Em pleno Stamford Bridge, time espanhol vence os Blues de virada por 3 a 1 e se classifica para a final em Lisboa, na qual vai enfrentar o grande rival Real Madrid
Então, veio o multimilionário elenco do Chelsea. E o Atlético de Madrid, como já virou rotina nesta temporada, voltou a desafiar a lógica de que no futebol vencem apenas os gigantes ou os ricos. Com uma vitória de virada por 3 a 1, no Stamford Bridge, nesta quarta-feira (assista aos gols no vídeo), os colchoneros eliminaram os Blues de José Mourinho e garantiram vaga na decisão da Liga dos Campeões, um retorno após 40 anos - em 1974, a equipe espanhola perdeu o título para o Bayern de Munique.
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Se contra o Milan o triunfo foi de certa forma tranquilo, e
a vitória sobre o Barça, de incontestável superioridade, para bater o Chelsea o
Atlético mostrou frieza e eficiência. O santuário de Stamford Bridge, onde
Mourinho é quase invencível, não abalou os comandados de Diego Simeone.
Especialmente no segundo tempo, o que se viu foi uma onda colchonera engolindo
os desorientados Blues a cada ataque.
Agora, o Atlético tem um último gigante para derrubar antes
de comemorar de vez. E o adversário é mais do que conhecido: o rival Real
Madrid, que eliminou o Bayern de Munique na terça-feira. Pela primeira vez na
história, a Liga dos Campeões será decidida por times de uma mesma cidade – na
quinta oportunidade, equipes do mesmo país se enfrentarão na decisão. O jogo
está marcado para o dia 24 de maio, em Lisboa - dá tempo de trocar a sede para
Madri?
Diego Costa comemora com Koke:
Atlético de Madrid está na final da
Champions (Foto: AFP)
MOURINHO INVENTA NA ESCALAÇÃO
Após o morno empate em 0 a 0 em Madri, quem esperava um Chelsea mais ofensivo para buscar a vitória se decepcionou com a escalação escolhida por Mourinho. Ao menos no papel, a ideia era reforçar a defesa, com Azpilicueta improvisado no meio de campo, junto com David Luiz e Ramires. Os únicos liberados para o ataque eram Hazard, Willian e Fernando Torres, com Oscar no banco de reservas.
David Luiz tenta de bicicleta: novamente como volante, brasileiro não segurou Atlético (Foto: AFP)
Num confronto tão renhido, qualquer ação individual poderia fazer a diferença. Foi o que Willian fez aos 35 minutos do primeiro tempo. Lançado pela direita, o brasileiro passou por dois marcadores e foi derrubado. Azpilicueta aproveitou a sobra e cruzou rasteiro para Fernando Torres finalizar. A bola ainda desviou em Suárez e enganou Courtois antes de entrar. Revelado pelo Atlético, Torres não comemorou: abaixou a cabeça em respeito e deixou a festa para a torcida.
Entretanto, a euforia dos Blues durou pouco. Time guerreiro, curtido com cicatrizes das diversas batalhas que já superou durante a temporada, o Atlético de Madrid reagiu rápido. Aos 43, após lançamento de Tiago na área, Juanfran escorou para o meio, a zaga do Chelsea não cortou, e Adrián mandou para as redes.
Adrián festeja o gol de empate do
Atlético, pouco depois de Fernando
Torres abrir o placar (Foto: AP)
DOMÍNIO COLCHONERO
Jogadores do Atlético abraçam Diego Costa após o artilheiro marcar de pênalti (Foto: Reuters)
Mourinho, vendo que o sistema tático eleito já não funcionava, resolveu mudar. Tirou Ashley Cole e colocou Samuel Eto'o, devolvendo Azpilicueta para a defesa. Mas foi castigado: aos 14 minutos, seis depois de entrar, o atacante camaronês vacilou e derrubou Diego Costa na área. Pênalti que o artilheiro colchonero, depois de catimbar, reclamar da posição da bola e levar cartão amarelo, converteu com um chute forte, no alto. Foi o oitavo gol dele na Champions.
Ainda travado, o Chelsea quase empatou em outra bola parada. Willian cruzou na área, David Luiz subiu livre e cabeceou na trave. No susto, Courtois jogou para fora e evitou o empate. Foi o último suspiro dos Blues.
Arda Turan comemora seu gol, que
selou a classificação do Atlético
(Foto: AFP)
Aos 25 minutos, veio o golpe de misericórdia do Atlético, em uma jogada parecida com o primeiro gol - Simeone não é o grande treinador da temporada à toa. Tiago lançou na área, Juanfran cruzou, Diego Costa cabeceou na trave, e Arda Turan, diante dos incrédulos e paralisados defensores do Chelsea, pegou o rebote para marcar o terceiro.
Foi a senha para a torcida colchonera gritar olé, provocar Mourinho e festejar. Em campo, o Chelsea, completamente desorientado, se entregou. E o sistema defensivo dos Blues, tão eficiente na ida, desmoronou. Os jogadores do Atlético entravam na área como queriam e poderiam ter ampliado. Não o fizeram. Este gigante já estava derrotado. Era melhor guardar a artilharia para o merengue que aguarda os pupilos de Simeone em Lisboa.
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