Aos 45 anos, suíço mantém ficha limpa apesar de relação com Blatter e Platini. Vice, Salman tem nome ligado a polêmicas e ganhou apoio do ex-presidente da entidade
A escolha de Gianni Infantino para presidente da Fifa não quer dizer a
resolução imediata de nenhum dos incontáveis problemas da entidade, mas
siginifica evitar vários outros. O que, para esta Fifa, não é pouco.
O suíço de 45 anos conseguiu ser um dos cartolas mais poderosos do mundo - era secretário-geral da Uefa - sem ter a ficha suja. Para quem convivia tão perto com Blatter, Valcke, Platini, é uma proeza.
Não foram poucos os funcionários da Fifa que suspiraram de alívio quando foi anunciada a derrota do xeque do Bahrein Salman Ibrahim Al-Khalifa, que polarizou a disputa com Infantino.
Enquanto a eleição ocorria numa arena multiuso em Zurique, já havia protestos anti-Salman na rua, com farta distribuição de fotos de pessoas supostamente torturadas pelo regime do xeque no Bahrein.
Nos escritórios de ONGs de defesa dos direitos humanos na Europa e nos EUA já havia uma pesada artilharia midiática pronta para ser usada assim que o xeque fosse declarado vencedor. O recado: a Fifa endossa tortura a atletas, acusações que o xeque refuta.
Depois de todas as revelações de 2015, tudo o que a Fifa não precisava era acrescentar "violação de direitos humanos" a uma lista que já tem "fraude", "distribuição de propina", "apropriação indébita" e outros crimes dos quais seus cartolas são acusados.
Na
outra trincheira, a mesma engrenagem que trabalhou para o Catar ser
escolhido como sede da Copa de 2022 atuou para tentar desqualificar
Infantino e fazer do xeque Salman o novo presidente da Fifa.
Outra coincidência incômoda: o barenita era o preferido de Joseph Blatter. Em entrevista ao jornal "The New York Times" nesta semana, o agora ex-presidente da Fifa defendeu xeque como seu sucessor ideal.
Ao jornal americano, Blatter desqualificou as acusações de tortura ao dizer que "o país dele é reino, então é diferente" e também questionou se todas os país europeus são realmente limpos quando se trata de direitos humanos.
Infantino era ligado a Platini, mas a resistência a Blatter (assim como a ficha corrida do ex-presidente) era e é muito maior entre patrocinadores, mídia, torcedores e até entre os funcionários da Fifa.
A vitória de Infantino também significa uma aproximação definitiva com o futebol europeu. João Havelange, entre 1974 e 1998, abriu as fronteiras da Fifa e fez crescer o protagonismo da (ex-) periferia da bola.
Blatter, embora seja suíço, seguiu os passos de Havelange e sempre manteve uma relação conflituosa com a Uefa. Tanto era assim que, na eleição do ano passado, a Europa em peso votou no príncipe Ali da Jordânia.
A Conmebol também sai fortalecida da eleição na Fifa. Embora um ou outro país sul-americano tenha cogitado mudar de voto (Brasil incluído), o presidente Alejandro Domínguez sempre bancou o apoio a Infatino.
O suíço de 45 anos conseguiu ser um dos cartolas mais poderosos do mundo - era secretário-geral da Uefa - sem ter a ficha suja. Para quem convivia tão perto com Blatter, Valcke, Platini, é uma proeza.
Eleito presidenteda Fifa, Infantino não carrega
nas costas acusações de corrupção (Foto:
REUTERS/Ruben Sprich)
Não foram poucos os funcionários da Fifa que suspiraram de alívio quando foi anunciada a derrota do xeque do Bahrein Salman Ibrahim Al-Khalifa, que polarizou a disputa com Infantino.
Enquanto a eleição ocorria numa arena multiuso em Zurique, já havia protestos anti-Salman na rua, com farta distribuição de fotos de pessoas supostamente torturadas pelo regime do xeque no Bahrein.
Nos escritórios de ONGs de defesa dos direitos humanos na Europa e nos EUA já havia uma pesada artilharia midiática pronta para ser usada assim que o xeque fosse declarado vencedor. O recado: a Fifa endossa tortura a atletas, acusações que o xeque refuta.
Depois de todas as revelações de 2015, tudo o que a Fifa não precisava era acrescentar "violação de direitos humanos" a uma lista que já tem "fraude", "distribuição de propina", "apropriação indébita" e outros crimes dos quais seus cartolas são acusados.
Protesto na frente da eleição da Fifa acusa xeque
Salman de crimes contra os direitos humanos
(Foto: Claudia Garcia)
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Outra coincidência incômoda: o barenita era o preferido de Joseph Blatter. Em entrevista ao jornal "The New York Times" nesta semana, o agora ex-presidente da Fifa defendeu xeque como seu sucessor ideal.
Ao jornal americano, Blatter desqualificou as acusações de tortura ao dizer que "o país dele é reino, então é diferente" e também questionou se todas os país europeus são realmente limpos quando se trata de direitos humanos.
Infantino era ligado a Platini, mas a resistência a Blatter (assim como a ficha corrida do ex-presidente) era e é muito maior entre patrocinadores, mídia, torcedores e até entre os funcionários da Fifa.
A vitória de Infantino também significa uma aproximação definitiva com o futebol europeu. João Havelange, entre 1974 e 1998, abriu as fronteiras da Fifa e fez crescer o protagonismo da (ex-) periferia da bola.
Blatter, embora seja suíço, seguiu os passos de Havelange e sempre manteve uma relação conflituosa com a Uefa. Tanto era assim que, na eleição do ano passado, a Europa em peso votou no príncipe Ali da Jordânia.
A Conmebol também sai fortalecida da eleição na Fifa. Embora um ou outro país sul-americano tenha cogitado mudar de voto (Brasil incluído), o presidente Alejandro Domínguez sempre bancou o apoio a Infatino.
Infantino com os representantes da CBF:
"Vitória para o Brasil", diz Coronel
Nunes após a eleição (Foto: CBF)
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