Para a recuperação de lesões nos pés, tornozelos, joelhos e no quadril, especialista recomenda trabalho de hidroterapia aos atletas e pacientes
Ser atleta com este calor não é fácil. Que tal exercitar-se na água com
efeitos similares ou superiores aos dos treinamentos no solo? Qualquer
lesão ou cirurgia vai afetar a marcha, não importa o local (pé,
tornozelo, joelho ou quadril). Às vezes, ficamos muito tempo
imobilizados, no leito, em cadeira de rodas ou muletas, sem apoiar o pé
no chão e colocar carga no membro afetado. Após estes tipos de lesão,
dependendo da gravidade, ficamos totalmente inseguros, às vezes
esquecemos como andar, mancamos e não conseguimos transferir o peso para
a perna afetada.
Perdemos a coordenação da marcha. Começamos em “deep water”, um fosso no extremo da piscina com profundidade superior à altura do paciente, com auxilio de cinto pélvico ou tubo de água, exercitando os membros inferiores com movimentos alternados, ainda sem carga.
Depois, trabalhamos com caneleiras flutuantes, aumentando a resistência, dissociando movimentos de quadril e pernas, recuperando o mecanismo da marcha. Num estágio mais avançado, após permissão médica, começamos a dissociação de cinturas, alternância de membros superiores e inferiores, aumentando progressivamente o peso corporal (trabalhando progressivamente a profundidades cada vez menores) até chegar 50% do mesmo.
Vamos utilizar vários tipos de marcha, em diferentes direções, para
frente, para trás, de lado, em diagonal, em zigue-zague, etc.,
introduzindo paradas súbitas. Utilizamos ondas, turbulência, steps, jump
com o objetivo de fortalecimento da musculatura e estabilização.
São criadas atividades simulando situações reais, às vezes, mais difíceis devido à instabilidade do meio liquido, por outro lado facilitando movimentos mais ousados, já que a queda na água é macia, particularmente quando o paciente é adaptado ao meio líquido. Quando o paciente receia estar na água, fica mais temeroso e efetuamos inicialmente exercícios de adaptação mental à água e trabalhamos de uma maneira mais fácil e calma.
Respeitamos sempre as diferenças individuais, o nível de condicionamento físico e a adaptação ao meio líquido. Há atletas para os quais o meio liquido não é familiar, portanto não apreciam estar na água, preferem terra firme, mas vêm à piscina para usufruir os benefícios e a eficácia da fisioterapia aquática. O trabalho é individualizado, o tratamento é progressivo, as limitações são respeitadas, o progresso individual é levado em conta.
A hidroterapia permite trabalhar de maneira global ou segmentar, sempre funcional, além de trabalhar o núcleo corporal, ou seja, o fortalecimento da musculatura abdominal e para-vertebral. A respiração diafragmática está presente em todos os exercícios. O relaxamento no final da sessão é muito importante para eliminar tensões musculares ao nível do músculo trapézio, na região cervical, e tensões psicológicas causadas pela lesão.
O paciente fica muito ansioso por querer ficar logo bem, tornar-se independente, não depender de muletas, cadeira de rodas, acompanhantes, ficar livre da dor, voltar à vida normal. O atleta, que é particularmente ativo, tende a ser mais ansioso. Isto pode ser bom, pois ajuda na recuperação. Por outro lado, aplicando carga precocemente na área lesionada pode sobrecarregar a musculatura envolvida, causando algum tipo de tendinite, bursite, prejudicando a reabilitação.
*As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/eu-atleta/saude/noticia/2013/01/exercicio-na-agua-tem-efeito-similar-ao-do-treinamento-realizado-no-solo.html
Perdemos a coordenação da marcha. Começamos em “deep water”, um fosso no extremo da piscina com profundidade superior à altura do paciente, com auxilio de cinto pélvico ou tubo de água, exercitando os membros inferiores com movimentos alternados, ainda sem carga.
Depois, trabalhamos com caneleiras flutuantes, aumentando a resistência, dissociando movimentos de quadril e pernas, recuperando o mecanismo da marcha. Num estágio mais avançado, após permissão médica, começamos a dissociação de cinturas, alternância de membros superiores e inferiores, aumentando progressivamente o peso corporal (trabalhando progressivamente a profundidades cada vez menores) até chegar 50% do mesmo.
Exercício na água tem efeito similar ao do treinamento realizado no solo (Foto: Divulgação)
São criadas atividades simulando situações reais, às vezes, mais difíceis devido à instabilidade do meio liquido, por outro lado facilitando movimentos mais ousados, já que a queda na água é macia, particularmente quando o paciente é adaptado ao meio líquido. Quando o paciente receia estar na água, fica mais temeroso e efetuamos inicialmente exercícios de adaptação mental à água e trabalhamos de uma maneira mais fácil e calma.
Respeitamos sempre as diferenças individuais, o nível de condicionamento físico e a adaptação ao meio líquido. Há atletas para os quais o meio liquido não é familiar, portanto não apreciam estar na água, preferem terra firme, mas vêm à piscina para usufruir os benefícios e a eficácia da fisioterapia aquática. O trabalho é individualizado, o tratamento é progressivo, as limitações são respeitadas, o progresso individual é levado em conta.
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A hidroterapia é versátil, dinâmica e criativa: apresenta-se ao
paciente situações desafiantes para que ele crie estratégias para
resolvê-las. Às vezes, um simples exercício de dar um, dois, três passos
e parar é suficiente para desequilibrar o paciente dependendo da
profundidade, obrigando-o a desenvolver uma “estratégia cerebral” que
restabeleça o equilíbrio. Podemos acrescentar turbulência, mudanças do
posicionamento das pernas, etc. O paciente precisa contrair todo o corpo
para manter-se equilibrado.A hidroterapia permite trabalhar de maneira global ou segmentar, sempre funcional, além de trabalhar o núcleo corporal, ou seja, o fortalecimento da musculatura abdominal e para-vertebral. A respiração diafragmática está presente em todos os exercícios. O relaxamento no final da sessão é muito importante para eliminar tensões musculares ao nível do músculo trapézio, na região cervical, e tensões psicológicas causadas pela lesão.
O paciente fica muito ansioso por querer ficar logo bem, tornar-se independente, não depender de muletas, cadeira de rodas, acompanhantes, ficar livre da dor, voltar à vida normal. O atleta, que é particularmente ativo, tende a ser mais ansioso. Isto pode ser bom, pois ajuda na recuperação. Por outro lado, aplicando carga precocemente na área lesionada pode sobrecarregar a musculatura envolvida, causando algum tipo de tendinite, bursite, prejudicando a reabilitação.
*As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/eu-atleta/saude/noticia/2013/01/exercicio-na-agua-tem-efeito-similar-ao-do-treinamento-realizado-no-solo.html
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