sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Sem tenistas no top 10, americanos comentam crise do esporte no país

Atletas que já estiveram no topo do ranking ressaltam fortalecimento do tênis em outros países, mas Associação Americana de Tênis é criticada

Por Rio de Janeiro

Acostumados a torcer por nomes como Jimmy Connors, Pete Sampras, Andre Agassi, John McEnroe e Jim Courrier, todos ex-número 1 do mundo, os americanos vivem uma crise no tênis e têm poucas perspecticas de ver um compatriota faturar o US Open este ano. Atualmente, não há nenhum atleta dos Estados Unidos entre os dez primeiros do ranking mundial de simples. Quem está melhor posicionado é John Isner, na 17ª colocação. Para piorar, o último americano a ganhar um título de Grand Slam foi Andy Roddick, há dez anos, no próprio US Open.

Andy Roddick tênis US Open oitavas (Foto: Reuters) 
Andy Roddick foi o último americano a conquistar um Grand Slam (Foto: Reuters)
 
Para Roddick, o fato de ter tido tantos grandes nomes do tênis causa dificuldades para a geração atual.

- Acho que os EUA estão sendo penalizados por terem sido tão bons. Eu vim depois de uma geração em que todo jogador tinha quatro, cinco títulos de Grand Slam. Isso foi duro. Claro que é melhor para o país se você tem alguém competindo pelo título de Grand Slam, isso é óbvio. Mas não vou falar para os fás o que eles devem pensar. Eu digo o que penso - afirmou.

Jim Courrier eximiu de culpa os tenistas do país e exaltou a qualidade dos principais jogadores do mundo para explicar o motivo de não ter americanos brigando pelo topo do ranking, que já o pertenceu um dia.

- Se voce é um americano e se acostumou a ver os tenistas americanos no topo, você vai olhar e dizer: "Qual o problema?". Mas se você ampliar o olhar e perceber como são bons os jogadores que estão no topo, você tem que entender que não importa de onde eles sejam, vale a pena torcer por eles - disse.

John McEnroe ainda declarou que os Estados Unidos "tiveram muita sorte ao longo dos anos" e salientou a necessidade de ter mais jovens praticantes de tênis para o surgimento de novos valores.

- O problema é que fomos muito mimados, tivemos muita sorte ao longo dos anos. Tivemos muitos grandes campeões, então agora há muitos outros países investindo no tênis e muito mais jogadores, então é mais difícil. Precisamos de mais jovens, as crianças que jogam futebol no seu país ou futebol americano no meu país, ou basquete, tentamos fazê-los jogar tênis e acredito que teremos alguns grandes jogadores.

John McEnroe, tênis (Foto: AFP) 
John McEnroe destacou a necessidade de ter mais jovens tenistas no país (Foto: AFP)
 
Nos Estados Unidos, a Associação Americana de Tênis tem sido alvo de muitas críticas, já que dobrou seu orçamento desde 2008 e 15% dele vai para o programa de desenvolvimento dos jogadores. Porém, apesar do alto valor investido, não surgem jogadores para o top 10 do ranking mundial. Além disso, as jovens promessas não conseguem se manter no topo quando passam a disputar entre os profissionais.

Para o australiano Lleyton Hewitt, atual número 66 do mundo, seu país vive um problema parecido de renovação de tenistas. Ele ainda afirma que muitos países estão produzindo boas safras de jogadores, o que torna mais difícil a competição.

- É um período de transição, tem uns caras subindo, mas é muito difícil esta transição de juniores para adulto. Eu acho que há muitos países agora produzindo bons jogadores. Na Austrália, de onde eu venho, vivemos uma situação parecida - concluiu.

FONTE:
http://sportv.globo.com/site/programas/sportv-news/noticia/2013/08/sem-tenistas-no-top-10-americanos-comentam-crise-do-esporte-no-pais.html

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