quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Este é o Botafogo que deve ser reconhecido pelos verdadeiros torcedores do Clube da Estrla Soliyária


Quarta-feira, 22 de Fevereiro de 2012

O exemplo Botafogo


por Lédio Carmona
em Jogo Aberto – jornal Extra, 18.02.2012

Sabe qual é o grande clube do Rio mais bem organizado no momento? É o Botafogo. Procure reportagens sobre salários atrasado. Nada. Busque críticas de jogadores a precárias condições de trabalho. São raríssimas. Treinador jogando pedra na estrutura e reclamando do falatório de cartolas? Oswaldo de Oliveira está encantado com o pacote encontrado em General Severiano e no Engenhão. Há anos, o Botafogo se estrutura. Evidente que ainda não tem o glamour patrimonial do Barcelona (nem o dinheiro), nem do São Paulo, do Internacional e até da dupla Atletiba, do Paraná. Mas os alvinegros conseguem caminhar com as próprias pernas. Sem alarde, sem tumulto, sem denúncias, sem greves, sem gente emburrada. O Botafogo cresceu. Mas, infelizmente, poucos têm vontade de contar essa história.

O Botafogo também tem um bom time. Que chegou a cinco finais de Estadual nos últimos seis anos – ganhou duas. Que tem brigado sistematicamente por vaga na Libertadores durante o Brasileirão. Que tem ídolos caros, como Loco Abreu, sem vontade alguma de deixar o clube. E jogadores consagrados como Renato, que aceitaram deixar o conforto de jogar no Sevilla e ganhar em Euros para voltar ao Brasil e jogar no Botafogo. Nada disso é de graça. O supersticioso mundo alvinegro se organizou. Equacionou suas dívidas, recuperou respeito e credibilidade. Mas, sabe-se lá porquê, nunca ninguém liga para isso na tela da TV, nas ondas dos rádios, nas páginas de jornal e nos sites da Internet.

Não, nem tudo é perfeito. Nem sou assessor de imprensa do Botafogo. Só entendo que, num período recheado de oba-oba na mídia, com confetes, serpentinas e salamaleques para clubes mal-administrados e refém de jogadores, elogiar quem trabalha direito e procura estabelecer uma gestão profissional, é algo obrigatório e justo. Falta, agora, ao Botafogo maior estofo psicológico para não apenas brigar por títulos, mas também conquistá-los, sem fraquejar no momento decisivo. Será o salto definitivo. Que, esperamos, seja finalmente bem contado por aqueles que insistem em não ver a revolução silenciosa e bem-feita perpetrada há anos em General Severiano.

[Nota de Mundo Botafogo: obrigado, Claudio Falcão]

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