quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Com 10 brasileiros no time, diretor dos Strikers cita Shakhtar como exemplo


Clube de Ronaldo fecha com zagueiro Dalton e atacante Matheus Carvalho, e Bruno Costa afirma que projeto é manter base brasileira. Equipe fará excursão à China




Por
Rio de Janeiro




A aposta em talentos brasileiros deu certo para o Fort Lauderdale Strikers na temporada passada e, por isso, o clube seguirá investindo neste modelo na temporada 2016 da NASL (liga considerada a segunda divisão dos Estados Unidos, mas sem acesso à MLS). O clube de Ronaldo fechou nesta semana a contratação de mais dois jogadores que tiveram passagem por grandes clubes do Brasil: o zagueiro Dalton, de 25 anos, e o atacante Matheus Carvalho, 23. Assim, agora são dez brasileiros à disposição do técnico Caio Zanardi - também brasileiro - no elenco.

Os reforços foram negociados pelo novo diretor de futebol da equipe, Bruno Costa, que trabalhou com a dupla quando era coordenador da base do Fluminense, onde os atletas foram formados. Dalton teve passagens por Internacional, Atlético-PR, Criciúma e estava no Universitario, do Peru, e Matheus esteve emprestado ao Monaco na última temporada.

Dalton Matheus Carvalho Strikers (Foto: AFP)
Dalton (à esquerda) e Matheus Carvalho 
reforçarão o Strikers (Foto: AFP)


Os dois se juntam a uma legião de oito brasileiros que já estavam no elenco do clube, liderados pelos veteranos Gabriel, 34, e Kléberson, 36, - contratado para a atual temporada, após passagem pelo Indy Eleven. Também jogam no clube o goleiro Bruno Cardoso, os meias PC, Luis Felipe e Adrianinho e os atacantes Geison e Maicon Santos.

Com a base brasileira - após a conturbada saída de Léo Moura ainda no começo da temporada passada -, os Strikers tiveram bom desempenho no ano passado e chegaram às semifinais da NASL,  perdendo para o campeão New York Cosmos - de Raúl e Marcos Senna, aposentados. após o título. Desta forma, Bruno Costa acredita que ter uma base brasuca pode representar um bom retorno técnico para a equipe.

Bruno Costa Fort Lauderdale Strikers (Foto: Divulgaão/Strikers)Bruno Costa é diretor de futebol do clube
(Foto: Divulgação/Strikers)


Contratado pelo clube no começo de 2016, Bruno chegou para substituir Caio Zanardi, que deixou a gerência de futebol para ser treinador. Ex-supervisor da base e observador técnico da CBF, o brasileiro também trabalhou com jovens no Figueirense e Fluminense e acredita que um perfil interessante para reforçar os Strikers são jogadores com idade entre 22 e 25 anos, que ainda podem trazer retorno financeiro em uma futura negociação. Bruno cita como um exemplo o ucraniano Shakhtar Donetsk - que, apesar de ter uma realidade econômica muito diferente, explorou o mercado brasileiro intensamente nos últimos anos, conseguindo sucesso em campo e lucro fora dos gramados.

- Hoje a gente tem nos Strikers muitos brasileiros no time, atletas como esse mesmo perfil. Pode ser parecido com o que aconteceu no Shakhtar, na Europa, que buscou muitos brasileiros e depois revendeu. Eu não tenho o dinheiro que o Shakhtar tem para pegar um Wellington Nem, um Bernard, mas, com meu conhecimento, posso buscar atletas com esse perfil, dentro da nossa faixa salarial. O mais importante agora é o retorno técnico, fazer uma boa liga. E no fim do ano, surgindo interesse, negociar o atleta, pois é um clube-empresa, que precisa desse giro também - disse Bruno.
excursão com ronaldo para levar marca à china

A forte presença verde e amarela no elenco reflete uma ligação intensa do clube com o Brasil. Comprado por um grupo de sócios brasileiros - no qual Ronaldo está incluído - , os Strikers possuem uma série de parcerias com empresas brasileiras e recentemente fechou um acordo de patrocínio com uma fabricante de bebidas do Rio de Janeiro, que está expandido seu mercado para os Estados Unidos. Há, inclusive, uma intenção por parte da diretoria de criar um braço do clube no país.

Bruno frisa que o projeto de profissionalização do departamento de futebol do clube está no começo e, aproveitando sua experiência com jovens ao longo de 15 anos, ele pretende criar um modelo que revele talentos dentro do próprio Fort Lauderdale Strikers. Em 2016 o clube também investirá em um projeto dedicado a atletas amadores que pretendem se tornar profissionais. O clube formará um time sub-23 com universitários - que atuará na NPSL, mesma liga semiprofissional em que joga o Miami United, futuro time de Adriano, e considera a quarta divisão do país. E este elenco dará espaço a um atleta chinês, que será escolhido após peneiras no país asiático e terá a oportunidade de jogar futebol por alguns meses nos EUA, estudando em uma universidade e aprendendo inglês.

Os testes serão realizados através de academias de futebol na China que pertencem a Ronaldo. A diretoria fará uma excursão ao país no fim do mês, durante 14 dias, e o time principal deve realizar até três amistosos em solo chinês, ainda sem adversários definidos. O objetivo é expandir a marca no mercado cada vez mais influente mercado asiático e já testar o elenco. O ex-centroavante da seleção brasileira acompanhará os diretores na viagem.

Ronaldo Fort Lauderdale Strikers (Foto: Reprodução/Facebook)
Ronaldo estará com o Strikers em excursão 
na China (Foto: Reprodução/Facebook)

Neste ano, os Strikers iniciaram sua preparação atuando contra times da Europa e da América do Sul, sendo derrotado por Schalke 04 e Independiente Santa Fé e empatando com Corinthians e o próprio Shakhtar. A estreia na NASL está marcada para 2 de abril, contra o Miami FC - que tem como um dos donos o ex-jogador Alessandro Nesta e é uma das franquias novas da liga, que tem investimento muito inferior ao da MLS. Bruno, porém, acredita que no crescimento da competição, que foi a primeira a surgir nos EUA na década de 70, com o Cosmos de Pelé.

- Tecnicamente não vejo diferença entre as duas ligas, tirando, naturalmente, os atletas fora do teto salarial. A MLS tem um trabalho de marketing muito grande, mas a NASL está expandindo, agora estão entrando o Oklahoma, o Miami e um time de Porto Rico. A liga tem 12 clubes e parece que até 2017 quer chegar a 18. Vejo espaço para as duas ligas e para a expansão da NASL, principalmente para o lado da Califórnia - diz o diretor de futebol, que não leva fé na criação de um sistema de acesso e descenso.


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/2016/02/com-10-brasileiros-no-time-diretor-dos-strikers-cita-shakhtar-como-exemplo.html

Nenhum comentário: