terça-feira, 16 de abril de 2013

Vasco exime Carlos Alberto de culpa por doping e fala em contaminação


Em nota, clube diz que pode ter havido 'contaminação cruzada' com duas substâncias em tratamento ortomolecular. Meia levará suspensão preventiva

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro

Carlos Alberto treino Vasco (Foto: Marcelo Sadio / Site do Vasco)Carlos Alberto já pediu contraprova de exame
(Foto: Marcelo Sadio / Site do Vasco)

O Vasco divulgou um comunicado oficial nesta terça-feira revelando que foi avisado pela Federação do Rio do resultado do exame antidoping do meia Carlos Alberto na partida contra o Fluminense, no dia 2 de março. De acordo com a nota, as substâncias para as quais o atleta testou positivamente são Hidroclorotiazida e Carboxi-Tamoxifeno. (metabólico do tamoxifeno).

Segundo o clube, o atleta solicitou a análise da contraprova a um laboratório e aguarda novo resultado. A nota, assinada pelo diretor médico cruz-maltino Clovis Munhoz, diz que a possível presença das substâncias na contraprova não denotaria dolo para o atleta, e sim "contaminação cruzada na confecção dos suplementos medicamentosos (medicação ortomolecular) os quais o atleta já faz uso há mais de um ano, com autorização do clube".

Na opinião de Eduardo de Rose, brasileiro que integra a Organização Mundial Antidoping, a contaminação envolvendo as substâncias que aparecem no exame de Carlos Alberto não é comum.

- Já vi contaminação por hidroclorotiazida, mas nunca por tamoxífeno. No entanto, os dois juntos não é algo simples. Além disso, há substâncias permitidas e proibidas, e isso vale para aqueles atletas que fazem, ou não, tratamentos. A não ser que tenham uma autorização para tomar um certo tipo de medicamento – explicou De Rose.

Carlos Alberto soube do resultado do exame assim que chegou a São Januário na manhã desta terça-feira. Ainda no vestiário, o diretor executivo de futebol do clube, René Simões, procurou o jogador para avisá-lo. Por isso, o meia-atacante subiu atrasado ao campo e teve uma curta conversa com o técnico Paulo Autuori. O departamento médico informou a Carlos Alberto que uma das substâncias encontradas (Carboxi-Tamoxifeno) em seu organismo costuma aparecer em remédios que combatem o câncer de mama, enquanto a outra (Hidroclorotiazida) é um diurético que combate a hipertensão arterial.

O vice-presidente do TJD-RJ, Marcelo Jucá, explicou o procedimento e indicou que o jogador será suspenso preventivamente.

- A partir do momento que ocorre o resultado, que é confirmado que o atleta atuou em alguma partida com substância proibida, o laboratório comunica a Ferj e o atleta, de forma sigilosa. A Ferj encaminha isso para o tribunal, que suspende preventivamente por determinação legal e abre prazo para o clube, o atleta e o médico apresentarem uma defesa prévia. É a diferença do procedimento do doping para o procedimento sumário, como em outros casos de infração disciplinar. Ele apresenta defesa antes de ser denunciado. A partir daí, a procuradoria do tribunal decide se oferece denúncia ou não. Desde 2009, com a mudança no CBJD, passamos a adotar integralmente o código mundial anti-dopagem da Wada. De acordo com o artigo 102 do CBJD, após o resultado, o presidente da Ferj tem 24h para enviar o laudo ao TJD. O TJD passa a ter então 24h para decretar suspensão preventiva por no máximo 30 dias.

Confira a nota oficial na íntegra:

O Departamento Médico do Club de Regatas Vasco da Gama foi informado através de ofício da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ), datado de 15/4/2013, do resultado analítico adverso, com a presença de traços das substâncias Hidroclorotiazida e Carboxi-Tamoxifeno (metabólico do tamoxifeno) na amostra de urina do atleta Carlos Alberto Gomes de Jesus, no jogo Vasco x Fluminense, em 2/3/2013.

Temos a esclarecer o seguinte:


1- Foi solicitado pelo atleta a análise da contraprova ao laboratório LADETEC, no prazo legal;
2-Se confirmada pela contraprova, a presença das substâncias referidas, estas, na nossa visão, não denotam dolo por parte do atleta e, sim, contaminação cruzada na confecção dos suplementos medicamentosos (medicação ortomolecular) os quais o atleta já faz uso há mais de um ano, com autorização do clube.

Estamos tomando todas as medidas necessárias para identificar as causas desse problema e apresentar a defesa do atleta.

Clovis Munhoz
Diretor Médico


FONTE:http://globoesporte.globo.com/futebol/times/vasco/noticia/2013/04/vasco-divulga-nota-oficial-sobre-doping-de-carlos-alberto.html

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