FONTE:
http://jornalggn.com.br/autor/patricia-faermann
SEX, 05/08/2016 - 16:11
ATUALIZADO EM 05/
Patricia Faermann
Jornal GGN - Em depoimento de cerca de dez horas a procuradores da República da equipe de Sergio Moro, o empresário Marcelo Odebrecht teria explicado detalhes, nesta quinta-feira (05), sobre pagamentos ilícitos feitos a políticos de diversos partidos nos últimos anos. A temida delação envolve cerca de 100 políticos, em negociação realizada desde maio.
Apesar de ainda não ser considerada parte do acordo, o depoimento de dez horas adiantou as informações que o executivo pode passar aos investigadores da Lava Jato. O ponto central da conversa foi a motivação da Odebrecht para fazer as transferências: se foram parte de caixa dois de campanha ou propina direta ligada a contratos de obras públicas.
O depoimento é um dos últimos feitos por Marcelo na tentativa de alcançar o acordo com os procuradores, que já informaram que a proposta é "satisfatória", exigindo, ainda, detalhamentos dos fatos e documentação.
A exemplo do que vem sendo feito pela força-tarefa, os acordos de delação não apenas impõe o testemunho e narrativa de acusações, envolvendo outras empresas e pessoas investigadas, mas também a apresentação de arquivos e documentos, para servir como provas a sustentar as informações prestadas.
A tática dos procuradores é que se o delator não oferece tais documentos, não traz benefícios ao Ministério Público Federal (MPF). Já se os investigados fornecem tais provas materiais, mais fácil se torna a condenação de terceiros, sustentadas nas delações.
Há, ainda, orientações dos investigadores a respeito do que pode oferecer aquele delator. Se a investigação já está concluída sobre um réu ou se o caso não está na mira dos procuradores da Lava Jato, também o acordo não é acertado.
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