Após ficar duas semanas longe do filho para disputar torneios na China, atleta da praia aproveita o último dia em casa antes de se reapresentar à seleção
O fim de um jejum de quase dois anos sem subir ao pódio no Circuito Mundial fez Carol
Solberg comemorar com sorriso largo ao lado da irmã Maria Clara. Nada
comparado, porém, à felicidade que sentiu ao voltar ao Brasil depois de
duas semanas na China. Para cumprir o calendário da seleção brasileira
no Open de Fuzhou e no Grand Slam de Xangai,
onde foi bronze, a carioca se separou pela primeira vez do filho José,
de nove meses. No último fim de semana de folga antes de se reapresentar
no CT de Saquarema, a filha caçula da ex-jogadora Isabel poderá curtir o
Dia das Mães sem ter que dividir seu tempo entre o vôlei e o herdeiro.
Carol treinou grávida
até depois do sexto mês de gravidez, ainda sem saber o sexo do bebê. Um
mês após o nascimento de José, a carioca retomou os treinos físicos e, em três meses, já com a barriga sequinha,
reestreou ao lado da irmã Maria Clara no Nacional de Curitiba. A viagem
para a capital paranaense também foi a primeira do filho, que
acompanhou toda a peregrinação da mãe desde então.
Além de Curitiba, José esteve com a mãe nos Opens do Rio de Janeiro, onde moram, de Fortaleza, Maceió, João Pessoa e Brasília, além da concentração da seleção em Saquarema. Enquanto jogava nos torneios, Carol sempre teve auxílio de uma babá, da mãe ou do marido, o fotógrafo Fernando Young Brasileiro. Quando chegou o momento de viajar para o exterior, a atleta ponderou e decidiu separar-se pela primeira vez do filho. Chorou ao se despedir no aeroporto e teve que se contentar com o contato via Skype, mas garante que não se arrepende.
- Eu passei por isso quando era pequena com as viagens da minha mãe, e
sabia que seria assim com ele. Foi muito duro, mas é a vida. Ele parou
de mamar justamente neste período. Acho que ele levou numa boa, porque
ficou com o pai, com a minha mãe, e se distraiu, brincou. Foi a melhor
coisa eu não ter levado, porque a viagem é muito longa, e a China é um
país difícil. Mas eu senti muita falta. Eu nunca tinha ficado um dia
sequer longe, e nos últimos dias na China não aguentava mais. Eu nunca
valorizei tanto chegar em casa. No avião, na volta, eu só pensava nisso o
tempo todo, em abrir a porta e ver a carinha dele gargalhando. Chegar
em casa, mesmo que seja do treino, agora é a coisa mais incrível para
mim.
Para Carol, a maior dificuldade da maternidade é justamente conciliar os cuidados com José com a rotina que o esporte de alto rendimento exige. Agora, com muita antecedência, a jogadora já se programa para pensar na logística das viagens. O período de duas semanas que passou na China é considerado por ela o tempo máximo que consegue ficar sem ver o filho. Para as viagens, ela precisa providenciar também para que haja sempre alguém a acompanhando. Em Saquarema, a babá também fica “concentrada” no CT para ajudá-la.
O lado positivo, no entanto, compensa todo o malabarismo que Carol precisa fazer. A mudança radical que sua vida sofreu com o nascimento de José superou as expectativas que a atleta tinha sobre a maternidade.
- É muito mais do que eu esperava. Imaginava que era incrível, mas só vivendo mesmo. Não tem como explicar. O mais difícil é o lance das viagens, de avaliar quando é uma boa levar ele ou não. Tenho que me organizar com mais antecedência, mas não tem muito mistério. Só vivendo o dia-a-dia mesmo. Não necessariamente fazer o que a minha mãe fez comigo vai ser o melhor a fazer com ele. Se tivesse receita, como bolo, seria mole. Mas não tem. Mesmo assim, ou por isso mesmo, é muito bom.
Nesta segunda-feira, Carol e as outras 11 atletas da seleção brasileira
feminina de vôlei de praia se reapresentam no Centro de Desenvolvimento
do Voleibol, em Saquarema. O próximo torneio oficial é o Grand Slam de
Corrientes, na Argentina. As irmãs Salgados estão inscritas no
qualifying, enquanto Ágatha/Maria Elisa, Talita/Taiana e Lili/Bárbara
Seixas entram diretamente na fase de grupos.
Carol brinca com o filho José na piscina do Centro de Treinamento de Saquarema (Foto: Arquivo Pessoal)
Além de Curitiba, José esteve com a mãe nos Opens do Rio de Janeiro, onde moram, de Fortaleza, Maceió, João Pessoa e Brasília, além da concentração da seleção em Saquarema. Enquanto jogava nos torneios, Carol sempre teve auxílio de uma babá, da mãe ou do marido, o fotógrafo Fernando Young Brasileiro. Quando chegou o momento de viajar para o exterior, a atleta ponderou e decidiu separar-se pela primeira vez do filho. Chorou ao se despedir no aeroporto e teve que se contentar com o contato via Skype, mas garante que não se arrepende.
A primeira viagem de José: pequeno acompanha a
mãe nos torneios (Foto: Arquivo Pessoal)
mãe nos torneios (Foto: Arquivo Pessoal)
Para Carol, a maior dificuldade da maternidade é justamente conciliar os cuidados com José com a rotina que o esporte de alto rendimento exige. Agora, com muita antecedência, a jogadora já se programa para pensar na logística das viagens. O período de duas semanas que passou na China é considerado por ela o tempo máximo que consegue ficar sem ver o filho. Para as viagens, ela precisa providenciar também para que haja sempre alguém a acompanhando. Em Saquarema, a babá também fica “concentrada” no CT para ajudá-la.
O lado positivo, no entanto, compensa todo o malabarismo que Carol precisa fazer. A mudança radical que sua vida sofreu com o nascimento de José superou as expectativas que a atleta tinha sobre a maternidade.
- É muito mais do que eu esperava. Imaginava que era incrível, mas só vivendo mesmo. Não tem como explicar. O mais difícil é o lance das viagens, de avaliar quando é uma boa levar ele ou não. Tenho que me organizar com mais antecedência, mas não tem muito mistério. Só vivendo o dia-a-dia mesmo. Não necessariamente fazer o que a minha mãe fez comigo vai ser o melhor a fazer com ele. Se tivesse receita, como bolo, seria mole. Mas não tem. Mesmo assim, ou por isso mesmo, é muito bom.
Carol e o filho na apresentação da seleção brasileira, em dezembro de 2012, no Rio (Foto: CBV)
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