terça-feira, 23 de setembro de 2014

CBV afirma proteger Brasil e aponta possível questão pessoal em polêmica

Vice-presidente da entidade nacional, Neuri Barbieri comenta criticas feitas pelo técnico Bernardinho após a derrota na final do Mundial masculino, no último domingo


Por Direto de Trieste, Itália


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Dois dias depois da final do Mundial masculino, a Confederação Brasileira de Vôlei comentou o desabafo feito pelo técnico Bernardinho logo após a derrota para a Polônia. A direção da entidade, que já está na Itália para acompanhar o desempenho do time feminino na competição, concordou com o técnico em relação às críticas de alguns pontos do regulamento, mas também alertou para uma possível “questão pessoal” entre o treinador e o presidente da Federação Internacional de Vôlei (Ary Graça).

As principais críticas de Bernardinho foram sobre o regulamento da competição, a escalação da arbitragem e a postura da Federação Internacional de Vôlei (FIVB). Segundo ele, entre outras coisas, a entidade internacional teria convidado um jornalista que seria “inimigo do vôlei brasileiro” para acompanhar a final próximo ao banco verde e amarelo. O treinador também afirmou que o Brasil, como instituição, estaria desprotegido no cenário mundial.
 
Toroca e Neuri, vôlei feminino (Foto: Lydia Gismondi)
Presidente da CBV conversa com a seleção 
feminina no último treino antes da 
estreia no Mundial 
(Foto: Lydia Gismondi)


Nesta terça, o presidente e o superintendente da CBV, Walter Laranjeiras (Toroca) e Neuri Barbieri, estiveram no último treino da seleção feminina, antes da estreia no Mundial, em Trieste, na Itália. Questionado sobre os comentários do técnico na Polônia, Neuri negou que o Brasil esteja desprotegido e indicou que a polêmica pode ter uma relação pessoal envolvendo Bernardinho e Ary Graça, presidente da FIVB e ex-presidente da CBV. 

- Isso talvez seja um assunto estritamente pessoal entre o presidente da Federação Internacional e ele. A CBV corre paralelo a isso. A CBV é uma instituição que tem um respeito da Federação Internacional. E nós estávamos na Polônia para dar essa segurança para a nossa equipe, para, caso houvesse qualquer problema, a gente pudesse estar presente e defender nossos interesses.

A CBV também não concordou com as reclamações feitas por Bernardinho sobre a arbitragem da competição. Neuri, no entanto, ressaltou que a entidade nacional apoiou o Brasil no protesto sobre o regulamento do torneio.
 
- Em relação ao regulamento, nós concordamos. Não entendemos e protestamos a forma em que fomos colocados na chave, quando tivemos que mudar de cidade. Pelo o que estava escrito, todos nós achamos que jogaríamos na mesma cidade por ter feito a melhor campanha. Isso foi uma surpresa que talvez tenha causado no grupo uma insatisfação e isso tenha prejudicado um pouco. Quanto à arbitragem, não concordamos. Além da arbitragem hoje ter condição técnica boa, ela tem recursos tecnológicos para que erros sejam corrigidos - disse o dirigente.

Toroca e Neuri, vôlei feminino (Foto: Lydia Gismondi)Neuri, de branco, e Toroca, de vermelho, no treino da seleção feminina (Foto: Lydia Gismondi)


Segundo Bernardinho, em entrevista ao SporTV logo após a final, a FIVB tomou medidas propositais para desestabilizar o time brasileiro, desde a escalação de árbitros a outras situações para incomodar a delegação. O técnico, porém, fez questão de ressaltar que nada servia como desculpa pela derrota. 
  
- Foram tantas coisas feias que é complicado. A Federação Internacional age de uma maneira baixa demais. Eu vi coisas acontecendo aqui... Escalação... No sentido de desestabilizar mesmo. Nada influenciou. Perdemos por que eles jogaram mais bola, jogaram inteligentemente. Perdemos a lucidez em alguns momentos. Mas são muitos golpes baixos - disse Bernardinho.

Para Bernardinho, a FIVB fez o que quis com o Brasil durante o Mundial. O técnico usou a palavra "desprotegido" como instituição para falar do momento da seleção brasileira no cenário político do vôlei internacional.

- É simples. A escalação dos árbitros. Foram os únicos dois que tivemos problemas seríssimos na Liga Mundial de Vôlei. E escalaram (a FIVB). Foi propositalmente. Colocaram um repórter, que é o maior inimigo do voleibol brasileiro, colado no banco, olhando, e fazendo algumas coisas o tempo todo. A Federação Internacional trouxe ele para cá (a convite). São pequenas coisas que não influenciaram em nada, vacilamos. Tivemos nossa chance aqui. Mas é um jogo baixo que se constrói permanentemente, realmente me preocupa para o futuro do voleibol. Como instituição, estamos desprotegidos. A Federação Internacional está fazendo gato e sapato da gente - concluiu Bernardinho.


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