quarta-feira, 30 de abril de 2014

Musa do BMX espera estrutura e sonha com as Olimpíadas de 2016

A ciclista Priscilla Stevaux Carnaval ocupa a 25ª colocação no ranking mundial da modalidade e disputa uma vaga nos Jogos do Rio de Janeiro


Por Sorocaba, SP


Integrante da seleção brasileira de BMX desde 2010 e conhecida no meio como uma musa da modalidade, a ciclista Priscilla Stevaux Carnaval, de Sorocaba (a 100 km de São Paulo), sonha com uma vaga nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Para isso, sabe que precisa encarar muitos desafios até lá.

Um deles é conviver com a falta de patrocínio e de local adequado para treinar. O BMX é disputado nas Olimpíadas desde Pequim-2008, mas o Brasil ainda não conta com uma pista oficial de supercross. A Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC) está preparando uma pista similar à olímpica, em Londrina (PR), e a promessa é que ela seja inaugurada ainda no primeiro semestre deste ano. 

Priscilla rechaça rótulo de musa, mas fica contente com os elogios  (Foto: Ligia Alipio )
A sorocabana Priscilla diz que não tem 
pretensão de ser modelo, mas fica 
contente com os elogios 
(Foto: Ligia Alipio)

– Eu não tenho a mesma estrutura dos outros atletas, que têm um centro olímpico de treinamento. Preciso do patrocínio para disputar campeonatos, evoluir e chegar bem às grandes competições. Até porque, se eu não for a esses campeonatos, não conheço meus adversários e isso atrapalha um pouco – diz a atleta.

A seleção treina em São José dos Campos, numa pista que também não é oficial. Priscilla, que vive de "paitrocínio" e recebe o Bolsa-Atleta do governo federal, prefere continuar morando em Sorocaba e treinando na pista que fica em um centro esportivo da cidade.

Confira o ensaio de Priscilla Stevaux, musa do BMX


– Atrapalha muito não treinar em uma pista de supercross. O partidor de largada, por exemplo, é mais inclinado, são rampas de 10 a 12 metros de comprimento. Não treinar em pistas assim prejudica muito o desempenho nas grandes competições – analisa Priscilla. 

Em busca de melhor evolução, a atleta compete, muitas vezes, entre os homens. 

– O nível feminino está baixo, na minha categoria a briga é com três meninas, por exemplo, e no masculino eu disputo com 16, isso ajuda muito no treinamento e na minha evolução. Não existe preconceito, eles me respeitam pelo tempo que eu tenho de carreira e na seleção brasileira – disse Priscilla. 

Priscilla sofre com a falta de patrocínio  (Foto: Ligia Alipio )Priscilla sofre com a falta de patrocínio e de estrutura (Foto: Divulgação / Ligia Alipio)

O Brasil tem apenas uma vaga garantida nas Olimpíadas em 2016, mas o número pode chegar a três. A escolha da representante brasileira será a partir dos resultados das atletas no Campeonato Mundial e nas disputas do ano olímpico. Atualmente, Priscilla ocupa a 25ª colocação no ranking mundial, atrás de outra brasileira, Bianca Quinalha, na 20ª posição. 

Esta semana, Priscilla está em Manchester, na Inglaterra, onde disputa a primeira etapa da Copa do Mundo em pista de padrão olímpico.

Sobre o fato de ser considerada uma musa da categoria, a atleta, que compete desde os 7 anos, desconversa.

– Eu vejo positivamente. Embora o mais importante seja a minha carreira como esportista, é bom saber que me admiram como mulher e pessoa – diz a beldade das pistas. 

* Colaborou sob supervisão de Fernando Cesarotti.

Priscilla treina em pista de bicicross. Brasil não possui pista olímpica  (Foto: Ligia Alipio )
Priscilla treina em pista de bicicross, 
pois o Brasil ainda não possui uma 
pista olímpica (Foto: Divulgação / 
Ligia Alipio )


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