sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Mano comemora vitória e "resgate" de Petros: "Influenciou na escalação"


Técnico exalta triunfo em confronto direto contra o Atlético-MG e diz que julgamento de meia fez o time ganhar confiança. Timão pula para o terceiro lugar na tabela


Por São Paulo



A vitória sobre um rival direto na briga por vaga na Taça Libertadores do próximo ano deixou o técnico Mano Menezes satisfeito após o 1 a 0 do Corinthians sobre o Atlético-MG, nesta quinta-feira, na Arena. Um triunfo importantíssimo, que levou o Timão à terceira colocação do Campeonato Brasileiro, com 36 pontos, e deixou a equipe em situação um pouco mais confortável no início do segundo turno. Mano espera melhorias, mas se diz satisfeito com o desempenho geral.
 
– Quando você vai jogar um jogo desse porte, sabe que vai ser equilibrado. Uma equipe de muita qualidade a do Atlético. Tínhamos visto os últimos jogos, quando mudou bastante. Estão se enfrentando os dois últimos campeões brasileiros da Libertadores. Sabíamos que era jogo de muito posicionamento tático. Nossa equipe foi perfeita defensivamente na segunda parte. No primeiro momento do jogo houve um pouco de dúvida, tomamos uma bola na linha de defesa. Precisamos melhorar na definição quando o jogo fica como ficou hoje. Temos que criar mais e definir o jogo para não sofrer até o final – ressaltou Mano Menezes.


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O retorno de Petros deixou o técnico ainda mais satisfeito. Horas depois de o STJD ter reduzido sua punição por uma trombada no árbitro Raphael Claus, o meia foi titular e marcou o único gol da partida. Mano admitiu que o julgamento influenciou na escalação.

– É óbvio que a questão do Petros influenciou até na escalação dele para hoje. O jogador via a possibilidade de uma pena muito menor, nós também, e isso produziu um sentimento capaz de reforçar novamente um jogador que tínhamos fragilizado nos últimos tempos em virtude do que já sabemos – explicou o técnico.

Firme no G-4 do Brasileiro, o Corinthians volta a campo no próximo domingo, quando enfrenta o Flamengo, às 16h (horário de Brasília), no Maracanã. Petros, suspenso, é o único desfalque para o duelo.


Confira os principais tópicos da entrevista do técnico corintiano:

Utilização de Ralf e Elias
– Você estabelece prioridades de marcação, e o adversário também. Quando ele dá liberdade para um, tem de aproveitar essa liberdade e mostrar ao adversário que ele não pode dar tanta liberdade. Tem de ser ofensivo, carregar a bola, transportar. O Ralf tem muita força para fazer isso, fez um bom início, que culminou com nosso gol. A movimentação do Romero é intensa, dá profundidade ao ataque. Acho que ajustamos melhor a chegada dos meias, principalmente a do Petros. Ele parte da beirada para dentro, sem que os jogadores adversários consigam acompanhar. Se melhorarmos a mecânica dessas jogadas, podemos fazer resultados que não nos deixem sofrer até o final.


Dá para equilibrar Brasileiro e Copa do Brasil?
– Estamos demonstrando na prática que é possível. Se algo mudar lá na frente, vamos tentar ser inteligentes para escolher o que nos possibilite ganhar com probabilidade maior. Agora, a equipe vem em terceiro no Brasileiro. Subimos mais uma colocação, ultrapassamos o Internacional e o Grêmio. Não podemos abrir mão de um campeonato tão importante com tanta antecedência. Não há razão. Tenho procurado equilibrar para que os jogadores entrem bem fisicamente. É um campeonato duro, exige muito. Não é poupar jogadores, é colocar em campo quem está melhor.


Confronto com o Atlético-MG na Copa do Brasil
– Na Copa do Brasil será diferente sim. É diferente jogar dois jogos de mata-mata, decisivos, e um de pontos corridos. Temos de analisar bem, vamos jogar o primeiro em casa, e a responsabilidade de fazer o resultado será maior da nossa parte. É o que vamos tentar fazer no primeiro jogo.


Confrontos diretos
– Nós temos muitos confrontos ainda, de grandeza, de clubes. Não cabe só ao Corinthians pensar no Cruzeiro. Temos de pensar no São Paulo, no Inter e no Grêmio... Em uma competição longa como essa você vai estabelecendo objetivos ao longo do torneio, com base no que vai conquistando. É isso que tenho falado para os jogadores, para não se preocupar com o paralelo, e sim fazer a nossa parte. Vamos sair daqui e em poucas horas pensar no Flamengo, que é um jogo duríssimo no Maracanã.


Arbitragem desta quinta
– Gosto da arbitragem desse estilo. Penso que contribui muito para que o jogo seja mais intenso, mais atrativo. Acho que em determinados momentos faltou critério, algumas faltas não foram marcadas, mas prefiro correr esse risco, desde que seja coerente e criterioso para os dois lados. Melhor do que o árbitro que tem medo de apitar o jogo, segura com qualquer faltinha.


Distância para o Cruzeiro
– Penso que o Cruzeiro conseguiu fazer um jogo melhor no primeiro turno e estabeleceu uma produtividade que caminhou paralelamente com o jogo. Por isso é a melhor equipe até agora. Teremos jogos muito bem jogados, parelhos com o Cruzeiro, e as equipes estão muito próximas já. Podemos colocar o Corinthians nesse patamar. O que é preciso separar é estilo de jogo. É possível vencer outro estilo. Você precisa ser fiel àquilo que é capaz de produzir vitórias. Às vezes não é possível imitar outros. Você tem outras características de jogadores. É assim que o Corinthians está caminhando, e me deixa satisfeito.


Estilo do Corinthians prejudica?
– Nós jogamos contra as duas equipes que estão à frente na tabela: vencemos uma, empatamos outra. No enfrentamento, fica claro que não é só um estilo que é capaz de estabelecer vantagem no futebol. Você tem de ser fiel ao seu. Não é possível fazer uma coisa pensando em outra. Não é possível ficar no meio-termo. Abordei isso depois do jogo contra o Fluminense. Fizemos um primeiro tempo onde não fizemos uma coisa nem outra. Não defendemos bem e não atacamos bem também. Depois fomos ofensivos, jogamos no 4-3-3. Às vezes você consegue, às vezes não. Hoje a opção foi outra. Era outro jogo, outro momento. Funcionou, e vencemos o jogo. A posse de bola não produz a jogada ofensiva, e isso é mérito do Corinthians que estava bem.


Problema com datas Fifa
– Convivi com esse problema. Penso que basta bom senso em determinadas situações. Em outubro de 2011, quando eu estava na seleção brasileira, não convocamos nenhum jogador que jogava no futebol brasileiro. Foi possível fazer amistosos do mesmo jeito. Como a CBF organiza dois torneios dessa grandeza, acho que deveria preservar a qualidade dos torneios que ela mesma organiza. Perfeitamente poderia abrir mão dos jogadores nos meses de outubro e novembro. Como foi em 2011. Está lá o exemplo, vocês podem conferir.


Selecionáveis contra o Flamengo
– Teremos uma condição melhor para domingo, mesmo com recuperação curta. Na verdade hoje, a proximidade do jogo, da viagem, da diferença de horário.... O Lodeiro viajou do Japão para cá. Isso influencia nas primeiras horas. Agora vamos ter mais dois dias, uma capacidade de adaptação por parte desses jogadores. Paolo havia jogado o jogo inteiro na terça-feira, por isso optamos por ele na segunda parte. Seguramos o Elias até o final também. Vamos ver com medições, testes e avaliações da fisiologia, e uma boa capacidade de superação neste momento.

Corinthians x  Atlético-MG - Mano Menezes (Foto: Marcos Ribolli)
Mano gesticula e orienta time contra 
o Atlético-MG: vitória fundamental na 
Arena (Foto: Marcos Ribol


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