Medina torce por título de menino com necessidades especiais: "Coragem"

Depois de sessão de surfe, atual campeão mundial elogia empenho de Davizinho em dia de condições difíceis em Trestles. Menino disputa 1º Mundial de surfe adaptado

Por Breno Dines e Thiago Correia

Direto de Trestles, EUA

1. quartas de final

Pegar uma onda com um campeão mundial é um privilégio para poucos. Gabriel Medina e Davizinho se conheceram no Mundial de skate bowl no Parque de Madureira, no Rio de Janeiro, e já haviam combinado há tempos de surfarem juntos. O menino, que sofre de síndrome da banda amniótica, uma má formação nos braços e pernas, vem surpreendo o surfista pela forma com que supera as limitações para praticar o esporte e andar de skate. Desta vez, ele não encontrou Medina apenas para torcer, como fez na etapa do Rio de Janeiro, e sim para competir no primeiro Mundial de surfe adaptado, realizado pela International Surfing Association (ISA).

Gabriel Medina conversa com Davizinho, menino com necessidades especiais (Foto: Breno Dines)

- Hoje ele teve muita coragem, o mar estava um pouco difícil, até achei que estava um pouco grande para ele. No começo, ele estava com um pouco de medo, né? Depois ficou mais tranquilo - contou Medina, garantindo estar na torcida pelo título mundial de surfe adaptado de Davizinho. 

Esta será a primeira competição do garoto desde que começou a surfar. 

 A síndrome da banda amniótica é uma rara patologia congênita, provocada pelo aprisionamento de partes do feto no útero, e que atinge 1 em cada 1.200 indivíduos. A mãe de Davi, Denise Teixeira, teve o diagnóstico do filho aos cinco meses de gestação. Medina elogiou o empenho do garoto em um dia de condições difíceis após o surfe em Trestles e deu algumas dicas a ele.

- Ele é goofy (pé direito na frente da prancha). Falei para ele esperar a melhor (onda), para ficar um pouco mais do lado que era onde estavam vindo as melhores e arriscar. E ele arriscou. Acabou pegando uma irada, está se preparando para o campeonato dele. Vou estar torcendo, igual ele está torcendo aqui pra mim, e foi isso. Hoje o dia foi demais..... A gente já tinha falado que queria surfar junto, faz tempo, desde o Rio. E acabou conseguindo só aqui na Califa, mas foi irado, foi demais.... Pegamos altas ondinhas, a gente se divertiu bastante - completou Medina.

Gabriel Medina pega onda com surfe Davi 

Teixeira em Trestles (Foto: Marcio 

Canavarro / Reprodução / Instagram)

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O Brazilian Storm terá quatro representantes nas quartas de final da etapa de Trestles. Além de Medina, seguem na disputa pelo título da oitava etapa Adriano de Souza, líder do ranking, Filipe Toledo e Wiggolly Dantas. Uma nova chamada será feita nesta quarta-feira, às 11h30 (de Brasília). Mas a expectativa é que a competição seja reiniciada na quinta-feira, quando um swell deverá trazer boas ondas. Após a etapa nos Estados Unidos, vão faltar apenas três etapas: Landes, na França, de 6 a 17 e outubro, Peniche, em Portugal, entre 20 e 31 de outubro, e Pipeline, no Havaí, de 8 a 20 de dezembro.

Medina autografa camiseta de Davizinho, que 

sofre da síndrome da banda amniótica 

(Foto: Breno Dines)

QUARTAS DE FINAL

1 - Filipe Toledo (BRA) x Joel Parkinson (AUS)
2 - Adriano de Souza (BRA) x Wiggolly Dantas (BRA)
3 - Adrian Buchan (AUS) x Mick Fanning (AUS)
4 - Gabriel Medina (BRA) x Nat Young (EUA)


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/radicais/surfe/mundial-de-surfe/noticia/2015/09/medina-torce-por-titulo-de-menino-com-necessidades-especiais-coragem.html