A CRÔNICA
por
Alexandre Lozetti
O Botafogo tinha muito mais a ganhar e a perder do que o São Paulo.
Talvez por isso tenha se contentado tanto com o empate. Ainda na luta
pela vaga na Libertadores, a equipe voltaria ao G-4 com uma vitória,
mas, depois do 1 a 1 no Morumbi, segue na quinta colocação, atrás do
Goiás. Para os tricolores, livres do rebaixamento e preocupados com a
péssima situação na semifinal da Copa Sul-Americana, o jogo valeu para
reverenciar o ídolo Rogério Ceni.
Pela milésima centésima décima sétima vez, ele defendeu o gol do São Paulo. Pela primeira vez usou a camisa 10, enquanto os companheiros entraram em campo com a sua 01. Homenagem que fica até singela diante de seu tamanho na história. O mito superou Pelé, que entrou em campo 1.116 vezes pelo Santos, e passou a ser o jogador com maior número de partidas pelo mesmo time no futebol mundial.
- Agradeço a todas as homenagens. Foi uma pena não termos saído com a vitória. Mais pena ainda foi ter perdido para a Ponte Preta. Agora estamos concentrados no único objetivo que nos resta no ano, que é conquistar o título da Copa Sul-Americana. Vai ser difícil, complicado, o placar do primeiro jogo foi ingrato.
Do lado botafoguense, o camisa 10 também se destacou. O craque Seedorf não brilhou, mas, com simplicidade, fez o time jogar. O meio-campo não teve força de combate e dependeu muito dos bons chutes do lateral Edilson. A equipe só melhorou no fim, com as entradas de Lodeiro e Bruno Mendes.
Os gols foram marcados por Aloísio e Elias, que imitou Cristiano Ronaldo e disse "eu estou aqui" na comemoração.
- Foi uma semana muito difícil para mim, mas o médico me ajudou, e eu pude entrar e colaborar com a equipe. Já havia prometido que se fizesse o gol comemoraria assim, mas o importante mesmo foi ajudar o Botafogo - disse Elias.
A partida, que começou com jogadores ajoelhados em protesto do Bom Senso F.C., teve uma jogada magistral de Ganso, que deu drible por entre as pernas de Julio Cesar, encobriu Jefferson e parou na trave.
Coincidências da tabela, São Paulo e Botafogo terão os mesmos adversários nas duas últimas rodadas. Os cariocas enfrentam o Coritiba no próximo fim de semana - e, novamente, precisam ganhar para entrar no G-4 - e o Criciúma na sequência. Em ordem inversa, é claro, são os mesmos rivais dos paulistas. Ambos ainda lutam contra o rebaixamento.
Boi Bandido x 'CristElias' Ronaldo
Duas bolas paradas, dois gols, duas comemorações. Aloísio marcou em um movimento de "semi-voadora". Em posição duvidosa, após cobrança de falta de Douglas e desvio de Rodrigo Caio, abriu o placar no início do jogo. E castigou a bandeirinha de escanteio com sua celebração habitual.
Elias empatou após cruzamento de Seedorf e desvio de Rafael Marques. E com uma cara marrenta que combina muito mais com Cristiano Ronaldo do que com ele, disse: "Eu tô aqui!". Imitação da comemoração de um dos gols do português em sua monumental atuação diante da Suécia, na semana passada.
Foram os lances marcantes do molhado primeiro tempo no Morumbi. A chuva castigou torcedores e jogadores. O São Paulo foi mais time. Ganso teve liberdade contra os volantes botafoguenses, mas o ataque com Aloísio e Ademilson usufruiu pouco de seu futebol.
Apesar disso, o Alvinegro foi mais perigoso. Dois chutes
de Edilson e um de Hyuri pararam no camisa 10 Rogério Ceni, que espalmou todas. A primeira, uma grande defesa. Seedorf não teve o mesmo espaço do outro camisa 10, já que Denilson o acompanhou de perto. Tão de perto, que o craque até pediu pênalti. Não foi atendido.
Ao fim do primeiro tempo, os são-paulinos avisaram o time: "É quarta-feira!". A Ponte Preta está entalada na garganta.
A quase obra-prima de Ganso
Sabe-se lá quantos milímetros impediram que Paulo Henrique Ganso concluísse uma obra-prima no Morumbi. Ele invadiu a área e parecia sem solução quando colocou a bola entre as pernas de Júlio César e cavou, quase sem ângulo, por cima de Jefferson. A bola tocou a trave esquerda e rolou sobre a linha. O quase-gol mais bonito do Brasileirão.
O quase-gol, por sinal, deu o tom ao segundo tempo são-paulino. Além do mágico lance de Ganso, Ademilson e Antônio Carlos acertaram o travessão. O atacante ainda perderia outro ao chutar em cima de Jefferson após belo passe de primeira de Douglas, jogador cuja importância a torcida insiste em não reconhecer.
Com o meio escancarado, Oswaldo de Oliveira trocou Renato por Marcelo Mattos. Estava fácil demais transitar pela (não) marcação alvinegra. Lodeiro e Bruno Mendes também entraram. Com sangue novo, o Botafogo aumentou sua movimentação em campo e diminuiu o amplo domínio são-paulino.
Com mais equilíbrio, Muricy Ramalho respondeu com Luis Fabiano, que novamente começou no banco de reservas, e Osvaldo. As substituições do Alvinegro foram muito mais eficazes. O time ainda esboçou uma pressão no fim, mas Seedorf perdeu duas boas chances. Alívio para Ceni em mais um recorde.
Pela milésima centésima décima sétima vez, ele defendeu o gol do São Paulo. Pela primeira vez usou a camisa 10, enquanto os companheiros entraram em campo com a sua 01. Homenagem que fica até singela diante de seu tamanho na história. O mito superou Pelé, que entrou em campo 1.116 vezes pelo Santos, e passou a ser o jogador com maior número de partidas pelo mesmo time no futebol mundial.
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Se Rogério decidir se aposentar ao fim deste ano, pode ter sido também
seu último jogo oficial no Morumbi. Punido pelo STJD, o Tricolor terá de
enfrentar o Coritiba, na última rodada, fora de seu estádio. Há também o
risco alto de eliminação no torneio internacional. A equipe precisa
vencer a Ponte Preta por três gols de diferença na quarta-feira, em Mogi
Mirim.- Agradeço a todas as homenagens. Foi uma pena não termos saído com a vitória. Mais pena ainda foi ter perdido para a Ponte Preta. Agora estamos concentrados no único objetivo que nos resta no ano, que é conquistar o título da Copa Sul-Americana. Vai ser difícil, complicado, o placar do primeiro jogo foi ingrato.
Do lado botafoguense, o camisa 10 também se destacou. O craque Seedorf não brilhou, mas, com simplicidade, fez o time jogar. O meio-campo não teve força de combate e dependeu muito dos bons chutes do lateral Edilson. A equipe só melhorou no fim, com as entradas de Lodeiro e Bruno Mendes.
Os gols foram marcados por Aloísio e Elias, que imitou Cristiano Ronaldo e disse "eu estou aqui" na comemoração.
- Foi uma semana muito difícil para mim, mas o médico me ajudou, e eu pude entrar e colaborar com a equipe. Já havia prometido que se fizesse o gol comemoraria assim, mas o importante mesmo foi ajudar o Botafogo - disse Elias.
A partida, que começou com jogadores ajoelhados em protesto do Bom Senso F.C., teve uma jogada magistral de Ganso, que deu drible por entre as pernas de Julio Cesar, encobriu Jefferson e parou na trave.
Coincidências da tabela, São Paulo e Botafogo terão os mesmos adversários nas duas últimas rodadas. Os cariocas enfrentam o Coritiba no próximo fim de semana - e, novamente, precisam ganhar para entrar no G-4 - e o Criciúma na sequência. Em ordem inversa, é claro, são os mesmos rivais dos paulistas. Ambos ainda lutam contra o rebaixamento.
Maicon é cercado por Gabriel em duelo no Morumbi
(Foto: Marcos Bezerra / Agência Estado)
Duas bolas paradas, dois gols, duas comemorações. Aloísio marcou em um movimento de "semi-voadora". Em posição duvidosa, após cobrança de falta de Douglas e desvio de Rodrigo Caio, abriu o placar no início do jogo. E castigou a bandeirinha de escanteio com sua celebração habitual.
Elias empatou após cruzamento de Seedorf e desvio de Rafael Marques. E com uma cara marrenta que combina muito mais com Cristiano Ronaldo do que com ele, disse: "Eu tô aqui!". Imitação da comemoração de um dos gols do português em sua monumental atuação diante da Suécia, na semana passada.
Foram os lances marcantes do molhado primeiro tempo no Morumbi. A chuva castigou torcedores e jogadores. O São Paulo foi mais time. Ganso teve liberdade contra os volantes botafoguenses, mas o ataque com Aloísio e Ademilson usufruiu pouco de seu futebol.
Apesar disso, o Alvinegro foi mais perigoso. Dois chutes
de Edilson e um de Hyuri pararam no camisa 10 Rogério Ceni, que espalmou todas. A primeira, uma grande defesa. Seedorf não teve o mesmo espaço do outro camisa 10, já que Denilson o acompanhou de perto. Tão de perto, que o craque até pediu pênalti. Não foi atendido.
Ao fim do primeiro tempo, os são-paulinos avisaram o time: "É quarta-feira!". A Ponte Preta está entalada na garganta.
A quase obra-prima de Ganso
Sabe-se lá quantos milímetros impediram que Paulo Henrique Ganso concluísse uma obra-prima no Morumbi. Ele invadiu a área e parecia sem solução quando colocou a bola entre as pernas de Júlio César e cavou, quase sem ângulo, por cima de Jefferson. A bola tocou a trave esquerda e rolou sobre a linha. O quase-gol mais bonito do Brasileirão.
O quase-gol, por sinal, deu o tom ao segundo tempo são-paulino. Além do mágico lance de Ganso, Ademilson e Antônio Carlos acertaram o travessão. O atacante ainda perderia outro ao chutar em cima de Jefferson após belo passe de primeira de Douglas, jogador cuja importância a torcida insiste em não reconhecer.
Com o meio escancarado, Oswaldo de Oliveira trocou Renato por Marcelo Mattos. Estava fácil demais transitar pela (não) marcação alvinegra. Lodeiro e Bruno Mendes também entraram. Com sangue novo, o Botafogo aumentou sua movimentação em campo e diminuiu o amplo domínio são-paulino.
Com mais equilíbrio, Muricy Ramalho respondeu com Luis Fabiano, que novamente começou no banco de reservas, e Osvaldo. As substituições do Alvinegro foram muito mais eficazes. O time ainda esboçou uma pressão no fim, mas Seedorf perdeu duas boas chances. Alívio para Ceni em mais um recorde.
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