Em nota, clube diz que pode ter havido 'contaminação cruzada' com duas substâncias em tratamento ortomolecular. Meia levará suspensão preventiva
Carlos Alberto já pediu contraprova de exame
(Foto: Marcelo Sadio / Site do Vasco)
(Foto: Marcelo Sadio / Site do Vasco)
Segundo o clube, o atleta solicitou a análise da contraprova a um laboratório e aguarda novo resultado. A nota, assinada pelo diretor médico cruz-maltino Clovis Munhoz, diz que a possível presença das substâncias na contraprova não denotaria dolo para o atleta, e sim "contaminação cruzada na confecção dos suplementos medicamentosos (medicação ortomolecular) os quais o atleta já faz uso há mais de um ano, com autorização do clube".
Na opinião de Eduardo de Rose, brasileiro que integra a Organização Mundial Antidoping, a contaminação envolvendo as substâncias que aparecem no exame de Carlos Alberto não é comum.
- Já vi contaminação por hidroclorotiazida, mas nunca por tamoxífeno. No entanto, os dois juntos não é algo simples. Além disso, há substâncias permitidas e proibidas, e isso vale para aqueles atletas que fazem, ou não, tratamentos. A não ser que tenham uma autorização para tomar um certo tipo de medicamento – explicou De Rose.
Carlos Alberto soube do resultado do exame assim que chegou a São Januário na manhã desta terça-feira. Ainda no vestiário, o diretor executivo de futebol do clube, René Simões, procurou o jogador para avisá-lo. Por isso, o meia-atacante subiu atrasado ao campo e teve uma curta conversa com o técnico Paulo Autuori. O departamento médico informou a Carlos Alberto que uma das substâncias encontradas (Carboxi-Tamoxifeno) em seu organismo costuma aparecer em remédios que combatem o câncer de mama, enquanto a outra (Hidroclorotiazida) é um diurético que combate a hipertensão arterial.
O vice-presidente do TJD-RJ, Marcelo Jucá, explicou o procedimento e indicou que o jogador será suspenso preventivamente.
- A partir do momento que ocorre o resultado, que é confirmado que o atleta atuou em alguma partida com substância proibida, o laboratório comunica a Ferj e o atleta, de forma sigilosa. A Ferj encaminha isso para o tribunal, que suspende preventivamente por determinação legal e abre prazo para o clube, o atleta e o médico apresentarem uma defesa prévia. É a diferença do procedimento do doping para o procedimento sumário, como em outros casos de infração disciplinar. Ele apresenta defesa antes de ser denunciado. A partir daí, a procuradoria do tribunal decide se oferece denúncia ou não. Desde 2009, com a mudança no CBJD, passamos a adotar integralmente o código mundial anti-dopagem da Wada. De acordo com o artigo 102 do CBJD, após o resultado, o presidente da Ferj tem 24h para enviar o laudo ao TJD. O TJD passa a ter então 24h para decretar suspensão preventiva por no máximo 30 dias.
Confira a nota oficial na íntegra:
O Departamento Médico do Club de Regatas Vasco da Gama foi informado através de ofício da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ), datado de 15/4/2013, do resultado analítico adverso, com a presença de traços das substâncias Hidroclorotiazida e Carboxi-Tamoxifeno (metabólico do tamoxifeno) na amostra de urina do atleta Carlos Alberto Gomes de Jesus, no jogo Vasco x Fluminense, em 2/3/2013.
Temos a esclarecer o seguinte:
1- Foi solicitado pelo atleta a análise da contraprova ao laboratório LADETEC, no prazo legal;
2-Se confirmada pela contraprova, a presença das substâncias referidas, estas, na nossa visão, não denotam dolo por parte do atleta e, sim, contaminação cruzada na confecção dos suplementos medicamentosos (medicação ortomolecular) os quais o atleta já faz uso há mais de um ano, com autorização do clube.
Estamos tomando todas as medidas necessárias para identificar as causas desse problema e apresentar a defesa do atleta.
Clovis Munhoz
Diretor Médico
FONTE:http://globoesporte.globo.com/futebol/times/vasco/noticia/2013/04/vasco-divulga-nota-oficial-sobre-doping-de-carlos-alberto.html
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