Atletas minimizam caso de bumbum de fora, mas dobram atenção no maiô

Saltadoras criticam exposição de momentos constrangedores como a de chinesa na quarta, mas entendem que situação faz parte da modalidade: "Normal acontecer"

Por Fabrício Marques

Direto de Kazan, Rússia

Maiô e sunga mais apertados, além daquela conferida se está tudo firme ainda no trampolim ou na plataforma. Os brasileiros dos saltos ornamentais admitem que tomam cuidado extra para evitar serem flagrados em situação embaraçosa como ocorreu com a chinesa Ruolin Chen na última quarta-feira. No entanto, consideraram normal a foto da atleta com o bumbum de fora após salto na final da disputa por equipes do Mundial de Kazan, na Rússia. Uma situação constrangedora, mas que, segundo os saltadores, acaba fazendo parte da modalidade.

- É super normal acontecer. Ainda mais na plataforma de 10m. A gente está de maiô, entra rodando, então faz parte. É óbvio que é muito constrangedor, é a nossa intimidade. Mas é algo que acontece. No Canadá (durante os Jogos Pan-Americanos), eu estava treinando com um maiô que normalmente sai para a frente. Então, me toquei que ia ter a câmera na água e coloquei um mais apertado para evitar - explicou Tammy Galera.

Ruolin Chen sofreu com um clique na última 

quarta-feira (Foto: Reuters)

A saltadora, do Fluminense, que faz dupla com Juliana Veloso no trampolim de 3m sincronizado, criticou a exposição excessiva de momentos constrangedores dos atletas. Não apenas no caso de um uniforme fora do lugar na água, mas também com fotos em posições pouco convencionais durante os movimentos. Porém, com mais de dez anos na modalidade, Tammy já se acostumou e faz até piada com a situação.

- É desnecessário dar ênfase para constranger uma menina, como fizeram com a chinesa. Acontece com todo mundo. Mas não é algo que atrapalha, até porque no nosso esporte acontece muito. A gente se arreganha toda para agrupar (segurar as pernas no momento do salto). Em Toronto, por exemplo, eu estava agrupada em um salto e tiraram uma que eu falei: "Meu deus do céu". Mas acontece com todo mundo, vai ter de qualquer jeito uma imagem em um ângulo não favorável. Até fiquei zoando: "Ao menos eu estava bem depilada". A gente fica com vergonha, mas é o esporte, não tem o que fazer - completou Tammy.


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Tammy Galera durante treino em Kazan
(Foto: Satiro Sodré / SSPress)

Outra brasileira que questionou a exposição de momentos mais embaraçosos nos saltos foi a jovem Luana Lira, de 19 anos. Em seu primeiro Mundial, a paraibana, especialista nas as provas de trampolim, disse que se incomodaria se estivesse no lugar da chinesa Ruolin Chen.

- O meu nunca saiu, graças a deus... Eu ia ficar meio chateada, e morta de vergonha também. Até gosto de usar o maiô bem apertado, difícil de escapar - afirmou Luana.
Acostumado a disputar as provas da plataforma de 10m, Jackson Rondinlli revelou que a roupa sair na água após os saltos algo bastante comum entre os homens. Ele minimizou a situação, apesar de admitir que também tenta se precaver.

- Não é nada muito alarmante. Direto a sunga desce um pouquinho. O maiô das meninas deve subir também. Não é bonito, mas é uma coisa que você não tem controle. Não sabe quando vai subir, descer, se vai estourar. Infelizmente a câmera pegou, mas é normal, acontece. Mas eu sempre verifico umas duas vezes se está bem apertado antes de saltar, porque também é bom se prevenir.


FONTE:
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