sábado, 19 de julho de 2014

Chapecoense segura troca de passes do São Paulo e vence no Morumbi

Com forte marcação no meio-campo, time catarinense surpreende, bate o Tricolor e cala estádio com mais de 43 mil pessoas


 A CRÔNICA

por Carlos Augusto Ferrari

O principal legado futebolístico da Copa do Mundo - a proposta de trocar passes e manter a posse de bola como a campeã Alemanha - tem norteado o São Paulo nesta retomada do Brasileirão. Deu certo contra o Bahia (vitória por 2 a 0 em Salvador). Deu errado contra a Chapecoense. Povoando o meio-campo, marcando sem dar espaços e saindo nos contra-ataques, o time catarinense surpreendeu o Tricolor e venceu por 1 a 0, neste sábado, num Morumbi com mais de 43 mil pessoas.

Foi a vitória de uma equipe que soube seguir à risca a orientação de seu treinador, Celso Rodrigues. Antes do jogo, ele deu entrevistas dizendo que não se limitaria a se defender e que tentaria jogar com inteligência, aproveitando possíveis vacilos do São Paulo. Foi o que aconteceu. Numa falha de marcação de Rodrigo Caio, que foi até a intermediária dar combate (como se fosse David Luiz contra a Alemanha), Ricardo Conceição teve um espaço gigantesco para avançar e tocar na saída de Rogério Ceni, fazendo o único gol do jogo, aos 11 minutos do segundo tempo.

são paulo e Ricardo Conceição Chapecoense Morumbi (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Ricardo Conceição (à esq) comemora 
o gol da Chapecoense (Foto: Marcos 
Ribolli / Globoesporte.com)

O São Paulo saiu de campo com números alemães - 68% de posse de bola, contra 32% da Chapecoense, e incríveis 458 passes certos (50 errados),
contra apenas 158 certos do time catarinense, que errou 33. Mas a Chapecoense desarmou 47 vezes, contra 12 do Tricolor, e foi numa dessas ocasiões que conseguiu chegar ao gol, como se fosse uma Costa Rica.

- A Copa do Mundo provou isso, que time que se defende e sai por uma bola também pode ganhar, se marcar bem. Nosso time se preparou durante a Copa e mostrou isso aqui - disse o goleiro Danilo, um dos destaques da Chapecoense.

- A proposta deles era se defender e sair nos contra-ataques, e eles se defenderam muito bem. Fazia tempo que eu não via um time assim. E eles conseguiram o gol num contra-ataque. Eles estão de parabéns - disse Rogério Ceni, capitão do São Paulo.


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Com a vitória, a Chapecoense, com um jogo a menos que os demais, vai a 11 pontos e se afasta da zona do rebaixamento. Já o Tricolor, que sonhava colar no líder Cruzeiro, pode sair do G-4 com os resultados deste domingo.
Na próxima rodada, o São Paulo viaja até Goiânia para enfrentar o Goiás, no domingo, às 16h, no Serra Dourada. No sábado, às 18h30, a Chapecoense terá outro compromisso fora de casa: a equipe catarinense encara o Santos, na Vila Belmiro.

Paulo Henrique Ganso São Paulo e Chapecoense morumbi (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Paulo Henrique Ganso parou na 
marcação da Chapecoense (Foto: 
Marcos Ribolli / Globoesporte.com)

O jogo
O São Paulo começou o jogo com a proposta clara de tentar ditar o ritmo, com a bola passando sempre pelos pés dos volantes Souza e Maicon, à procura de Ganso. Com o meia bem marcado, Alan Kardec resolveu sair da área e tentar ajudar na armação. E assim o Tricolor tocava a bola, à espera de um buraco na zaga da Chapecoense. Mas não o encontrava. O time catarinense, armado por Celso Rodrigues, defendia-se bem e saía com qualidade nos contra-ataques.

Nesse jogo de xadrez, a primeira boa finalização demorou mais de 30 minutos para sair - veio com Ganso, de cabeça, após cruzamento de Douglas. O São Paulo teve mais de 70% da posse de bola no primeiro tempo, e os números provam quem tentou controlar o jogo e quem se propôs a se arriscar só nos contra-ataques: o Tricolor errou 31 passes, contra 14 da Chapecoense, e fez apenas sete desarmes, ante 30 da equipe catarinense.

No segundo tempo, a torcida tricolor tratou de incentivar. Mesmo com o 0 a 0 no placar, gritou olé a cada passe - e foram muitos - no campo de ataque. Alan Kardec, aos cinco minutos, teve a melhor chance, mas parou no goleiro Danilo. Quem marcou foi a Chapecoense, com Ricardo Conceição, aos 11, entrando de surpresa no espaço aberto pelo centroavante Bruno Rangel.

Atrás no placar, o São Paulo se lançou todo ao ataque. E Muricy resolveu mexer no time - colocou Alexandre Pato no lugar de Ademilson, e depois Ewandro na vaga de Osvaldo. A equipe oscilava entre troca de passes sem sentido e uma corrida frenética, sem sucesso. Com um ônibus estacionado na entrada da área, e muita qualidade para segurar a bola na frente, a Chapecoense soube como cozinhar o São Paulo e sair do Morumbi com a vitória.

Alan Kardec são paulo e Danilo Chapecoense Morumbi (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Alan Kardec teve chance clara, mas 
parou em Danilo (Foto: Marcos Ribolli
 / Globoesporte.com)

 


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