Natália pode ficar sem clube com a saída do patrocinador do Campinas (Foto: Lydia Gismondi)
Quando entraram na quadra do Centro de Treinamento de
Saquarema, neste quarta-feira, algumas jogadoras tentaram deixar atrás das
quatro linhas preocupações com o futuro para focar nos treinos com a seleção
brasileira. Parecia impossível, porém, evitar a decepção de Natália, Tandara,
Monique e do técnico Paulo Coco com a notícia do provável encerramento da equipe do
Campinas, após a saída de seu patrocinador. Com medo de ficar sem clube, as atletas já estão correndo atrás de novas
casas enquanto se concentram para as competições internacionais.
- Estou triste. Fico vendo as meninas o tempo inteiro no
telefone, mandando mensagens. Fica todo mundo naquela agitação. Estava tudo caminhando bem, agora,
até as coisas andarem, vai ficar nessa agonia. Temos que dar apoio e força. Não
dá para fazer mais nada. Tomara que consigam reverter o caso, que encontrem um
outro patrocinador para dar continuidade no projeto. Eu até agora não entendi o
motivo para o término – comentou o técnico José Roberto Guimarães.
O treinador do Brasil, que nas últimas duas temporadas
também comandava o time do Campinas, já havia anunciado a sua saída. Zé Roberto,
no entanto, ainda pretendia ajudar na coordenação técnica do time. Ele mesmo fez
o anúncio de Paulo Cocco, seu auxiliar na seleção brasileira, para o seu lugar na equipe de São Paulo,
na última quarta-feira. Mas a notícia da saída da Amil pegou todos de surpresa.
- Eu quase caí da cadeira. Jamais
esperava que isso fosse acontecer. É uma tristeza. As jogadoras ficam
sem clube, a comissão técnica fica sem clube... Isso me preocupa pela quantidade
de jogadoras no mercado e, logicamente, por algumas terem que sair. Não sei se
vamos ter equipe para isso tudo, principalmente a dois anos dos Jogos do Rio - alertou o treinador.
Monique já tinha fechado com o
Campinas recentemente
(Foto: Lydia Gismondi)
Natália lamentou o fim do Campinas em rede social (Foto: Reprodução/Instagram)
- Uma perda para o vôlei brasileiro! Força Campinas - postou a jogadora.
Já Monique Pavão, que já tinha fechado sua transferência
do Praia Clube para o Campinas, agora está com o futuro incerto. Depois da
notícia da provável fim da equipe, a oposta tem tentado se concentrar na
seleção, mas está sempre atenta ao celular.
- A gente sai de quadra e pega o celular. Mas a gente
está focando na seleção em primeiro lugar e, sobre o clube, a gente conversa depois
com o empresário para ver o que está acontecendo no mercado. Não tem muito o
que fazer. A minha empresária ficou de me ligar. É esperar. Mas estou
tranquila. Por mais que tenha acontecido isso, acho que dá para conseguir um
clube bom - afirmou.
Jaqueline voltou a treinar esta semana depois de um ano parada (Foto: Lydia Gismondi)
Além das atletas de Campinas, outra jogadora que já
demonstrou preocupação com seu futuro é Jaqueline. A mãe do Arthur, que voltou
a treinar nesta semana depois de um ano parada, também ainda não sabe em que
clube jogará a próxima temporada.
Preocupado, o
técnico José Roberto Guimarães
espera que as coisas se acertem o mais rápido possível para as jogadoras
se concentrarem apenas nos próximos desafios da seleção. O primeiro
deles será o Torneio
Montreux, de 27 de maio ao dia primeiro de junho na Suíça. Em seguida, o
Brasil
disputará o Grand Prix e o Mundial.
- A gente sabe que o Mundial vai ser bastante difícil em função
dos grupos. A gente caiu em um grupo extremante difícil, onde você leva o
resultado para a próxima fase. Então, tem que começar bem. A preparação já começou
em função dos três torneios, mas, principalmente, do Mundial.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2014/04/clima-de-inseguranca-toma-conta-de-treino-do-brasil-com-fim-do-campinas.html