A CRÔNICA
por
Tomás Hammes
O Inter fez o que pôde. Já o Coritiba se segurou como deu. Assim, numa
partida quase unilateral, com 27 finalizações contra apenas oito,
gaúchos e paranaenses ficaram no 0 a 0 neste domingo no Centenário, em
Caxias do Sul, pela 36ª rodada do Brasileirão. Não é só o resultado que
terminou igual. Os rostos de preocupação com que entraram em campo
permaneceram na saída. Afinal, o Colorado mantém perigosa distância do
Z-4 (quatro pontos) e o Coxa fracassa na tentativa de deixar a inglória
zona de rebaixamento. E pensar que ambos chegaram a liderar o campeonato
em pelo menos uma rodada...
A igualdade enervou Willians. O volante, na saída de campo, criticou o técnico Clemer:
- Ele tem jogador e não bota para jogar. Tem três substiuições e não faz nada!
Bem mais calmo, o meia Alex, do Coxa, admitiu a superioridade colorada:
- Eles mereciam vencer a partida. Pelo que apresentaram hoje, não brigam pelo rebaixamento.
Em 12º lugar, com 46 pontos, o Inter tem pela frente, no sábado, o Corinthians, na despedida de Tite no Pacaembu - curiosamente, o técnico era um dos sonhos do presidente Giovanni Luigi para assumir o time na próxima temporada. No domingo, o Coritiba, em situação muito mais complicada, 17º com 42, precisará fazer do Couto Pereira o seu Green Hell (Inferno Verde) para bater o Botafogo e tentar respirar no campeonato.
Massacre vermelho, mas sem gol
A partida, assim como ocorreu em todas da rodada, teve antes de a bola rolar o protesto dos jogadores liderados pelos preceitos do Bom Senso FC. Mas não com os atletas sentados e com braços cruzados em suas posições de origem, e sim, no círculo central. Essa foi a única novidade. Porque, com o jogo em andamento, o que era esperado ocorreu: pressão total do Inter. Tanto que, nos primeiros cinco minutos, chegou a ter mais de 70% de posse de bola.
Efeito do temor pelo Z-4 e, claro, das mudanças no time. Clemer recuperou Ednei, devolveu Damião à titularidade e Josimar entrou no meio como grande surpresa - acabou levando cartão por simular pênalti, mas também assustou em finalização à queima-roupa defendida por Vanderlei. Já o centroavante era de longe quem mais lutava. Mas também era o que mais errava. A principal chance perdida foi aos 40 minutos. No cruzamento de Otávio, o camisa 9, na pequena área, gol aberto, cabeceou para o lado. Aos 44, D’Alessandro quase marcou golaço de fora da área. Antes, Vanderlei tinha feito grande defesa em disparo de Fabrício. Ao todo, 14 finalizações vermelhas contra apenas duas do Coxa, com o novo 3-5-2 de Tcheco, que ainda perdeu Geraldo lesionado no meio da primeira etapa.
- A gente só se defendeu, corremos riscos e não encaixamos o contra-ataque - reconheceu o meia Alex.
Já o outro 10, D’Alessandro, foi todo elogios ao seu time
- Acho que, se continuarmos assim, o gol vai sair.
Coxa melhora, mas placar não muda
E quase saiu. E de novo com Damião. Desta vez, errou com estilo, em
bicicleta que quase roçou a rede de Vanderlei, aos cinco minutos. No
entanto, ao contrário do primeiro tempo, o Coritiba respondeu. Logo
depois, aos nove, Alex arrisca da meia-lua e para em Muriel. A saída
contra o crescimento do Coxa era um só: o rugido da torcida vermelha no
Centenário. A cantoria, antes tímida, voltara com tudo. Impulsionado
pela massa, Damião tentou de novo. Giro rápido, chute forte e…
Vanderlei! O time paranaense tomou gosto em revidar. No minuto seguinte,
Carlinhos fez fila e acabou derrubado por Índio quase na risca da área.
Para Alex, é quase um pênalti. A bola para fora, no entanto, virou
alívio aos colorados.
Aos 20 minutos, o apoio da torcida, que atendeu ao apelo da direção e à promoção de ingressos, virou súplica: gritos por Forlán preenchiam o ar tenso do Centenário. Mas Alex foi o escolhido para entrar, na vaga de Ednei. Tcheco respondeu com outro meia, Lincoln, sacando Deivid. Mas o Inter seguiu melhor. E, para variar, Damião e Josimar foram os donos das melhores chances. E, como se tornara hábito, seguiam errando. E Inter e Coxa seguirão tensos até a próxima rodada. Há um fantasma chamado Z-4 ainda à espreita.
A igualdade enervou Willians. O volante, na saída de campo, criticou o técnico Clemer:
- Ele tem jogador e não bota para jogar. Tem três substiuições e não faz nada!
Bem mais calmo, o meia Alex, do Coxa, admitiu a superioridade colorada:
- Eles mereciam vencer a partida. Pelo que apresentaram hoje, não brigam pelo rebaixamento.
Em 12º lugar, com 46 pontos, o Inter tem pela frente, no sábado, o Corinthians, na despedida de Tite no Pacaembu - curiosamente, o técnico era um dos sonhos do presidente Giovanni Luigi para assumir o time na próxima temporada. No domingo, o Coritiba, em situação muito mais complicada, 17º com 42, precisará fazer do Couto Pereira o seu Green Hell (Inferno Verde) para bater o Botafogo e tentar respirar no campeonato.
Leandro Damião desperdiçou grandes chances
(Foto: Jeferson Guareze / Futura Press)
A partida, assim como ocorreu em todas da rodada, teve antes de a bola rolar o protesto dos jogadores liderados pelos preceitos do Bom Senso FC. Mas não com os atletas sentados e com braços cruzados em suas posições de origem, e sim, no círculo central. Essa foi a única novidade. Porque, com o jogo em andamento, o que era esperado ocorreu: pressão total do Inter. Tanto que, nos primeiros cinco minutos, chegou a ter mais de 70% de posse de bola.
Efeito do temor pelo Z-4 e, claro, das mudanças no time. Clemer recuperou Ednei, devolveu Damião à titularidade e Josimar entrou no meio como grande surpresa - acabou levando cartão por simular pênalti, mas também assustou em finalização à queima-roupa defendida por Vanderlei. Já o centroavante era de longe quem mais lutava. Mas também era o que mais errava. A principal chance perdida foi aos 40 minutos. No cruzamento de Otávio, o camisa 9, na pequena área, gol aberto, cabeceou para o lado. Aos 44, D’Alessandro quase marcou golaço de fora da área. Antes, Vanderlei tinha feito grande defesa em disparo de Fabrício. Ao todo, 14 finalizações vermelhas contra apenas duas do Coxa, com o novo 3-5-2 de Tcheco, que ainda perdeu Geraldo lesionado no meio da primeira etapa.
- A gente só se defendeu, corremos riscos e não encaixamos o contra-ataque - reconheceu o meia Alex.
Já o outro 10, D’Alessandro, foi todo elogios ao seu time
- Acho que, se continuarmos assim, o gol vai sair.
Coxa melhora, mas placar não muda
Protesto pelo Bom Senso FC antes do jogo
(Foto: Tomás Hammes / GLOBOESPORTE.COM)
(Foto: Tomás Hammes / GLOBOESPORTE.COM)
Aos 20 minutos, o apoio da torcida, que atendeu ao apelo da direção e à promoção de ingressos, virou súplica: gritos por Forlán preenchiam o ar tenso do Centenário. Mas Alex foi o escolhido para entrar, na vaga de Ednei. Tcheco respondeu com outro meia, Lincoln, sacando Deivid. Mas o Inter seguiu melhor. E, para variar, Damião e Josimar foram os donos das melhores chances. E, como se tornara hábito, seguiam errando. E Inter e Coxa seguirão tensos até a próxima rodada. Há um fantasma chamado Z-4 ainda à espreita.
Torcida ajudou o Inter, mas... o Coxa soube segurar (Foto:
Tomás Hammes / GLOBOESPORTE.COM)
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