Em 'efeito dominó' provocado pela aposentadoria de Schumacher, britânico cede vaga a Pérez, que dá lugar a Hulkenberg. Pic também muda de cockpit
Em qualquer categoria do esporte a motor, as vagas nas grandes equipes
são sempre as mais cobiçadas. Na Fórmula 1, evidentemente, não é
diferente. Em 2013, duas equipes de grande orçamento e estrutura
encabeçam a “dança das cadeiras”, que promete mexer com a relação de
forças do grid, chegando à primeira corrida da temporada com mudanças em
suas duplas. Aos 23 anos, o promissor mexicano Sergio Pérez deixa a Sauber depois de duas temporadas para assumir uma vaga na McLaren, aberta com a saída de Lewis Hamilton. Após seis anos no time inglês, o campeão de 2008 aceitou a proposta da Mercedes
para ocupar o lugar do aposentado Michael Schumacher. Sinônimo de
responsabilidade para ambos, que encabeçam a lista de trocas para esta
temporada, que tem também alterações nas posições intermediárias, com as
mudanças de Nico Hulkenberg e Charles Pic.
Apesar de serem apontados como incógnitas diante de seus novos
desafios, Hamilton e Pérez despertam diferentes formas de curiosidade
nos fãs. Para o britânico, a aposta em um time que só venceu uma corrida
desde seu retorno à categoria, no início de 2010, pode parecer um
risco. Especialmente se for levado em conta o retrospecto vitorioso do
piloto de 28 anos, que em seis temporadas disputou 110 GPs, venceu 21 e
fez 26 poles, faturando o Mundial em 2008. No entanto, Hamilton – que
será companheiro do alemão Nico Rosberg – não é o único reforço da
Mercedes para 2013: grandes mudanças no staff técnico podem fazer o time
alemão enfim integrar o seleto clube das equipes que brigam pelo
título. Pressionados pelos acionistas da montadora, os dirigentes do
time sabem que esta pode ser a última chance de “decolar”.
- O piloto quer saber de vitória. O Hamilton só vai saber se acertou ou errou daqui a algum tempo. A Mercedes não só pode dar um salto de qualidade, como deve ser a equipe dos próximos anos, pelo investimento pesado feito em pilotos, mas também em engenheiros e projetistas. Até pelo orçamento, é possível apontá-la como a equipe que mais está investindo na Fórmula 1 – aponta Luciano Burti, ex-piloto de F-1, que atualmente concilia a disputa da Stock Car com a função de comentarista da TV Globo.
Apesar dos problemas mecânicos enfrentados nos primeiros testes, como um princípio de incêndio com Rosberg e uma batida por falha nos freios com Hamilton, o time alemão marcou o melhor tempo dos treinos de pré-temporada em Barcelona.
O comentarista do SporTV, Lito Cavalcanti, concorda que uma avaliação
realista a respeito da opção de Hamilton ainda requer mais tempo. Para o
jornalista, o piloto não tem a obrigação de disputar o título neste
ano, justamente por causa do período de reestruturação vivido pela sua
nova equipe – que, segundo ele, está na direção contrária do antigo time
do inglês.
- Vitórias em condições excepcionalmente favoráveis, como na chuva, podem ocorrer. Título não me parece viável nesta temporada. Não acho que ele vá se arrepender, já que a Mercedes não visa resultados imediatos. E, cá entre nós, a McLaren está desmoronando... – destaca o comentarista.
McLaren aposta em um novato mexicano
De fato, a McLaren vive um incômodo jejum, apesar de se manter firme na disputa por vitórias nos últimos anos. Longe do título de pilotos desde a conquista de Hamilton, em 2008, e do de construtores desde 1998, quando Mika Hakkinen faturou o Mundial, a equipe buscou na juventude e no ímpeto de Sergio Pérez a combinação para triunfar mais uma vez na categoria, já que seguirá com a experiência e a tranquilidade de Jenson Button. Veloz e combativo, o mexicano chegou ao time prometendo brigar pelo título. Porem, os especialistas destacam que a pressão de guiar pela primeira vez por um time de ponta pode afetar seu desempenho.
Burti, que quando era um novato na Fórmula 1 foi companheiro de pilotos
experientes como Eddie Irvine, Heinz-Herald Frentzen, Jean Alesi e
Johnny Herbert, acredita que Jenson Button não terá problemas para
exercer o papel de líder da equipe. Dando um voto de confiança à
McLaren, ele ressalta que sua opção seria diferente caso tivesse a
missão de escolher o substituto de Lewis Hamilton no time.
- A equipe, obviamente, sabe o que está fazendo. Mas a minha escolha, aqui de fora, sem ter todas as informações que eles têm, não seria o Pérez. Escolheria alguém como o Nico Hulkenberg, por exemplo. Mas o Pérez já mostrou potencial, fez boas corridas na Sauber, e a McLaren parece ter um bom carro. Porém, não vejo o mexicano fazendo frente ao Button. Em uma ou outra corrida, até deve conseguir, mas o inglês provavelmente levará vantagem no campeonato – salienta Burti, que correu pelas equipes Jaguar e Prost na F-1.
Hulkenberg, por sinal, também mudou de equipe em 2013. Seguindo o
“efeito dominó” causado pela aposentadoria de Schumacher, o alemão de 25
anos saiu da Force India e tomou a vaga deixada por Pérez na Sauber.
Com duas temporadas disputadas na categoria, o retrospecto de Nico
também é positivo. Ele marcou uma pole position em seu ano de estreia
(2010), quando competiu pela razoável Williams, e liderou 30 das 71
voltas do GP do Brasil que encerrou a temporada 2012, ano em que ele
correu pela equipe indiana. Porém, nem tudo se encaixou perfeitamente
para ele no novo time: por não caber no cockpit, ele precisou raspar a ponta de sua sapatilha tamanho 43.
Outro que mudou de ares nesta temporada foi o francês Charles Pic. Ele trocou a Marussia, time pelo qual fez seu campeonato de estreia em 2012, pela Caterham, apimentando a “guerra das nanicas”. No entanto, se depender do desempenho do fraco carro da escuderia anglo-malaia, o piloto de 23 anos terá que contar com sorte para chegar à zona de pontuação, algo que o time jamais conseguiu em três temporadas na Fórmula 1.
Lewis Hamilton encara novo desafio na Mercedes (Foto: Getty Images)
- O piloto quer saber de vitória. O Hamilton só vai saber se acertou ou errou daqui a algum tempo. A Mercedes não só pode dar um salto de qualidade, como deve ser a equipe dos próximos anos, pelo investimento pesado feito em pilotos, mas também em engenheiros e projetistas. Até pelo orçamento, é possível apontá-la como a equipe que mais está investindo na Fórmula 1 – aponta Luciano Burti, ex-piloto de F-1, que atualmente concilia a disputa da Stock Car com a função de comentarista da TV Globo.
Apesar dos problemas, a Mercedes foi a mais rápida nos testes (Foto: Agência Getty Images)
- Vitórias em condições excepcionalmente favoráveis, como na chuva, podem ocorrer. Título não me parece viável nesta temporada. Não acho que ele vá se arrepender, já que a Mercedes não visa resultados imediatos. E, cá entre nós, a McLaren está desmoronando... – destaca o comentarista.
McLaren aposta em um novato mexicano
De fato, a McLaren vive um incômodo jejum, apesar de se manter firme na disputa por vitórias nos últimos anos. Longe do título de pilotos desde a conquista de Hamilton, em 2008, e do de construtores desde 1998, quando Mika Hakkinen faturou o Mundial, a equipe buscou na juventude e no ímpeto de Sergio Pérez a combinação para triunfar mais uma vez na categoria, já que seguirá com a experiência e a tranquilidade de Jenson Button. Veloz e combativo, o mexicano chegou ao time prometendo brigar pelo título. Porem, os especialistas destacam que a pressão de guiar pela primeira vez por um time de ponta pode afetar seu desempenho.
Campeão de 2009, Jenson Button terá o jovem Sergio Pérez ao seu lado em 2013 (Foto: Agência Reuters)
- A equipe, obviamente, sabe o que está fazendo. Mas a minha escolha, aqui de fora, sem ter todas as informações que eles têm, não seria o Pérez. Escolheria alguém como o Nico Hulkenberg, por exemplo. Mas o Pérez já mostrou potencial, fez boas corridas na Sauber, e a McLaren parece ter um bom carro. Porém, não vejo o mexicano fazendo frente ao Button. Em uma ou outra corrida, até deve conseguir, mas o inglês provavelmente levará vantagem no campeonato – salienta Burti, que correu pelas equipes Jaguar e Prost na F-1.
Calçando 43, Hulkenberg passa aperto no cockpit da Sauber, sua nova equipe (Foto: Divulgação)
Outro que mudou de ares nesta temporada foi o francês Charles Pic. Ele trocou a Marussia, time pelo qual fez seu campeonato de estreia em 2012, pela Caterham, apimentando a “guerra das nanicas”. No entanto, se depender do desempenho do fraco carro da escuderia anglo-malaia, o piloto de 23 anos terá que contar com sorte para chegar à zona de pontuação, algo que o time jamais conseguiu em três temporadas na Fórmula 1.
Charles Pic trocou a Marussia pela Caterham (Foto: Getty Images)
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