quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Sina sonora: ‘Allez les bleus!’ embala nova derrota do Brasil para França


Música da derrota na final da Copa de 98 volta a ecoar no tênis. Tsonga, que também eliminou Bellucci, é o carrasco da vez em jogo com curiosidades

Por Cahê Mota Londres

Tsonga após ser carrasco do Brasil, Tênis (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)O tenista francês Tsonga é o carrasco da vez
(Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)

Uma trilha sonora irritante, repetitiva e com recordações trágicas. Quando Bruno Soares e Marcelo Melo entraram na modesta quadra 18 do All England Club, em Wimbledon, para enfrentarem Jo-Wilfried Tsonga e Michael Llodra, pelas quartas de final do torneio de duplas dos Jogos Olímpicos, o barulho das arquibancadas preocupava: “Allez les bleus! Allez les bleus!”. Ao som dessa frase, o Brasil deu adeus a três Copas do Mundo no futebol, e agora também “ouviu” o ponto final da participação no tênis em Londres 2012. Tsonga, algoz também de Thomaz Bellucci no simples, foi o carrasco da vez, em partida vencida por 2 a 0 (6/4 e 6/2) marcada por curiosidades.


Antes, porém, fiquemos restritos ao pesadelo azul da dupla brasileira, que não se encontrou em quadra e errou muito. Talvez por nervosismo, talvez assolada por lembranças francesas traumatizantes. Certamente não por cansaço. Isso porque essa seria a desculpa do Platini, Zidane ou Henry (são tantos os carrascos franceses) da vez. Tsonga chegou para o jogo pouco mais de uma hora após ser batido por Novak Djokovic na quadra central, e ainda assim deu show com saques fulminantes e deixadinhas precisas que levantaram a maioria francesa e, claro, ficaram soar o “Allez les Bleus! Allez les Bleus”.


Pelo menos desta vez os franceses pouparam a torcida brasileira do não menos traumatizante “Um, dois, três a zero!”, que virou moda depois da final da Copa de 98. A colher de chá, entretanto, não foi suficiente para aliviar a frustração do empresário paulista Márcio Delgado:
- É sempre a mesma coisa. Perdemos para eles de novo. Não aguento mais - disse com um sorriso no rosto que demonstrava resignação e frustração.




Torcedor francês vestido de galo, Tênis (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)Francês vestido de galo torce por Tsonga em
Wimbledon (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)

Já o “galo” francês Ben Maffe tirou onda. Vestido com uma fantasia do animal que é símbolo da seleção de futebol, o torcedor que mora em Estrasburgo brincou:


- Nos sentimos confortáveis contra o Brasil, né? Tenho 22 anos e lembro bem de tudo que Zidane fez, Henry... E agora ganhamos de novo (risos).


Nem só das provocações e da repetição de uma sina foi feita a vitória francesa, entretanto. Em pouco mais de uma hora de jogo, alguma situações curiosas foram presenciadas:


Quadra histórica
Apesar de modesta, a quadra 18 ostenta uma marca histórica: foi palco do jogo mais longo da história do tênis. Em 2010, pelo torneio de Wimbledon, o americano John Isner venceu Nicolas Mahut, da França, por 3 x 2, com parcial de 70 a 68 no tie-break em partida com duração de 11 horas e cinco minutos.


Atraso planejado e olho nas nuvens
A partida entre franceses e brasileiros estava marcada inicialmente para as 15h30m (horário local), mas começou com atraso proposital de duas horas por conta da derrota de Tsonga para Djokovic, em partida encerrada justamente no horário marcado previamente. A situação, porém, podia causar um inconveniente: apesar do sol ter marcado presença durante o jogo, nuvens carregadas se aproximaram da quadra 18 poucos minutos antes do saque inicial, o que adiaria a partida.


Jo-Wilfried “Bolt” Tsonga
Visivelmente cansado, Tsonga chamava a atenção no posicionamento no momento dos saques do companheiro Michael Llodra. Ele ficava agachado como se estivesse em uma posição de larga para corridas de velocidade do atletismo. No fim, quem “correu” bastante mesmo foi a bola, que chegava a mais de 200km/h em seus saques.


Estilo Neymar?
Uma das gandulas que trabalhou na partida chamou a atenção pelo estilo, com características semelhantes a Neymar. Por mais que o atacante da Seleção não use mais cabelo moicano, a inglesinha ostentava o corte com uma grande mecha descolorida, além de fazer uso de um óculos nos padrões do estilo do brasileiro.


Gandula no estilo Neymar, Tênis (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)Gandula com estilo Neymar chama a atenção em Wimbledon (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)

Em cima da ponte
Com poucos assentos, a quadra 18 do All England Club obrigou muitos torcedores a acompanharem a partida em uma das passarelas que ligam um dos muitos ambientes do complexo. A visão privilegiada foi utilizada até mesmo por fotógrafos em busca de um melhor ângulo.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/2012/08/sina-sonora-allez-les-bleus-embala-nova-derrota-do-brasil-para-franca.html

Nenhum comentário: