Atacante, ex-Bota e Voltaço, se recupera de lesão no tendão de Aquiles. Ele acredita que foi milagre ter sobrevivido em tragédia que matou seu amigo
Fábio posa na frente das camisas do Botafogo e
do Volta Redonda (Foto: Arquivo Pessoal)
do Volta Redonda (Foto: Arquivo Pessoal)
Em março, Fábio se envolveu em um grave acidente de carro na rodovia BR-393, em Paraíba do Sul, no interior do Rio de Janeiro. Um caminhão desgovernado invadiu a pista e acertou seu veículo. O atacante, que estava no carona, só teve alguns arranhões, mas seu amigo, Rubimar Carvalho da Silva, que estava ao volante, não resistiu aos ferimentos e morreu. O jogador acredita que foi um milagre ter sobrevivido.
- Perdi um amigo especial, muito querido. Fizemos uma viagem. Na ida, eu fui dirigindo. Na volta, foi ele. Muito complicado, era muito meu amigo. Ainda tentei socorrê-lo, mas não foi possível. Pelos ferimentos que ele teve e pelo que sobrou do carro, não tem explicação para eu estar vivo. Nasci de novo, tive apenas leves cortes, praticamente nada. Depois disso, acabo tendo uma outra visão da vida, passo a dar mais valor ao que realmente faz diferença.
Bem preparado fisicamente, ainda dou um caldo bom"
Fábio, atacante
- Rompi um pedaço do tendão de Aquiles durante o Carioca do ano passado. Apenas a fisioterapia não resolveu, precisei fazer a cirurgia. Estou me recuperando e muito em breve estarei pronto para jogar. Já tive dois convites, um da Série B e outro da Série C. Vou cuidar do meu corpo primeiro e depois ver onde vou jogar. Não tenho mais tempo para errar. Estou com 32 anos e acredito ter mais três ou quatro anos de carreira.
Confiante, o atacante acredita estar em boa forma para ter um desempenho parecido com o que teve em 2002, quando, com a camisa do Volta Redonda, marcou 16 gols e foi o artilheiro do Estadual.
- Estou no meu melhor peso, o mesmo de quando fui artilheiro do Carioca. Quem acreditar em mim não vai se arrepender.
Fábio durante seu trabalho de recuperação da lesão no tendão de Aquiles (Foto: Arquivo Pessoal)
GLOBOESPORTE.COM: Como foi a recuperação desta complicada lesão? O Adriano tem tido muita dificuldade...
FÁBIO: Minha lesão foi um pouco diferente da dele. O rompimento do meu tendão foi parcial, e o dele foi total. Outra diferença entre eu e o Adriano é a conta bancária (risos). O problema no tendão de Aquiles é um pouco diferente, é um tecido pouco irrigado. É uma coisa bem delicada. Procurei perder o máximo de peso possível para não forçá-lo muito. Agora estou correndo sem dor, fortalecendo a região.
Foi o seu problema físico mais complicado na carreira?
Foi minha terceira cirurgia, já tive que fazer no joelho. Tudo na perna esquerda. Minha vida sempre foi de muita superação.
Minha maior saudade é de fazer gol. É uma coisa indescritível, isso que me move. Sou bem consciente. Bem preparado fisicamente, ainda dou um caldo bom. Estou na parte final da minha recuperação e vou começar a negociar com quem acreditar em mim. Quem acreditar, não vai se arrepender.
Você jogou no Botafogo de 2002 a 2004. Quais as principais lembranças do clube?
Ainda tenho um processo contra o Botafogo (cobrança), infelizmente, por culpa do presidente da época, o Bebeto de Freitas. Mas tenho o maior orgulho de ter vestido aquela camisa. Ajudei o time a retornar à Primeira Divisão, joguei no ano do centenário. Fiz 17 gols, alguns deles marcantes (acima, relembre a vitória de 2 a 1 sobre o São Paulo em 2002, na qual Fábio marca o segundo gol alvinegro).
Em qual outro clube considera que teve uma passagem marcante?
Fábio comemora gol pelo Volta Redonda: 'É o meu
xodó' (Foto: Agência Reuters
xodó' (Foto: Agência Reuters
Desde 2001, após o início deste século, ninguém fez mais gols que você em uma edição do Carioca. Foram 16 em 2002. O que representa esta marca?
É um orgulho. Fora o Edilson (também 16 gols, em 2001), que encerrou a série do Romário, ninguém fez tantos gols. E são muitos grandes atacantes que jogam no Rio.
Como foi jogar no Al Hazm, da Arábia Saudita? Sentiu muito a diferença cultural, tem alguma história interessante da passagem por lá?
Foi uma experiência legal, a parte financeira é boa. Mas parece o pior lugar do mundo. Fui sozinho para uma cidade pequena e com costumes difíceis para nós brasileiros. Foi inusitado. O Iranildo já tinha jogado lá no ano anterior. O que ajudava é que o treinador, atualmente auxiliar do Mourinho, era português. Eu nunca tinha saído do país... e depois ainda teve a época do Ramadã.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/noticia/2012/05/achei-apos-grave-acidente-fabio-conta-horas-para-voltar-jogar.html
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