Em boa fase, zagueiro visita Pão de Açúcar, revela reconhecimento de torcedores nas ruas, planeja parar também Paolo Guerrero e vê Alvinegro como o favorito no Carioca
- O Brasil é um país do qual sempre gostei, vim muitas vezes de férias para cá. Poder viver no Brasil trabalhando com o que gosto... (suspiro) Estou desfrutando muitíssimo. (...) Fui conhecendo o que está mais perto, hoje foi o Pão de Açúcar, em dois dias chegam meus pais e vamos programar a ida ao Cristo. Fui lá quando era muito pequeno e não me lembro. E, bom, vou acabar voltando ao Pão de Açúcar (risos). (...) Gosto muito do clube, da equipe, do Rio... Sigo desfrutando o dia a dia para quem sabe terminar minha carreira aqui. Jogarei até o corpo dizer "basta" (risos) - prometeu o xerife, que saiu do futebol argentino pela primeira vez, tem contrato no Botafogo até o fim de 2017 e não pensa em parar tão cedo depois de começar tarde sua carreira internacional.
Para virar "carioca" de vez, falta se acostumar ao calor, ao idioma, que ainda sai muito misturado com o espanhol, conhecer mais a "Cidade Maravilhosa"... Em campo, a velocidade da adaptação impressiona. E ele admite que não esperava ser tão reconhecido nas ruas como vem sendo pelos torcedores. Dos quatro gringos contratados pelo Alvinegro para a temporada, Carli foi o único que vingou até agora. Animado com o início da Taça Guanabara, recheada de clássicos, o zagueiro espera parar Paolo Guerrero como fez com Fred e Nenê e aponta o Botafogo como o favorito ao título do Campeonato Carioca após a melhor campanha na primeira fase.
Carli visitou Pão de Açúcar com a mulher
Mariela, da filha Avril, de sete anos, e do
filho Valentín, de seis (Foto: Divulgação)
GloboEsporte.com: O que está achando de morar no Rio?
Carli: A experiência é muito boa. Não senti a mudança, o Brasil é um país do qual sempre gostei, vim muitas vezes de férias para cá. No Rio estive três vezes. Conheço também Búzios, Florianópolis e Maragogi (AL), que é muito lindo. E poder viver no Brasil trabalhando com o que gosto... Estou desfrutando muitíssimo.
Quais lugares do Rio já visitou? Qual vai ser o próximo destino?
Praias, somente praias (risos). Ainda não pude realizar passeios, estou esperando meus pais chegarem para não ter que fazer tantas vezes (risos). Fui conhecendo o que está mais perto, hoje foi o Pão de Açúcar, em dois dias chegam meus pais e vamos programar a ida ao Cristo. Fui lá quando era muito pequeno e não me lembro. E, bom, vou acabar voltando ao Pão de Açúcar (risos).
O que faz em seus dias de descanso? Vai a shoppings centers, cinema...?
Isso é mais para a minha mulher, mas costumo acompanhá-la. Gosto de ficar com minha família, descansar, se puder ir um pouquinho à praia, senão fico em casa tranquilo.
Na rua, os torcedores do Botafogo já te reconhecem? E dos outros times?
Sim, me chamou a atenção. Mais do que esperava. Muitas vezes acontece no shopping, sempre recebendo afeto, tirando foto... São bons momentos. Por sorte, só torcedores do Botafogo (risos).
Você sabe que já virou um "xerife" alvinegro para a torcida?
Escutei o "xerife" (risos). Bem, agradeço o apoio (disse, ficando desconcertado com o elogio).
Sua família vai sempre aos jogos?
Sim, tentamos sempre porque eles gostam. Ainda não pude entrar com meu filho no campo, é algo que também sempre sonhei e na Argentina não está permitido. Espero poder desfrutar disso aqui.
E o idioma? Seus filhos estão aprendendo bem?
Sim, mais rápido que eu (risos). Me comunico, mas falar é mais complicado. Eu e minha mulher nos surpreendemos porque meu filho tem três anos e já tira algumas palavras em português. Outro dia fomos à uma loja que estava fechada já porque era tarde (Nota da redação: em espanhol, "fechada" se fala "cerrada), e ele disse: "Papai, a loja está fechada" (risos). Ficamos surpresos. E minha menina também se comunica bem.
Após marcar seu nome nos clássicos, xerifão
alvinegro deixa sua marca no mural do Pão
de Açúcar (Foto: Thiago Lima)
de Janeiro da que se vive na Argentina?
Muito calor (risos). A comida aqui é muito rica, era outro medo que tínhamos com nossos filhos, mas parece que eles gostaram mais da comida daqui do que a de lá, pois estão comendo muitíssimo (risos). A diferença é como se tratam as pessoas, de forma mais afetuosa, pelo menos a mim me chamou a atenção. Fui recebido muito bem, estou muito agradecido. O que mas sinto falta é de reunir a família, algo que estou muito acostumado. Mas estamos formando boas relações com os companheiros e também estamos planejando nos reunir em algum momento.
E no futebol, todos os estrangeiros do Botafogo estão tentando se adaptar. Por que só você não precisou de adaptação e já foi muito bem logo no primeiro jogo?
Por sorte. Trabalho muito, isso faz com que a adaptação seja mais rápida. Pode ser que a posição também seja menos complicada na hora de se adaptar. Mas as pessoas me receberam muito bem, meus companheiros, comissão técnica... Isso ajuda a não sentir as mudanças. Tanto eu quanto aos outros estrangeiros estamos cômodos dentro do clube. Assim é mais fácil se adaptar ao que é o Botafogo, ao futebol brasileiro.
O Ricardo Gomes, que já foi zagueiro, conversa muito com você? Algum conselho dele já o fez mudar alguma coisa no campo?
Não algo pontual, e sim mais geral. Ele conversa e nos transmite sua experiência. Temos que assimilar o que ele nos passa porque sua trajetória mostra que foi um grande jogador.
Você já disse que gosta de clássicos, e agora tem mais. Está preparado?
Os clássicos em qualquer país do mundo tem um "plus", e tanto aqui quanto na Argentina se vê de uma forma diferente. Agora vem uma parte mais linda, com mais importância pelo que se joga, pela quantidade de clássicos que vamos enfrentar, e também é um bom teste para nós.
Você já enfrentou grandes jogadores como Nenê, Fred, e agora vai travar duelo com o Paolo Guerrero. Vai pará-lo como fez com os outros?
Ainda não o enfrentei, mas já o vi jogar. Vai ser duro, mas tenho muita fé.
Argentino espera "pegar carona" no bom
momento do "bonde do Botafogo" e fazer
história no clube (Foto: Thiago Lima)
Somos favoritos. O Botafogo é uma equipe muito grande, terminou em primeiro e invicto na primeira fase, e isso mostra que somos favoritos ao campeonato. Estamos trabalhando muito para essa segunda fase que é a mais importante, que define quem vai ser o melhor.
Você está com 29 anos, pensa em encerrar a carreira no Botafogo? Até que idade pretende jogar?
Tomara! Gosto muito do clube, da equipe, do Rio... Sigo desfrutando o dia a dia para quem sabe terminar minha carreira aqui. Jogarei até o corpo dizer "basta" (risos).
E qual é seu sonho à esta altura da carreira?
Continuar no Botafogo e triunfar no clube. Estou muito cômodo aqui, minha família também, esse é meu principal objetivo.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia/2016/03/turismo-praia-e-futebol-carli-curte-rio-e-projeta-encerrar-carreira-no-botafogo.html
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