quarta-feira, 11 de junho de 2014

Felipão convoca país e aponta para Neymar: “O craque será o campeão”

Técnico agradece apoio de torcedores e políticos, diz que estreia não lhe tira o sono e afirma que não adianta ser craque da Copa do Mundo se não for campeão


Por São Paulo

luiz felipe scolari felipão coletiva seleção brasileira (Foto: Marcos Ribolli)Felipão durante entrevista na Arena Corinthians
(Foto: Marcos Ribolli)

Luiz Felipe Scolari já havia convocado 23 jogadores para a Copa do Mundo. Dessa vez, resolveu apelar para ganhar o hexa. Convocou um exército de 200 milhões para enfrentar Croácia, México, Camarões e quem mais vier pela frente. Em sua última entrevista antes da abertura da competição, o técnico agradeceu o apoio que a Seleção recebeu até aqui e anunciou:  

- Chegou a hora, vamos todos juntos, é o nosso Mundial.  

Felipão deu entrevista ao lado de Neymar. Questionado sobre quem seria o craque da Copa, ele também não teve dúvidas. Apontou para o atacante, mas fez uma ressalva:

-  O craque será o campeão porque não adianta ser craque se não for campeão. Só há um objetivo em todas as equipes: ser campeão do mundo.  


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A caminhada de Felipão e seus comandados começa nesta quinta-feira, às 17h (de Brasília), contra a Croácia, na Arena Corinthians, em São Paulo. A TV Globo, o SporTV e o GloboEsporte.com transmitem ao vivo. O site também acompanha os lances em Tempo Real. Confira os principais trechos da entrevista do pentacampeão que busca o hexa:  


AGRADECIMENTOS
- Gostaria de agradecer, em nome da comissão técnica e de todos os jogadores, à presidente Dilma, que mandou mensagem, ao senador Aécio Neves, que telefonou, aos ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso, ao ministro Gilmar Mendes e, acima de tudo, aos torcedores que enviaram cartas e mensagens de carinho à Seleção desde nossa chegada à Granja Comary.  
 
SEMELHANÇAS COM 2002
- São seleções coletivamente parecidas. Existiu muita dedicação de atletas com personalidade para modificarem situações táticas para ajudarem a Seleção. Em alguns momentos, jogadores fazem coisas diferentes do que estão acostumados em prol da equipe. Um deles é o Neymar, que não é de marcação, mas aplica-se, tenta fazer, motiva-se para isso.

luiz felipe scolari felipão coletiva seleção brasileira (Foto: Jefferson Bernardes/Vipcomm)
Caretas, bufadas, brincadeiras... Felipão 
se solta em coletiva na Arena Corinthians 
(Foto: Jefferson Bernardes/Vipcomm)


DORME ANTES DA ESTREIA?
- Já disse 100 vezes e, se perguntarem em casa, a Olga (esposa do técnico) vai dizer a mesma coisa: eu durmo bem. Outras coisas eu não sei se faço bem, mas dormir eu durmo. Se eu tivesse o Neymar do outro lado, alguns pensamentos poderiam acontecer, mas continuaria dormindo. Quando se joga contra um jogador dessa qualidade, é preciso arquitetar algumas coisas a mais porque o improviso pode modificar o jogo a qualquer segundo.  
Meu Deus, é uma angústia só, está na hora de começar e pronto 
Felipão

 NEYMAR VAI DECIDIR?
- Espero que ele seja mais um e, sinceramente, conhecendo-o como conheço, sei que ele passa essa mensagem de coração. Ele sendo mais um e sendo o craque que é, sempre vai despontar e fazer diferença.  

MARCAÇÃO VIOLENTA
- Isso é assunto do árbitro. Ele tem que tomar conta. Quando alguém bater, seja do meu time ou do adversário, que seja punido.  

ANSIEDADE
- Em 2002, eu vivia a ansiedade de chegar o momento do jogo porque a gente passa dois, cinco, 10, 20 dias treinando. Meu Deus, é uma angústia só, está na hora de começar e pronto. Colocar em prática e ver se nossas ideias realmente são colocadas em ordem. Fico um pouco ansioso, como estou normalmente.  

neymar luiz felipe scolari felipão coletiva seleção brasileira (Foto: Jefferson Bernardes/Vipcomm)
Felipão brinca com Neymar durante a 
entrevista, na véspera da abertura da 
Copa (Foto: Jefferson 
Bernardes/Vipcomm)


PROVOCAÇÃO
(em resposta ao jornalista norueguês que citou, em tom de brincadeira, que o Brasil jamais venceu a Noruega) Se o Brasil nunca venceu a Noruega, então que bom que a Noruega não está aqui (risos).  
 Tento ser o treinador que sempre fui, aqui ou fora do Brasil, em time grande ou pequeno. Sigo lições de excelentes técnicos que tive. Sou uma mistura de pai, tio, amigo, aquela pessoa que de vez em quando tem que falar um pouco mais alto
Felipão

MORTE DO CUNHADO E DO SOBRINHO
- Encontro forças no trabalho desse pessoal, no grupo, nesse ambiente, olhando os jogadores que se dedicam todo dia, trabalham entre si, muitas vezes sem que estejamos no meio, para corrigirem alguma coisa. Isso faz com que deixemos de lado uma situação de tristeza e olhemos a beleza de tudo que está acontecendo e que estamos recebendo de maravilhoso.

TREINADOR PAIZÃO?
- Tento ser o treinador que sempre fui, aqui ou fora do Brasil, em time grande ou pequeno. Sigo lições de excelentes técnicos que tive. Sou uma mistura de pai, tio, amigo, aquela pessoa que de vez em quando tem que falar um pouco mais alto. Um técnico de futebol como acho que a maioria é, que tem liderança, comanda, estuda, define. E, principalmente, que toma decisões. Quem não tomar não pode trabalhar como técnico.  

PREPARAÇÃO
Se eu montasse uma estratégia de trabalho, montaria da mesma forma. Foi muito bom. Estávamos sem jogar há três meses, tivemos de realinhar aquela equipe. Crescemos um pouquinho nos amistosos, todos estão em condições de jogo. Ninguém se sentiu incomodado e hoje estamos em 80% de uma situação que queríamos. Não jogamos cinco ou seis jogos como outras seleções, mas estamos em boas condições para passarmos da primeira fase e seguirmos em frente.


FONTE:

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