primeiro set foi para o tie-break. No desempate, o sérvio cometeu dois erros logo de cara e viu Roger abrir 3 a 0. Mas o suíço também cometeu erros e viu Nole assumir a ponta com 5 a 4. O sérvio perdeu grande chance de fechar ao desperdiçar dois set points. Era tudo que Federer precisava para retomar as rédeas e vencer por 9 a 7, colocando no bolso o primeiro set, cuja duração foi de 51 minutos.

Roger Federer final Wimbledon (Foto: Reuters)

Roger Federer cai durante a final

deste domingo (Foto: Reuters)

Na frente, Federer começou sacando na segunda parcial e finalmente houve um break point na partida. Foram necessários 13 games para tal. Djokovic desperdiçou duas chances de quebra e Roger venceu o game de oito minutos. Empurrando pela chance de voltar a ser número 1 do mundo, Novak passou a dar um gás a mais e conseguiu enfim quebrar o saque do seu adversário.

A partir daí, o set seguiu com menos boas trocas de bolas, mas com os dois jogadores conseguindo mais bolas vencedoras. E Federer , que ganhava apenas cerca de 30% dos pontos no saque de Djoko, obteve no décimo game do segundo set o seu primeiro break point na partida, mas Nole sacou bem e salvou. E, usando bem o seu primeiro serviço, ele passou à frente e fechou em 6/4, empatando a partida em 1 set a 1.

Com tudo igual, Federer começou o terceiro set soltando mais o braço. O aproveitamento do suíço nos pontos do primeiro serviço na casa dos 90% passou a fazer a diferença. Apesar de estar um pouco mais travado do que o seu oponente, Djoko dificultava a devolução de Roger e ia empatando o marcador a cada game vencido pelo rival. O suíço acertava bolas vencedoras e encurtava os pontos e vencia os seus games sem dificuldades. O mais emblemático foi o nono game, quando ele encaixou quatro aces e não cedeu sequer um ponto. Passados 25 minutos, o set já estava 5/4 para o maior campeão de Grand Slams. Novak não deixava barato e aplicava seguidas bolas cruzadas. A coisa esquentou no 11º game, Federer chegou a ter 40/15, mas acabou cedendo dois break points e quase complicou a sua situação. Mas acabou vencendo e abriu 6/5. Nole levou a melhor no 12º game e o jogo teve o seu segundo tie-break. Roger abriu com um ace, mas Djoko virou rapidamente e não ficou mais atrás do placar. Federer cometeu ao todo três erros e facilitou a vida de Novak, que venceu o desempate por 7 a 4 e abriu 2 sets a 1no jogo.

Novak Djokovic se estica todo para

devolver bola na final (Foto: Reuters)

O quarto set demonstrou em pouco tempo que Djokovic estava realmente muito mais perto da vitória do que Federer. Empolgado com a sua virada na partida, o sérvio jogou bem solto e, desde o início, sacou melhor do que o seu adversário. E, no quarto game, após desperdiçar três break points, ele conseguiu quebrar o saque do suíço para abrir 3/1. Nole vibrou muito e Roger lamentou, pois o veterano sabia que a vaca estava indo para o brejo.

Na sequência, o astro suíço conseguiu devolver a quebra, mas acabou vacilando novamente no game seguinte, permitindo que Djoko caminhasse confortavelmente rumo ao triunfo histórico na quadra central do All England Lawn Tennis Club. Porém, jamais se pode achar que Federer está morto.

Djokovic tinha 5/2 no placar. Ele estava a apenas um game de acabar com o campeonato. Mas Roger quebrou o rival duas vezes e, com muita raça e técnica, venceu a parcial por 7/5, levando a decisão para o quinto set.
Após mais de 3h de partida, Djokovic e Federer foram para o quinto set acusando cansaço. O sérvio também sentia dor no joelho esquerdo e pediu atendimento médico na quadra. Mais velho, Roger aproveitou os minutos de pausa para dar uma relaxada. Com a bolinha voltando a viajar de um lado para o outro, os saques prevaleceram e uma igualdade em 3/3 no placar foi vista com os dois tenistas confirmando os seus serviços sem cederem break points. No sétimo game, o suíço chegou a ter um break point, mas, na raça, o sérvio botou a cabeça no lugar e evitou o prejuízo. Na sequência, foi a vez dele ter chances de quebra, mas desperdiçar. Era um set com muitas variáveis e qualquer um poderia levar a melhor e ser campeão. Bastava aproveitar as oportunidades. E Nole soube fazer isso no décimo game. Ele aproveitou o primeiro break point e este acabou virando o seu “championship point”.

Assim, Djoko venceu o quinto set por 6/4 e o jogaço por 3 sets a 2, conquistando o seu bicampeonato em Wimbledon e fechando uma jornada inesquecível.