sábado, 27 de fevereiro de 2016

Peter vê ambição política de Mario e confirma demissão de Baptista no F


Presidente diz que vice misturava atribuições do futebol com desejo de disputar comandar do clube. Cuca e Levir Culpi são alternativas. Fred recebe oferta da China




Por
Rio de Janeiro




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peter, fluminense, siemsen (Foto: Nelson Perez/Fluminense FC)
Peter Siemsen anunciou três saída do 
Fluminense: Mario, Simone e Eduardo 
(Foto: Nelson Perez/Fluminense FC)


O presidente Peter Siemsen, enfim, falou sobre a crise do Fluminense. Em entrevista coletiva nas Laranjeiras, na tarde desta quinta-feira, o mandatário reiterou a saída do vice-presidente de futebol, Mario Bittencourt e o afastamento temporário do diretor executivo, Fernando Simone - ambas anunciadas mais cedo pelo site do clube. E confirmou a demissão de Eduardo Baptista.

- Convoquei essa coletiva para comunicar formalmente a saída do vice-presidente, a licença do diretor executivo de futebol e a demissão do treinador. E basicamente é esse o anúncio a ser feito - disse o dirigente, abrindo a conversa com os jornalistas.

Peter justificou a decisão de exonerar Mario por este, no seu entendimento, confundir as atribuições do departamento com ambições políticas - o dirigente deve ser candidato à eleição presidencial de novembro. Por "carinho" e "respeito a antiguidade no clube", optou pelo afastamento temporário de Fernando Simone - o futuro deste é incerto, mas o certo é que não retomará o cargo. Foi a política, segundo Peter, que tumultuou o ambiente desde a derrota ao Botafogo na noite de quarta-feira.


Cada um faz a sua campanha. Por vezes, as coisas nem aconteciam. Isso prejudica o futebol. Vinha amadurecendo essa ideia (da saída do Mario). Respeito a história dele e a vontade política dele. Desejo sorte ao projeto pessoal. Mas esse projeto não pode prejudicar o clube".
Peter Siemsen, presidente do Flu

De acordo com Peter, o combinado era haver uma reunião entre as partes no Rio de Janeiro, para tratar da má fase do time em 2016. O presidente convocou este encontro. Mas... Mario demitiu Eduardo ainda em Cariacica, no Espírito Santo, cidade que recebeu o clássico, válido pelo Carioca, antes do retorno para casa. O mandatário se disse surpreso ao ver as informações da queda do treinador na imprensa.

 Foi quando decidiu pela saída dos dirigentes, que tiveram como último ato o desembarque mais cedo no Rio, no qual Fred admitiu haver crise.

- Política gera conflitos e debates em ano eleitoral nos clubes. Com rede social, cada um faz a sua campanha. Por vezes, as coisas nem aconteciam. Isso prejudica o futebol. Vinha amadurecendo essa ideia (da saída do Mario). Respeito a história dele e a vontade política dele. Desejo sorte ao projeto pessoal. Mas esse projeto não pode prejudicar o clube. O futuro do departamento? Vou comunicar nos próximos dias. O mais importante é decidir o diretor executivo e o treinador. Vou me pronunciar em breve - completou Peter, que não indicou apoio a Mario na eleição, mas o garantiu como advogado do clube.  

eduardo baptista, fluminense, cariacica (Foto: Nelson Perez/Fluminense FC)
Eduardo Baptista comandou o Flu por 26 
jogos: 37,1% de aproveitamento (Foto: 
Nelson Perez/Fluminense FC)


Por telefone e mensagens de whatsapp, Peter, então, comunicou Mario e Simone da decisão de mudar. Uma ideia que, como disse, "amadurecia fazia tempo". E tratou de conversar com o técnico, que passava a folga com a família em Paulínia, no interior de São Paulo:


Eduardo no Flu

26 jogos
8 vitórias
5 empates
13 derrotas
36 gols pró
37 gols contra
37,18% de aproveitamento


- Pude conversar com o Eduardo agora à tarde. Infelizmente, o projeto não deu certo, mas ele vai ter condições de fazer grandes trabalhos em outros clubes. Foi uma despedida dura, porque ele foi muito coreto e tem muita dignidade. A conversa foi longa e emocionante. Mas entendemos juntos que o melhor seria a saída dele.

Eduardo Baptista foi contratado em setembro de 2015. Foi o substituto de Enderson Moreira, e se tornou o quarto comandante do ano passado. O auge do trabalho foi a semifinal da Copa do Brasil, competição na qual foi eliminado pelo Palmeiras. Teve um aproveitamento de 37,18% aproveitamento.


Mário Bittencourt entrevista Fluminense (Foto: NELSON PEREZ/FLUMINENSE F.C)
Mario Bittencourt continuará como 
advogado do Fluminense (Foto: 
Nelson Perez/Fluminense F.C)


O movimento inicial de tentar contratar Cuca, feito por Mario, foi comentado por Peter, que não estabeleceu prazo nem perfil do treinador a ser buscado. O empresário Eduardo Uram, que cuida da carreira do ex-comandante do Atlético-MG, confirmou o contato. Mas Peter disse ser difícil haver acerto.
- Cuca é um excelente técnico. Óbvio que sem o Eduardo é um nome espetacular. Mas tem dificuldades, ele não pode trabalhar nos próximos meses, fora a questão financeira. Mas é um grande nome. Não descartaria. É um nome espetacular. Se for possível, ótimo, é maravilhoso - detalhou o presidente.

Cuca é um excelente técnico. Óbvio que sem o Eduardo é um nome espetacular. Mas tem dificuldades, ele não pode trabalha nos próximos meses, fora a questão financeira".
Peter Siemsen, presidente do Flu

Além de Cuca, Levir Culpi, outro que comandou recentemente o Galo, é cotado. Um pessoa ligada ao treinador negou ter havido contato do Flu. Por analisar as condições de trabalho, como atrasos salariais e estrutura deficitária de estádios e locais de treinos, considerou o retorno ao Rio difícil.
- Ainda não temos o perfil do novo técnico. Estamos analisando o mercado. Pode ser jovem ou experiente - completou o mandatário.


Peter, por fim, confirmou que Fred recebeu oferta para deixar o Flu. Porém, disse que o camisa 9 recusou a proposta.

- Vou se muito franco: tomei conhecimento ontem, e já tomei conhecimento junto com a informação, do time da China (nome não revelado), de que ele havia recusado. Apenas tomei conhecimento, não teve efeito em cima disso. Recebi a cópia da carta enviada pelo clube e da negativa dele, não tinha números na carta.

O Flu volta a treinar na manhã desta sexta-feira. O próximo jogo é na quarta diante do Friburguense.


Mais respostas de Peter Siemsen

Saída de Mario
A saída do Mário não tem a ver com o Profut. A empresa dele presta serviço na área jurídica e o cargo dele não remunerado era no futebol. Não tem ligação. A vida segue. Para mim foi uma decisão de proteção a área do futebol. Essa foi a minha ideia. Não vejo problema. O que chamou atenção foi a comunicação da demissão, que deveria ser feita em uma reunião e foi por telefone. Não vejo problema do Mário continua prestando serviços jurídicos ao clube se for de uma forma correta e profissional.

Conversa com treinador
O treinador, eu conversei com ele em Brasília. Não fui no jogo ontem. Conversamos no Fla-Flu e tínhamos uma expectativa diferente para o jogo do Botafogo. Não falo do placar, falo do desempenho. Diante do que foi apresentado contra o Botafogo, achei que cabia uma conversa diferente... Será que dava para recuperar? Mas seguimos outro caminho e sempre vou torcer por ele. Acho que cabia essa conversa antes da demissão. Sobre o elenco, dá para trabalhar e ter grandes resultados.

Apoio na eleição
Enquanto não estiver tudo bem organizado, prefiro me afastar de qualquer campanha. Mais para frente vou avaliar as candidaturas existentes e no momento certo vou me manifestar. E quem ganhar eu vou ajudar na transição. Vou anunciar meu apoio quando for adequado.


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/fluminense/noticia/2016/02/peter-reitera-saida-de-mario-e-confirma-saida-de-eduardo-baptista-do-flu.html

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