Jogador afirma que reunião de duas horas indicou caminho positivo, apesar da falta de perspectivas de salário, e diz não crer em debandada por ações na Justiça
Carlos
Alberto rechaça possível greve dos jogadores alvinegros em meio ao
impasse financeiro do clube (Foto: Vitor Silva / SSPress)
Uma
reunião de quase duas horas, que teve a crise financeira como principal
motivação, indicou uma direção positiva. Foi assim que Carlos Alberto
resumiu o encontro entre jogadores, diretoria e comissão técnica
realizado antes do treino desta terça-feira. O meia afirmou que a
conversa serviu para aparar arestas, esclarecer algumas situações, mas
deixou claro que não foi dada qualquer perspectiva de pagamento aos
jogadores, que têm três meses de salários, cinco de imagem e FGTS
atrasados.
Antes do jogo do último domingo, contra o
Flamengo, os jogadores do Botafogo subiram ao campo do Maracanã com uma
faixa que traduzia a insatisfação e externava os pagamentos atrasados. O
gerente técnico Wilson Gottardo classificou a manifestação como
desnecessária, mas Carlos Alberto garantiu que a conversa sobre o
episódio, nesta terça, seguiu um caminho positivo.
- Uma reunião que se alonga é proveitosa para cada um
colocar aquilo o que aconteceu no último jogo e acertar outros detalhes.
Nada do que aconteceu influenciou no resultado. O Gottardo tem o
direito de discordar, e tem que ser assim mesmo. O objetivo da reunião
foi bom, e quando é assim, há mais ganho do que perda.
Faixa de protesto do time em clássico com
o Flamengo (Foto: Vitor Silva / SS Press)
Carlos
Alberto reconheceu que a crise financeira prejudica a vida dos
jogadores, principalmente dos mais jovens, e dos funcionários, que
muitas vezes precisam da ajuda de atletas como Emerson Sheik para
conseguirem conviver com a falta de salários. No entanto, o meia afirmou
que o grupo vem conseguindo preservar o bom ambiente. Ele acredita que
isso fará com que não haja uma debandada respaldada por ações na
Justiça. Em 2008, Carlos Alberto deixou o Botafogo dessa maneira, mas
explicou que são situações completamente diferentes.
Hoje o Botafogo é um clube mais bem preparado e tem pessoas mais bem intencionadas. Essa é uma grande diferença. Quando existe caráter e clareza, é melhor. Quando não tem, o jogador não respeita e busca o que é melhor para ele. Ninguém está de braços cruzados. E enquanto isso não se resolver, o que nós podemos fazer é jogar e buscar as vitórias. Até porque o nosso ambiente é excelente. É o maior patrimônio que nós temos. Se ele é assim com todas essas dificuldades, imagina quando aparecer uma luzinha no fim do túnel? - disse.
E consciente de
que os maus resultados apenas agravam uma situação que já é dramática,
os jogadores, segundo Carlos Alberto, descartam fazer algum tipo de
greve que incluam a não realização de treinos ou o não comparecimento a
jogos.
- Isso seria um tiro no próprio pé. Os
jogadores têm o direito de discordar de algumas situações e de ter suas
opiniões. Essa questão de greve não foi colocada pela gente. Vamos
treinar e jogar.
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