A CRÔNICA
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Em meio à confirmação da classificação do Atlético-PR para a
Libertadores, com a impiedosa goleada por 5 a 1, dois capítulos tristes
do futebol brasileiro foram escritos neste domingo: a briga entre
torcedores, que interrompeu o jogo em Joinville por uma hora e dez
minutos, e o segundo rebaixamento do Vasco, que precisava vencer e
sucumbiu à limitação técnica que assombrou o time ao longo do Campeonato
Brasileiro. O artilheiro Ederson foi o herói da tarde, com três gols, e
Marcelo e Paulo Baier completaram a grande exibição.
O que marcará a partida, no entanto, não é o desfecho de cariocas ou paranaenses. A bola parou aos 17 minutos do primeiro tempo por causa de cenas de selvageria na arquibancada envolvendo um grupo de atleticanos e outro de cruz-maltinos. Foram trocas de socos e pontapés mesmo em quem estava caído e desacordado. A Polícia Militar, que só apareceu depois de alguns minutos do início da confusão, justificou que a segurança foi feita por uma empresa privada e contratada pelo mandante do jogo.
Quatro pessoas removidas pela equipe médica foram hospitalizadas, três delas em estado grave, mas não correm risco de morte, segundo a direção do Hospital São José, em Joinville. Os jogadores mostraram abalo ao ver a situação. O zagueiro Luiz Alberto, por exemplo, chorava.
Primeira etapa manchada e de três gols
O jogo começou com atraso de apenas dois minutos em relação ao horário marcado, evitando prática comum em rodadas decisivas. Mas a batalha de Joinville - denominada pelos atletas vascaínos e que ganhou triste ar literal - levaria mais de três horas para terminar. Para apimentar a dramática situação do Vasco e clarear o cenário para o Atlético-PR, Paulo Baier bateu falta logo aos três minutos, a bola passou rente a Manoel e Renato Silva e morreu no canto esquerdo, após Alessandro não alcançar.
Não houve muito futebol até a paralisação por conta do grave episódio na arquibancada. Marcação cerrada, faltas e times nervosos davam o tom. Aos 17, a interrupção aconteceu, e a bola só voltou a rolar, com os cariocas a contragosto, uma hora e dez minutos depois. Mas os ânimos não haviam sido totalmente acalmados. Ficou claro o reflexo das cenas no nível de concentração dos jogadores. A partida ficou repleta de erros e impedimentos, sem respeito a esquemas táticos.
Como consequência disso, chances claras de gol foram criadas, tornando a partida aberta. Ederson e Everton perderam para o Furacão, em sequência, e pelo lado cruz-maltino, sempre com Marlone puxando jogada pela esquerda, dois bate-rebates na marca do pênalti não tiveram conclusão. Mas o Vasco insistiu e chegou ao empate através de Edmílson, de ombro e no susto, após cruzamento forte de Yotún, aos 39. Só que mal deu para celebrar. Em contra-ataque, Baier achou Ederson na área, que, de cabeça, marcou após escorregão de Alessandro: 2 a 1.
Goleada impiedosa do Furacão
Na volta do intervalo, Adilson Batista tirou Wendel e colocou Bernardo para tentar reverter o quadro que já indicava o caminho da Série B. Mais técnico, o Rubro-Negro sentia a reação vascaína a cada ação sua. Pesou, no entanto, a falta de organização e qualidade dos cariocas. Aos 18, Paulo Baier arrancou, tocou para Ederson, que achou Marcelo sozinho. O atacante ainda se enrolou antes de tocar por baixo do braço de Alessandro e praticamente definir os objetivos.
A festa da torcida do Atlético-PR, com a provável classificação à Libertadores, contrastava com o desespero devido ao iminente rebaixamento do outro lado - agora bem separados e sob vigilância. No gramado, para o Vasco, não havia esperança. Elétrico até o fim, Adilson Batista pingava de suor na luta para rearrumar seus comandados e resolveu trocar Marlone por Tenorio, mas o máximo que obteve foi uma cabeçada perigosa de Edmílson. Muito pouco para quem precisava de três gols.
Leve, o Furacão não tinha nada a ver com isso e permanecia em busca de mais gols. Por ironia, esbarrou em Alessandro, que fez três grandes defesas após falhas anteriores, sublinhadas por um campeonato inteiro sem um camisa 1 de confiança. Mas não foi possível evitar outro do irresistível Ederson, aos 36. A essa altura, poucos torcedores vascaínos sobravam - e estes não acreditavam no destino. E o golpe derradeiro saiu em seguida, também com o artilheiro Ederson, que fechou a competição com 21 gols.
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O resultado deixou o Furacão na terceira posição, com 64 pontos. Terá
de passar pela chamada Pré-Libertadores antes de entrar na fase de
grupos. Já o Cruz-Maltino repete o calvário de cinco anos atrás e vai
colher os cacos de uma péssima temporada, imerso em crises extracampo. O
time fechou o nacional em 18º lugar, com 44 pontos. Se vencesse,
ultrapassaria Fluminense e Criciúma e fugiria da degola.O que marcará a partida, no entanto, não é o desfecho de cariocas ou paranaenses. A bola parou aos 17 minutos do primeiro tempo por causa de cenas de selvageria na arquibancada envolvendo um grupo de atleticanos e outro de cruz-maltinos. Foram trocas de socos e pontapés mesmo em quem estava caído e desacordado. A Polícia Militar, que só apareceu depois de alguns minutos do início da confusão, justificou que a segurança foi feita por uma empresa privada e contratada pelo mandante do jogo.
Quatro pessoas removidas pela equipe médica foram hospitalizadas, três delas em estado grave, mas não correm risco de morte, segundo a direção do Hospital São José, em Joinville. Os jogadores mostraram abalo ao ver a situação. O zagueiro Luiz Alberto, por exemplo, chorava.
Briga generalizada terminou com quatro feridos
gravemente em Joinville (Foto: Gustavo Rotstein)
O jogo começou com atraso de apenas dois minutos em relação ao horário marcado, evitando prática comum em rodadas decisivas. Mas a batalha de Joinville - denominada pelos atletas vascaínos e que ganhou triste ar literal - levaria mais de três horas para terminar. Para apimentar a dramática situação do Vasco e clarear o cenário para o Atlético-PR, Paulo Baier bateu falta logo aos três minutos, a bola passou rente a Manoel e Renato Silva e morreu no canto esquerdo, após Alessandro não alcançar.
Não houve muito futebol até a paralisação por conta do grave episódio na arquibancada. Marcação cerrada, faltas e times nervosos davam o tom. Aos 17, a interrupção aconteceu, e a bola só voltou a rolar, com os cariocas a contragosto, uma hora e dez minutos depois. Mas os ânimos não haviam sido totalmente acalmados. Ficou claro o reflexo das cenas no nível de concentração dos jogadores. A partida ficou repleta de erros e impedimentos, sem respeito a esquemas táticos.
Como consequência disso, chances claras de gol foram criadas, tornando a partida aberta. Ederson e Everton perderam para o Furacão, em sequência, e pelo lado cruz-maltino, sempre com Marlone puxando jogada pela esquerda, dois bate-rebates na marca do pênalti não tiveram conclusão. Mas o Vasco insistiu e chegou ao empate através de Edmílson, de ombro e no susto, após cruzamento forte de Yotún, aos 39. Só que mal deu para celebrar. Em contra-ataque, Baier achou Ederson na área, que, de cabeça, marcou após escorregão de Alessandro: 2 a 1.
Ederson comemora um de seus três gols da vitória
impetuosa (Foto: Heuler Andrey / Agência Estado)
Na volta do intervalo, Adilson Batista tirou Wendel e colocou Bernardo para tentar reverter o quadro que já indicava o caminho da Série B. Mais técnico, o Rubro-Negro sentia a reação vascaína a cada ação sua. Pesou, no entanto, a falta de organização e qualidade dos cariocas. Aos 18, Paulo Baier arrancou, tocou para Ederson, que achou Marcelo sozinho. O atacante ainda se enrolou antes de tocar por baixo do braço de Alessandro e praticamente definir os objetivos.
A festa da torcida do Atlético-PR, com a provável classificação à Libertadores, contrastava com o desespero devido ao iminente rebaixamento do outro lado - agora bem separados e sob vigilância. No gramado, para o Vasco, não havia esperança. Elétrico até o fim, Adilson Batista pingava de suor na luta para rearrumar seus comandados e resolveu trocar Marlone por Tenorio, mas o máximo que obteve foi uma cabeçada perigosa de Edmílson. Muito pouco para quem precisava de três gols.
Leve, o Furacão não tinha nada a ver com isso e permanecia em busca de mais gols. Por ironia, esbarrou em Alessandro, que fez três grandes defesas após falhas anteriores, sublinhadas por um campeonato inteiro sem um camisa 1 de confiança. Mas não foi possível evitar outro do irresistível Ederson, aos 36. A essa altura, poucos torcedores vascaínos sobravam - e estes não acreditavam no destino. E o golpe derradeiro saiu em seguida, também com o artilheiro Ederson, que fechou a competição com 21 gols.
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