quinta-feira, 27 de junho de 2013

Brasileiro naturalizado francês faz papel de espião na Liga Mundial

Há mais de dez anos na Europa, Rafael Redwitz irá enfrentar a seleção brasileira pela primeira vez: 'É um momento especial para mim'

Por Marcos Guerra São Paulo
 
Rafael Redwitz, brasileiro que joga na seleção francesa de vôlei (Foto: Marcos Guerra)Rafael Redwitz é casado com uma francesa e tem
uma filha franco-brasileira (Foto: Marcos Guerra)
 
O levantador Rafael Redwitz veste o azul do uniforme francês, comanda seu time com gritos de “allez”, mas se sente em casa no ginásio do Ibirapuera. Até sua família comparece ao treino em São Paulo para prestigiá-lo, afinal, os duelos entre Brasil e França pela Liga Mundial de vôlei neste fim de semana são ótimas chances de matar as saudades do filho. Naturalizado francês em abril, o curitibano enfrentará pela primeira vez a seleção que um dia defendeu.

- Sou franco-brasileiro. Igual a coração de mãe, não escolho entre um filho e outro. Estou muito feliz de poder estar aqui no Brasil. É um momento especial para mim, quero aproveitar ao máximo. Minha família e meus amigos estarão aqui. É um momento bonito da minha carreira - disse Rafael.

O levantador conhece bem o time brasileiro. Ele até já foi companheiro de Bruninho e Lucão na equipe verde-amarela vice-campeã da Copa América de 2007. Ao chegar ao Ibirapuera, cumprimentou alguns dos ex-companheiros, mas a amizade fica de lado. Rafael passa todas as dicas de como parar o ataque brasileiro, mas conta que seu trabalho é fácil, já que, por estarem sob os holofotes do vôlei mundial, os brasileiros são bastante estudados mundo afora.

- Dá para ser espião sim, mas todo mundo conhece a seleção brasileira, olha e se inspira no Brasil. Nós não somos diferentes. Estamos aqui com um objetivo de fazer um bom jogo contra eles e evoluir na competição. As caras brasileiras são novas para o público, mas quem joga sabe que o Éder está na seleção há dez anos, sabe que o Lucarelli é um fenômeno - disse Rafael, que reconhece o favoritismo do Brasil no duelo.

Sou franco-brasileiro. Igual a coração de mãe, não escolho entre um filho e outro"
Rafael Redwitz
 
Aos 21 anos, o levantador se aventurou no voleibol europeu e só voltou ao Brasil para visitar sua família durante as férias. Ele aos poucos se ambientou com os costumes locais, o clima, a culinária, mas foi a francesa Marion que o fez estabelecer laços mais sólidos com a França. Os dois se casarão e tiveram a pequena Luiza há dois anos e meio. Antes mesmo disso, Rafael já havia recebido o convite para tirar a dupla cidadania e defender a França, o que enfim conseguiu em abril, mais de dez anos depois de deixar o país.

- Aos poucos foi se desenrolando esse processo de me tornar francês, de defender a seleção da França. Não foi uma coisa premeditada, planejada. Já estava há muito tempo na Europa e foi uma grande oportunidade da minha carreira. É um sonho poder jogar a Liga Mundial.

Rafael Redwitz está realizado e nas nuvens por poder jogar diante do Ibirapuera lotado. Mesmo que quase toda a torcida seja contra nesta sexta e no sábado, às 10h, ele sabe que ao menos seus familiares o apoiarão. A TV Globo transmitirá as partidas ao vivo e o GLOBOESPORTE.COM trará todos os detalhes em Tempo Real.

Rafael Redwitz, brasileiro que joga na seleção francesa de vôlei (Foto: Alexandre Arruda/CBV)Rafael Redwitz enfrentará o Brasil pela primeira vez (Foto: Alexandre Arruda/CBV)
 
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