FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/alexandre-de-moraes-e-as-respostas-polemicas-a-imprensa-inventa
Sabatina deve terminar por volta das 20h30 desta terça, seguida de votação. Presidente do Senado, Eunício Oliveira, também pretende concluir votação do plenário imediatamente depois
Jornal GGN - Em sabatina, o indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por Michel Temer, Alexandre de Moraes, negou ter trabalhado para a facção criminosa PCC, sobre as acusações de ter recebido R$ 4 milhões de empresa alvo da Operação Acrônimo disse ser "invenção da imprensa" e disse não existir "desmonte" da Lava Jato pelo governo.
Até o momento, foram quase seis horas de sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Sobre a Operação Lava Jato, tema recorrente e de interesse dos senadores, sobretudo os aliados e a cúpula peemedebista, Moraes minimizou as críticas contra o governo e sua atuação frente ao Ministério da Justiça.
Questionado sobre as mudanças que ocorreram na Polícia Federal desde a sua entrada, disse: "Não há desmonte [da Lava Jato]. Todos os delegados que saíram foram motivados por pedidos. Temos que lembrar que eles têm uma carreira", disse.
Entre os interessados no tema Lava Jato, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) criticou os parlamentares, afirmando que era preciso "abandonar a disputa política" na sabatina. Sobre os questionamentos de que Moraes no STF é uma tentativa de Temer de atuar a favor de sua cúpula e governistas, uma vez que o novo ministro herdará a revisão da Lava Jato, Aécio disse que é preciso "superar essas sabatinas e ultrapassemos essa disputa menor, político-partidárias".
Ainda, criticado por atuar na defesa de tucanos e do PSDB, Alexandre de Moraes disse que se julga "absolutamente capaz de atuar com absoluta imparcialidade, absoluta neutralidade dentro do que determina a Constituição".
Não comentou outros temas delicados, como a atuação da Polícia Militar de São Paulo, durante manifestações no período em que era secretário estadual de Segurança Pública, a sua relação de atuação na advocacia para o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e sobre a sabatina informal no barco do senador Wilder Morais (PP-GO).
Sobre a acusação de ter advogado para o PCC, disse que um deputado estadual solicitou a seu irmão, vereador e cooperado da Transcooper, uma garagem emprestada para uma reunião, em 2014. Nesse encontro, estavam presentes duas pessoas investigadas por ligação com o PCC.
"Absolutamente nada ficou comprovado em reação ao deputado, à Transcooper, que emprestou a garagem, muito menos nada em relação ao escritório. Primeiro que [o escritório] não sabia da reunião, segundo nada sabia em relação à garagem", disse o ministro licenciado de Temer.
"Não tenho absolutamente nada contra aqueles que são, que exercem a advocacia dentro das normas éticas e legais em relação a qualquer cliente, inclusive o PCC. Jamais fui advogado do PCC e de ninguém ligado ao PCC", completou.
Sobre as acusações de ter praticado plágio do jurista espanhol Francisco Rubio Llorente, afirmou que a história foi "inventada" por um candidato reprovado de concurso público, disse que a reportagem da Folha de S. Paulo foi "maldosa" e que a viúva do autor teria sido "induzida pelo repórter" a se manifestar sobre o plágio.
"A imprensa inventa o que bem entender", disse, também, sobre a acusação de ter recebido R$ 4 milhões da JHSF, empresa alvo da Operação Acrônimo, e que teve a investigação arquivada monocraticamente pelo ministro do STF, Luiz Fux, sem aprofundar quaisquer apurações.
Outro tema polêmico, ao ser questionado se ele foi o escolhido de Temer para "estancar a sangria" da Lava Jato, desviou e respondeu, por outro lado, que é contrário ao vazamento de informações das investigações, como a Lava Jato. "São criminosos. Seletivos ou não, a legislação não permite", disse.
"Não tenho relação com essas gravações, nem ministro eu era. Não poderia saber que seria indicado, nem da fatalidade que aconteceu com o ministro Teori Zavascki", continuou.
A sabatina de Alexandre de Moraes deve ser concluída por volta das 20h30 desta terça-feira. Após as perguntas e respostas, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) votará a indicação para o Supremo Tribunal Federal (STF), em procedimento secreto, bastando seu nome ser aprovado por maioria simples.
Em seguida, se aprovado pela CCJ, uma nova votação secreta ocorre no Plenário do Senado. O presidente da Casa, Eunício Oliveira, já manifestou que pretende fazer esta votação ainda hoje (21). Neste caso, precisará da aprovação de, pelo menos, 41 dos 81 senadores para ocupar o cargo no Supremo.
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