terça-feira, 29 de julho de 2014

Carlos Alberto ressalta ambiente em meio à crise e descarta greve do time

Jogador afirma que reunião de duas horas indicou caminho positivo, apesar da falta de perspectivas de salário, e diz não crer em debandada por ações na Justiça


Por Rio de Janeiro


Carlos Alberto botafogo (Foto: Vitor Silva / SSPress)
Carlos Alberto rechaça possível greve dos jogadores alvinegros em meio ao impasse financeiro do clube (Foto: Vitor Silva / SSPress)

Uma reunião de quase duas horas, que teve a crise financeira como principal motivação, indicou uma direção positiva. Foi assim que Carlos Alberto resumiu o encontro entre jogadores, diretoria e comissão técnica realizado antes do treino desta terça-feira. O meia afirmou que a conversa serviu para aparar arestas, esclarecer algumas situações, mas deixou claro que não foi dada qualquer perspectiva de pagamento aos jogadores, que têm três meses de salários, cinco de imagem e FGTS atrasados.

Antes do jogo do último domingo, contra o Flamengo, os jogadores do Botafogo subiram ao campo do Maracanã com uma faixa que traduzia a insatisfação e externava os pagamentos atrasados. O gerente técnico Wilson Gottardo classificou a manifestação como desnecessária, mas Carlos Alberto garantiu que a conversa sobre o episódio, nesta terça, seguiu um caminho positivo.

- Uma reunião que se alonga é proveitosa para cada um colocar aquilo o que aconteceu no último jogo e acertar outros detalhes. Nada do que aconteceu influenciou no resultado. O Gottardo tem o direito de discordar, e tem que ser assim mesmo. O objetivo da reunião foi bom, e quando é assim, há mais ganho do que perda.

faixa protesto time Botafogo (Foto: Vitor Silva / SS Press)
Faixa de protesto do time em clássico com 
o Flamengo (Foto: Vitor Silva / SS Press)

Carlos Alberto reconheceu que a crise financeira prejudica a vida dos jogadores, principalmente dos mais jovens, e dos funcionários, que muitas vezes precisam da ajuda de atletas como Emerson Sheik para conseguirem conviver com a falta de salários. No entanto, o meia afirmou que o grupo vem conseguindo preservar o bom ambiente. Ele acredita que isso fará com que não haja uma debandada respaldada por ações na Justiça. Em 2008, Carlos Alberto deixou o Botafogo dessa maneira, mas explicou que são situações completamente diferentes.

Não é que o presidente não paga porque não quer. O grupo tem consciência disso, mas ao mesmo tempo tem contas a pagar. A gente torce para que as coisas mudem 
Carlos Alberto

- Naquele momento fiz a escolha de não vir mais. Hoje a situação está assim porque 100% das receitas do Botafogo estão bloqueadas. Não é que o presidente não paga porque não quer. O grupo tem consciência disso, mas ao mesmo tempo tem contas a pagar. A gente torce para que as coisas mudem. 
Hoje o Botafogo é um clube mais bem preparado e tem pessoas mais bem intencionadas. Essa é uma grande diferença. Quando existe caráter e clareza, é melhor. Quando não tem, o jogador não respeita e busca o que é melhor para ele. Ninguém está de braços cruzados. E enquanto isso não se resolver, o que nós podemos fazer é jogar e buscar as vitórias. Até porque o nosso ambiente é excelente. É o maior patrimônio que nós temos. Se ele é assim com todas essas dificuldades, imagina quando aparecer uma luzinha no fim do túnel? - disse.

E consciente de que os maus resultados apenas agravam uma situação que já é dramática, os jogadores, segundo Carlos Alberto, descartam fazer algum tipo de greve que incluam a não realização de treinos ou o não comparecimento a jogos.

- Isso seria um tiro no próprio pé. Os jogadores têm o direito de discordar de algumas situações e de ter suas opiniões. Essa questão de greve não foi colocada pela gente. Vamos treinar e jogar.


FONTE:

Nenhum comentário: