Após revolta com condições no início do ano, ginasta brasileiro afirma que investimento aumentou antes do Mundial: 'Acho que não dá para reclamar'
- Para mim, não (há do que reclamar). Estou tranquilo, consigo viver bem, tenho uma estrutura boa. Acho que, agora, não dá para reclamar. Essa parte de estrutura já passou. O momento agora é de curtir medalha, que não é só minha, é de todos os meus amigos. Essa parte, de treinar fora do Brasil, foi um equívoco. Eu só queria estrutura. A estrutura veio e eu continuei treinando. Trabalhei a parte psicológica, o físico.
Arthur Zanetti mostra medalha conquistada no Mundial da Antuérpia (Foto:
João Gabriel Rodrigues)
- Isso é complicado mesmo. Tem grandes eventos no Brasil e ainda não temos ginásio para alguns atletas, em outros sempre falta alguma coisa. E isso é ruim mesmo porque acaba diminuindo a qualidade técnica da ginástica de uma maneira geral. Eu não posso fazer nada, só posso treinar. Quem tem de fazer isso é a prefeitura, o COB, a confederação. Nossa parte, como atleta, é treinar. Os outros órgãos que têm de se responsabilizar por aparelhagem. E eu sei que estão providenciando para todos os outros ginásios.
Antigo Centro de Treinamento de São Caetano
está abandonado (Foto: João Gabriel Rodrigues)
está abandonado (Foto: João Gabriel Rodrigues)
- O que eu mais estou precisando agora é que o Ministério faça a sua parte. A prefeitura já nos ajudou, outros parceiros ajudaram. Temos a ajuda de fora. Falta o Ministério fazer sua parte. Está só no papel. Preciso que saia. Não adianta nada o país fazer um centro de treinamento no segundo semestre de 2015. Grande coisa! Vou fazer o que com o Arthur em seis meses? Em janeiro de 2015, tem de estar pronto. Você tem um ano só para ajustar, fazer limpeza de elemento. Não dá para esperar a boa vontade política do país. Em 2016, pode ter certeza que vão cobrar.
Goto também ressalta a importância de o país sediar grandes eventos antes dos Jogos de 2016. Para o treinador, os ginastas precisam se acostumar à pressão da torcida dentro de casa.
- É inevitável que se façam grandes eventos. Com um ginásio lotado, os atletas não vão aguentar a pressão. Por enquanto, não tem nada. Temos de preparar os atletas, não só a ginástica. A pressão vai ser gigantesca. Aí, chega na hora, e dizem que o atleta amarela. O esporte olímpico está se arrastando em termos de estrutura. O trabalho maior é dos treinadores. Eles têm feito a diferença.
Zanetti concorda com o treinador. O ginasta lembra das etapas de Copa do Mundo disputadas no país, entre 2004 e 2006, para pedir um maior número de eventos no Brasil.
- Eu gostaria muito de ter uma copa do mundo aqui no Brasil. Tivemos em 2004, 2005 e 2006. E não tivemos mais. É uma Copa que lota o ginásio. Seria muito bom para a ginástica. Naquela época, só fiquei na expectativa. Evento-teste (para Rio 2016) vai ter, tem que ter. Mas não pode ser só isso.
Arthur Zanetti dá entrevista após conquista do ouro Mundial (Foto:
João Gabriel Rodrigues)
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