Fabiana, Carol Albuquerque, Sassá e Ana Beatriz tentam recuperar o tempo perdido e dividem rotina de treinos da equipe com livros e trabalhos de casa
Apresentadas ao projeto educacional do clube, Fabiana, bicampeã olímpica com a seleção brasileira, Sassá, Carol Albuquerque e Ana Beatriz resolveram voltar no tempo e retomar os estudos. As jogadoras fazem uma espécie de supletivo para conseguir finalizar o ensino médio em até um ano e meio. Elas, que pararam de estudar em períodos diferentes, dividem a rotina de treinos e jogos com os livros e tentam recuperar o ritmo dentro das salas de aula.
Fabiana parou de estudar ainda adolescente. Naquela época, já confiava em um bom futuro dentro das quadras e, por isso, optou pelo vôlei. Agora, com a carreira consolidada, tenta vencer a falta de tempo para, enfim, finalizar os estudos.
Sassá, Ana Beatriz e Fabiana atentas na aula de matemática (Foto: Marcos Ribolli / GLOBOESPORTE.COM)
Incentivada pelas companheiras, Carol Albuquerque, campeã olímpica em Pequim 2008, também quis retomar os estudos. Em sua primeira semana nas aulas, a levantadora pediu material emprestado para o filho e “queimou” a cabeça para tentar entender as tais fórmulas de matemática.
Jogadoras saem do treino para as aulas de
matemática (Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
matemática (Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Dentro de sala, as jogadoras não recebem tratamento especial. O professor, no entanto, diz que nem seria preciso. Segundo Roberto de Oliveira, as atletas são tão empenhadas quanto as outras alunas.
- Elas são muito empenhadas, já têm alguma escolaridade e estão tentando recuperar o tempo perdido. Elas me respeitam bastante. A Sassá é muito empenhada, a Bia também. E a Fabiana está indo muito bem, é muito aplicada. O duro é quando ela vem aqui tirar dúvida, tenho de ficar olhando para cima – brincou o professor.
Apesar do moral com o mestre, Fabiana diz que o retorno à sala de aula não foi tão fácil.
- Ele está puxando o meu saco (risos). Quando eu cheguei, não entendia nada. Mas estou me empenhando para aprender – disse.
A presença das companheiras ilustres dentro da sala de aula anima também as outras alunas. A dona de casa Heuvanir Amorim disse que as jogadoras servem de inspiração dentro de sala.
- É surpreendente ver que elas também estão recomeçando. É um incentivo a mais, elas vão somar muito à aula – disse Heuvanir, que retomou os estudos há três anos.
No sistema do Sesi, as provas são todas feitas durante uma semana, após o período de um ano e meio de aulas. Mas, mesmo sem avaliações, um hábito tradicional dos tempos de escola não ficou para trás.
Alunos tentam recuperar o tempo perdido nas salas de aula ( Marcos Ribolli / GLOBOESPORTE.COM)
Mesmo com as viagens e jogos, as alunas podem recuperar o material através de vídeos das aulas diárias. Segundo o Sesi, até mesmo jogadoras de outros clubes já procuraram a diretoria para saber se é possível retomar os estudos mesmo sem jogar por lá. Renato Tavolari Neto, supervisor de vôlei da equipe, afirma que as portas estão abertas.
- A notícia corre. Nas redes sociais, nas conversas depois dos jogos, os atletas conversam sobre isso. Alguns atletas de outros clubes já disseram que querem estudar por aqui. E o Sesi está de portas abertas.
GLOBOESPORTE.COM)
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