Foi um grande
clássico no Engenhão, com pouco mais de 17 mil pagantes (22 mil
presentes). Não chegou a ser rico em técnica, com dois times ansiosos,
forçando passes e errando 64 deles. Mas não dava para respirar. A bola
não parava. Intensidade plena e absoluta. A diferença que levou ao
placar final é límpida e transparente. E explica bem porque o Botafogo
(53%) venceu 10 jogos no Brasileirão, enquanto o Fluminense perdeu os
mesmos 10 (53%). O time alvinegro não é só melhor do que o tricolor –
tal detalhe só um fanático com venda nos olhos não enxerga. É também
pronto, ajustado, com plano de jogo definido, suplentes mais integrados
ao elenco e, principalmente, jogadores em forma técnica exuberante. O
Fluminense não se entrega, luta até o fim, mas está enfraquecido. No
papel e na ação do jogo. Abel tenta impor padrão, você nota a evolução,
mas o maior pecado do momento é a péssima (ou burocrática) fase técnica
de alguns jogadores. A cabeça quer, os pés não respondem. E os atuais
campeões se resignam a uma gangorra modorrenta de perde-e-ganha que
promete confiná-lo no ostracismo do meio da tabela.
O Fluminense
joga para não perder. Até acho exagerado esse número de 10 derrotas. Mas
joga pouco para ganhar. O jeito que o time atua chama empate. Seria
mais razoável que os tricolores tivessem 10 empates. Mas o futebol é tão
caprichoso que o menos aconteceu com o clube no Brasileirão foi
empatar (apenas uma vez). Enfim, Abel busca o caminho. Mas sem os
jogadores responderem em campo (e só garra não adianta) será difícil
sair do marasmo.
Jefferson
fica com a bola e repõe com rapidez para Loco Abreu na intermediária do
Botafogo. O uruguaio arrancou, sempre de cabeça erguida, com uma avenida
larga e deserta à disposição. Do lado direito, Lucas, em desabalada
carreira, pedia a bola. Loco segurou até o momento certo. E deu o passe.
Lucas entrou, ajeitou e, no segundo passo, soltrou o chute seco,
rasteiro e indefensável. Aula de contra-ataque.
Gol que
marcou e decidiu o jogo. A partir daí, o Botafogo mandou, Renato assumiu
de vez o meio de campo e o Fluminense só tentava levantar bola na área.
Os alvinegros mereciam mais gols. Mas não foi preciso. Ganhou o
Botafogo. De novo. Perdeu o Fluminense. De novo.
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