Recepcionado por Rogério Ceni e Luis Fabiano, meio-campista veste a camisa 8 no retorno ao clube que o revelou e é ovacionado por mais de 20 mil torcedores
O movimento na casa são-paulina foi intenso desde as primeiras horas da manhã, quando os portões foram abertos para a entrada gratuita dos torcedores. O clube montou um palco atrás de um dos gols para festejar e uma banda animou a festa. Lá, ao lado dos outros ídolos Rogério Ceni e Luis Fabiano, Kaká apareceu para vestir a camisa 8, que pertencia a Souza desde o início desta temporada. Ele recebeu o uniforme dos dois companheiros, foi ovacionado pelos são-paulinos e cantou o hino do clube.
Kaká recebeu a camisa do São Paulo
das mãos de Rogério Ceni e Luis
Fabiano (Foto: Marcos Ribolli)
- Emocionante, 11 anos depois, voltar ao clube que me formou, onde cresci, onde comecei a jogar, ver vocês (torcedores), meus amigos e minha família aqui... É um dia muito especial para mim. O São Paulo me lançou para o futebol mundial e hoje poder estar de volta, é um dia muito especial e memorável - disse ele aos são-paulinos.
- Eu estou muito feliz. Não vejo a hora de jogar, minha família e meus filhos também. Ansioso para começar a jogar, com esses dois ídolos aqui. Obrigado a todos e será muito especial. Não sei quando vou jogar, mas será o mais rápido possível - completou.
saiba mais
Rogério e Luis Fabiano festejaram o retorno do astro ao Tricolor. Ambos jogaram com ele na primeira passagem pelo clube.
- Estou muito feliz de poder jogar outra vez com ele, fazer aquela parceria de sucesso - disse o Fabuloso.
- Espero que daqui seis meses possa vê-los novamente quando for dar adeus. Hoje, o motivo é outro. Acho que o Kaká traz um acréscimo de integridade. Não é toda hora que podemos trazer um grande jogador. É um grande profissional e um grande amigo - falou Ceni.
Torcedores foram em grande número
ao Morumbi para a apresentação
e Kaká pelo São Paulo
(Foto: Marcos Ribolli)
O meio-campista ficará no São Paulo por apenas seis meses. Depois disso, passará a atuar na Major League Soccer (MLS) pelo Orlando City, com quem assinou contrato na semana passada. O tempo é curto, mas capaz de fazer a torcida sonhar com o título da Copa do Brasil, do Campeonato Brasileiro ou, no mínimo, com uma vaga na Taça Libertadores de 2015.
Com o contrato curto, o São Paulo quer colocar Kaká rapidamente em campo no Campeonato Brasileiro. A ideia da diretoria e da comissão técnica é de que o jogador estreie no dia 19 de julho, contra o Chapecoense, às 18h30, no Morumbi. Antes, o Tricolor pega o Bahia, dia 16, na Fonte Nova.
Kaká tinha vínculo de mais um ano com o Milan, mas o contrato foi quebrado sem custos por causa de uma cláusula que permitia a rescisão pelo fato da equipe italiana não ter garantido vaga para a Liga dos Campeões da Europa.
Na equipe profissional do Tricolor, Kaká atuou por dois anos, disputou 131 jogos, marcou 48 gols e conquistou o título do torneio Rio-São Paulo de 2001.
]
Confira a entrevista coletiva de Kaká:
Situação do futebol brasileiro na volta:
- Acho que o futebol brasileiro precisa de algumas mudanças, principalmente no calendário de jogos. Isso diminui muito a condição técnica do jogador durante as competições. Outras seleções poderiam ser feitas. Mostra que ainda temos os talentos.
Saída do Neymar da Copa:
- Eu, como todo amante do futebol, fico triste. O Brasil e a Copa perdem. O que se espera é que que os jogadores saibam usar isso. Que seja um empurrão para o restante da Copa.
Como será a relação com a torcida:
- De alguma forma tudo concorre para o bem. Minha saída do São Paulo naquele momento, criticado por parte da torcida, fez com que eu amadurecesse. Essa demonstração da torcida de hoje é um incentivo para mim. O torcedor queria a minha volta, e eu também. Era um desejo meu que fosse por aqui. De certa forma, está todo mundo feliz.
Forma de atuar:
- Acho que estou mais maduro e experiente dentro de campo. Consigo ter visão de jogo melhor do que quando mais novo. Consigo escolher melhor as jogadas. Acho que isso mudou na minha forma de jogar. Quando é moleque vai no impulso e no improviso, o que é muito legal também. Hoje, mais experiente, enxergo mais o jogo e tenho mais sabedoria pra escolher as jogadas.
Ficar fora da Copa no Brasil:
- Não foi uma frustração. Fiz tudo o que eu podia, desde a saída do Real Madrid e a ida para o Milan. Eu precisava recuperar a alegria de jogar e a continuidade de jogo. Felipão fez outras escolhas. Por isso, não fico frustrado. Fiz o que eu podia. De verdade, espero que o Brasil seja campeão.
Desafio nos Estados Unidos:
- Sempre preservei por construir coisas a longo prazo, relações muito longas. Minha escolha de ir para os Estados Unidos também é assim. Passei por três clubes de muita tradição e agora vou jogar em um clube que vai estrear na Liga. É uma coisa nova, uma liga em desenvolvimento. Espero ajudar sendo embaixador da liga americana. Não estou indo para encerrar minha carreira. A parte financeira nunca foi a prioridade. Poderia ter ido para a Ásia, mas essa não foi a escolha.
Reestreia no São Paulo:
- Não sei ainda a data exata da estreia. Estou em campo há uma semana e me preparando fisicamente. Espero começar a treinar com o time em breve e decidir o momento exato da estreia. Fico ansioso, acredito que o torcedor também. Não quero começar a jogar e ficar parado por alguns problemas. Prefiro esperar uma semana a mais do que ficar indo e voltando.
Possível permanência em 2015:
- A principio, o acordo é de seis meses, até porque o Orlando inicia o campeonato em março. Depois, daqui seis meses, vamos ver outra situação e outra condição.
Não joga mais pela seleção brasileira?:
- A principio, sim (não joga). Mas não sabemos o que pode acontecer.
Faltou experiência na Seleção?:
- É difícil falar nessas horas. Não tem receita. Eu torço para que seja campeão e vai ser com um time novo. Se vai fazer falta, difícil dizer.
Jogar com Ganso no São Paulo:
- A bola dele é redondinha. Vai ser um bom problema para o treinador, são muitos jogadores do meio para frente. É bom por causa do calendário também, rodando o time, criando esse descanso. Vai ser bom jogar com ele, Pato, Luis Fabiano...
O que faltou na primeira passagem?:
- Meu vínculo com o São Paulo vai muito além do campo. É institucional. Claro que dentro de campo fica a vontade de ter conquistado Brasileiro ou Libertadores. Não participei. Torcedor pode cobrar meu empenho. Agora, resultado dentro de campo, vamos ver. Gostaria muito de ser campeão brasileiro.
Lição do "quarteto mágico" da Seleção de 2006:
- Lição que tiro é que não parte de dentro para fora (o quarteto). Algum de vocês vai criar esse nome.
Condição na chegada ao São Paulo:
- Torcedor pode esperar o Kaká mais ou menos da outra temporada no Milan. Fiz todos os jogos, fui o artilheiro, tive uma boa temporada.
Permanência caso vá para a Libertadores:
- Isso vai depender muito do final da temporada. Nesse momento, não consigo dar uma indicação sobre isso. É um acordo que os clubes precisam fazer. Não é fácil, o Orlando fez um investimento. Vamos deixar para os presidentes se falarem no fim do ano.
Terminar a carreira no São Paulo:
- Não penso no encerramento da carreira. Meu acordo com Orlando é de três anos. Hoje não penso no pós-carreira. Mas vai ser em algum clube que a ligação é muito grande.
Período de adaptação:
- Eu acho que vai muito de uma parte mental e psicológica. Preciso me preparar para isso. Tenho conversado com jogadores que voltaram. Vai ser importante.
Voltou para participar do adeus do Ceni:
- Contribui. Voltar para o lugar que fui criado e participar do fim da carreira de um dos maiores ídolos do clube também ajuda.
Sofreu lesão parecida com a de Neymar:
- O que o Neymar está passando é único. Eu fraturei a sexta vértebra cervical. Na minha cabeça passou se eu voltaria a jogar, como voltaria. O que ele está passando é ficar fora de uma Copa no seu país. Estamos chorando com ele. E nos momentos de alegria vamos nos alegrar também.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/sao-paulo/noticia/2014/07/com-festa-no-morumbi-kaka-volta-ao-sao-paulo-estou-louco-para-jogar.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário