quarta-feira, 30 de abril de 2014

Thaisa pede revisão do ranking para evitar debandada da Superliga

Após fim do projeto do Campinas, oito bicampeãs olímpicas se veem sem mercado no Brasil por causa de mudança na regra de ranqueamento: "Não tem espaço para todas"


Por São Paulo


Thaisa Osasco (Foto: João Pires/FotoJump/Divulgação)Thaisa está na briga contra a mudança no ranking (Foto: João Pires/ FotoJump/ Divulgação)

Está difícil a situação das principais jogadoras do vôlei brasileiro. Depois do anúncio do fim do projeto do Campinas, oito campeãs olímpicas viram o mercado diminuir entre as equipes da Superliga. Um quadro que foi agravado pela mudança no sistema de ranking para a próxima temporada. Para não terem de deixar o vôlei brasileiro, as jogadoras iniciaram uma campanha contra o ranqueamento. Nesta quarta-feira, a central Thaisa pediu para as equipes reverem essa regra.

- A saída de uma grande equipe complica ainda mais a vida das jogadoras de 7 pontos (nível máximo), já que somos limitadas a somente duas por equipe. Queremos uma votação que pense um pouco também nas atletas, que são as que fazem o espetáculo, e não pensem apenas em benefício próprio - disse Thaisa.

Até a temporada 2013/14, cada equipe poderia ter três jogadoras de nível 7, sendo que quatro equipes tinham condições de bancar a contratação de uma estrela campeã olímpica - o Rio de Janeiro, o Sesi-SP, o Osasco e o Campinas. Sem a equipe campineira e com as novas regras, há apenas seis vagas para oito jogadoras - além de Thaisa, Sheilla, Jaqueline, Fabiana, Dani Lins, Natália, Tandara e Fernanda Garay são as jogadoras de nível máximo. O ranking foi criado para equilibrar as equipes, mas não evitou uma longa hegemonia de Rio de Janeiro e Osasco, só quebrada este ano pelo Sesi.
- Ter ranking pode ser válido, acho que ninguém aceitaria não ter. Mas do jeito que está, com esta restrição, está muito ruim. A gente fica sem poder de negociação, não tem espaço para todas. Acho que pode ter um limite de pontuação por equipe, mas não restringir o número de atletas 7 pontos. Não temos times para pagar estas oito atletas. Os clubes têm que pensar nisso - disse Thaisa.

Sheilla Osasco (Foto: João Pires/FotoJump/Divulgação)Sheilla vê vôlei internacional como saída no momento (Foto: João Pires/ FotoJump/ Divulgação)

Ainda há a possibilidade de outras equipes captarem investimentos para bancar essas jogadoras. O Praia Clube, por exemplo, está perto de contratar Tandara. No entanto, as oito jogadoras de nível máximo veem o vôlei do exterior como a principal saída no momento. Técnico da seleção brasileira, José Roberto Guimarães já demonstrou preocupação com um possível êxodo. Sheilla também teme uma debandada.

- Acho um absurdo os clubes votarem, isso acaba prejudicando as atletas. São os clubes quem nos pagam, mas nossa carreira é curta e nós dependemos de um bom salário para montar um pé de meia para o futuro. Do jeito que está, temos que acabar indo para o exterior declarou - disse a oposta.

A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) propôs aos clubes o fim do ranking, mas os times decidiram não apenas mantê-lo como também restringir ainda mais o número de jogadoras de nível 7 por equipe. A ponteira Jaqueline vê a situação como uma briga de clubes.


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2014/04/thaisa-pede-revisao-do-ranking-para-evitar-debandada-da-superliga.html

Nenhum comentário: