Sky Italia' dá mais detalhes sobre transferência frustrada e diz que clube espanhol recusou empréstimo e tentou negociar o meia em definitivo
Kaká, por enquanto, segue no Real: Milan deve voltar a fazer proposta (Foto: Getty Images)
Segundo a "Sky Italia", o presidente do Real, Florentino Perez, pediu € 20 milhões (R$ 54 milhões) ao vice do Milan, Adriano Galliani, nesta segunda para a transferência de Kaká em definitivo. Porém, o clube de Milão não está em condições financeiras de investir tão alto em um jogador.
O canal diz ainda que até domingo tudo parecia certo para o empréstimo de Kaká por 30 meses, já que o brasileiro teria aceitado reduzir seu salário para retornar ao time italiano durante a atual janela do mercado, que será fechada no dia 31 deste mês.
A "Sky Italia" afirma que ainda há chance de negociação entre os dois clubes até o final de janeiro, mas que o mais provável é que o Milan volte a tentar a contratação de Kaká apenas no final da temporada e que fará uma proposta "forte" para voltar a contar com o meia.
Na tarde desta segunda, após a imprensa italiana ter dado como certa a transferência, Galliani anunciou que o Milan havia desistido de Kaká por "por problemas fiscais":
- As negociações por Kaká falharam. Não seria possível completar a transferência por questões fiscais. Isso aconteceu há uma hora. Tínhamos chegado a um acordo em todo o resto. Kaká estava fazendo todos os esforços possíveis e imagináveis para vir, mas as questões legais e fiscais não eram fáceis. Quando um país paga 24 por cento e o outro paga 47 ou 48, devemos perguntar se é normal. Nesta altura penso que ficaremos assim.
Questões fiscais: entenda o caso
Para ir para o Milan, Kaká baixaria o salário de € 10 milhões (R$ 27,1 milhões) para € 6 milhões anuais (R$ 16,26 milhões), segundo o jornal "Gazzetta dello Sport". Quando o meia chegou à Espanha, ele assinou o seu contrato amparado pela Lei Beckham, que permitia aos jogadores estrangeiros pagarem à Fazenda Espanhola apenas 24% de impostos referentes de seu primeiro vínculo. Esta lei foi revogada em 2012 no país e os novos contratos já são taxados em 52%.
O Milan queria Kaká por empréstimo porque, desta forma, poderia disfarçar os vencimentos de Kaká conforme o seu acordo com o Real Madrid - ele seguiria como atleta do clube merengue e não faria um novo contrato, já que na Itália as exigências do governo são de 47% a 48% de tributos - citados por Galliani em sua entrevista. O Real, por sua vez, exigia uma cessão completa dos direitos de Kaká, o que ia diretamente contra as limitações financeiras do Milan. E os italianos, assim como Kaká, não aceitavam arcar com essa diferença.
- Provavelmente o Milan está calculando uma pedida livre de impostos e a incidência tributária. Se Kaká quer € 6 milhões livres, isso na verdade significa algo próximo a € 9 milhões brutos para o clube italiano, como os € 10 milhões são quase € 13 milhões para o Real Madrid. Quando os clubes fazem contratos federativos, o que vai registrado para a liga são os valores brutos. Não vai aparecer € 6 milhões, e sim € 9 milhões. É o valor que lança na contabilidade e é utilizado inclusive em questões de auditoria da Uefa - disse o advogado especializado em direito esportivo Marcos Motta ao GLOBOESPORTE.COM.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/2013/01/tv-real-pediu-r-54-milhoes-por-kaka-e-que-milan-tentara-de-novo-em-junho.html
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