Recuperado de uma cirurgia no ombro feita em maio, ponteiro do Sesi-SP e da seleção brasileira voltou a jogar no sábado e espera estar bem de novo em janeiro
Murilo no jogo de volta contra o Maringá
(Foto: Sesi-SP/Divulgação)
O sentimento de estar outra vez ali, diante de um adversário, foi difícil de ser explicado. Veio acompanhado de uma pausa, seguida de um sorriso. Nesta terça-feira, espera ser escalado outra vez pelo técnico Marcos Pacheco no clássico contra o Cruzeiro.
- Sei lá... Foi um recomeço para falar a verdade. Para quem está de fora parece que o período passou rápido. Para mim, demorou bastante. Me falaram que foram 245 dias, desde a semifinal da Superliga passada. Hoje completam sete meses da cirurgia. No primeiro jogo, eu entrei para fazer fundo de quadra, sacar aos poucos e me dar mais oportunidade para ir ganhando confiança. Não é fácil decidir bola importante, ainda não tenho condição. E não tenho como fazer uma previsão de quando estarei 100% fisicamente de novo. Depende da reação do ombro. Vou entrar gradativamente durante as partidas e, dependendo da necessidade, vou jogando mais.Tem que ser tudo controlado. Acho que em janeiro já vou estar muito bem, mas não posso dar um passo para trás. Não adianta exagerar agora - disse.
Murilo mantém a cautela. Aprendeu que paciência também é remédio. As conversas com Nalbert, antes e durante o processo, ajudaram. Em 2004, poucos meses antes das Olimpíadas de Atenas, o ex-jogador teve de operar o ombro. A participação nos Jogos esteve ameaçada. No entanto, a recuperação foi mais rápida do que o esperado, surpreendeu os médicos e possibilitou sua participação na competição na qual o Brasil conquistou a medalha de ouro.
Murilo treino com a seleção em novembro (Foto: Alexandre Arruda / CBV)
Atleta gosta de malhar e treinar... Nalbert me disse que eu precisaria ter paciência porque depois tudo dá certo. Não adianta querer correr contra o tempo. Não estou 100%, sei disso, mas vou ganhar isso. A dúvida ainda existe. Que vou jogar eu sei, mas em que nível? Será que vai ser igual a 2010, quando estava no auge da forma? O medo vai ficar até eu provar para mim mesmo que consigo voltar a jogar em alto nível. Quero poder ajudar a seleção. Tenho que buscar isso dia a dia no treino. Por isso não estou tão preocupado de jogar, jogar. Vai ter tempo e hora. O que preciso agora é treinar e estou fazendo isso bem.
No início do mês passado, Murilo atendeu ao chamado de Bernardinho e aceitou treinar com o grupo que se preparava para a disputa da Copa dos Campeões. O capitão estava de volta, mesmo que ainda não pudesse viajar até o Japão. E fez questão de, a sua maneira, dar sua contribuição para os companheiros.
- Essa coisa de capitão, não é que eu não queira ou não goste, mas para mim sempre foi o Giba. Na ausência dele em quadra eu acabava ficando com essa função (risos). Eu acompanhei o ano todo da seleção, troquei mensagens, fui ao Rio antes da Liga Mundial vê-los e antes da Copa do Mundo para matar saudade. Foi bem difícil para mim ficar de fora. Sofri bastante vendo as partidas. Eu pensava que as Olimpíadas do Rio provavelmente serão as últimas para mim e deixei um ano escapar. Só tenho mais três pela frente... Eu sinto saudade daquele convívio, de jogar pela seleção. Fui muito bem recebido naquela semana em Saquarema. Todos estavam preocupados comigo e pude passar um pouco dessa coisa de valorizar a seleção. Conversei muito com o Bruninho sobre a equipe e adversários. Foi bom rever o Bernardo, que sempre me mandou mensagens para saber como eu estava.
O técnico espera poder contar com o pupilo no segundo ano do ciclo olímpico. Diz que respeitará o tempo de Murilo.
Jaqueline e Murilo fizeram ensaios para marcar a
gravidez de Arthur (Foto: Divulgação)
- Não vamos pular degraus. E ele tem consciência disso. Espero que volte bem. A perspectiva é bem positiva e ele é muito importante para o grupo - afirmou.
Murilo não vê a hora de voltar a vestir a camisa do Brasil. Conta os dias também para ter nos braços o primeiro filho. Arthur nascerá este mês. Durante a gravidez, Jaqueline não teve nenhum desejo que fizesse o marido acordar no meio da madrugada. Só fez um pedido que foi prontamente atendido.
- Eu a ensinei a comer pinhão, característico lá do Sul. E tinha passado da época. Fomos ao mercado e achamos. Pegamos tudo o que ainda restava e levamos para casa. Não sei ainda que tipo de pai vou ser. Acho que eu vou ser o bravo da história para educar e ela vai estragar (risos).
Se conseguir ser como meu pai foi para mim, vou estar muito feliz.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2013/12/murilo-comemora-o-retorno-quadras-todos-os-dias-foram-dificeis.html
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