Vitória diante de Érika trouxe para o país, emancipado de forma unilateral em 2008, a 1ª medalha dourada de uma modalidade esportiva em Mundiais
Kelmendi exibe a medalha de ouro conquistada no Mundial do Rio (Foto: Raphae Andriolo)
Nem por isso, porém, conseguiu representar sua nação na primeira Olimpíada que disputou. Kosovo é reconhecido por países como Estados Unidos, França e Alemanha, mas não é vista como um país pelas Nações Unidas (ONU), pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e pelo próprio Brasil, onde conquistou o mundial nesta terça-feira. Por isso, em 2012, nos Jogos Olímpicos de Londres, Kelmendi, sem opção, teve que representar a Albânia. Agora, com o quimono levando às costas sua terra mãe, pode comemorar um título histórico.
- É a primeira vez que o meu país conquistou uma medalha tão importante, de ouro, em uma competição mundial de qualquer modalidade. É claro que eu gostaria de lutar por Kosovo nas Olimpíadas. Mas tive que representar a Albânia em Londres. Somos as mesmas pessoas, temos as mesmas tradições, culturas, mas eu adoraria representar Kosovo. Só que questões políticas atrapalham. Mas eu não sou uma política. Preciso ser vista como uma atleta - frisou Kelmendi.
"Tudo é possível, basta você querer"
Desde agosto a judoca lidera o ranking mundial. Antes, Majlinda havia batido na trave no mundial de 2010, em Tóquio, quando já competia pelo Kosovo. Ficou em quinto lugar, perdendo a disputa pelo bronze. Nas Olimpíadas de Londres, ela encarou a judoca de Ilhas Maurício Christianne Legentil, e acabou eliminada na segunda rodada.
- Tudo é possível nesse mundo. Você só precisa querer, trabalhar forte por isso, correr atrás e acreditar. Kosovo é um país novo, pequeno, pobre, com muitas famílias, mulheres e crianças que não tem o que comer. E ser campeã mundial por esse país é uma sensação inexplicável. Se eu consegui, outros também podem. No ano passado, perdi nas Olimpíadas e tive três meses muito difíceis. Hoje, vivo o melhor momento da minha vida - garante a campeã mundial.
Quando conquistou a medalha de ouro, ainda no tatame, Kelmendi comemorou demais. Pulou de forma efusiva, enquanto Érika Miranda estava ajoelhada, sofrendo pela derrota. Vaiada pelo público, ela chegou a ensaiar uma provocação. Mas foi repreendida pela arbitragem. Sem pedir desculpas, ela diz nem se lembrar direito do que aconteceu, tamanha era a adrenalina.
- Quando ganhei, estava muito feliz. Nem lembro do que fiz. Quando você está feliz, não consegue controlar suas emoções. Vi que a torcida me vaiou, mas isso é normal. Acontece. Não quis provocar ninguém - explica a judoca.
Título para o sensei da infância
Majlinda foi uma criança quieta, introspectiva, como ela mesmo diz. O judô, porém, mudou sua vida. A mãe fez caratê na adolescência, mas parou após conhecer seu pai. Aos oito anos, influenciada pela irmã, ela resolveu começar no judô na ciadde de Pec, no Kosovo, onde nasceu, sendo treinada pelo sensei Driton Kuka, para quem a campeã mundial dedicou o título.
Majlinda Kelmendi ataca Érika Miranda por baixo na final do Mundial (Foto: Leandra Benjamin/MPIX)
O Mundial de judô continua nesta quarta-feira, no Ginásio do Maracanãzinho. O SporTV transmite ao vivo, e o GLOBOESPORTE.COM acompanha em Tempo Real, com vídeos.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/judo/noticia/2013/08/ouro-apos-ser-criada-na-guerra-do-kosovo-kelmendi-diz-e-so-acreditar.html
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