Eu comento esportes: Sem vergonha dos biquínis, chinesas festejam torcida 'mais aberta' em casa

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Sem vergonha dos biquínis, chinesas festejam torcida 'mais aberta' em casa

Próximas paradas do Circuito Mundial serão em Sanya, Xangai e Pequim. Após prata no Distrito Federal, Talita e Maria Elisa esperam 'vingança' na Ásia

Por Helena Rebello Rio de Janeiro

Acostumadas a verem os holofotes se dividirem entre Juliana/Larissa e Walsh/May, as chinesas Xue Chen e Zhang Xi abriram a temporada com dezenas de flashes retratando o título conquistado na etapa de Brasília do Circuito Mundial. Terceiras colocadas no ranking da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), as asiáticas correm por fora na briga pelo ouro em Londres. E, para manterem o moral elevado neste início de ano, contam com três competições seguidas em casa, diante de uma torcida cada vez mais “aberta”.

A chave principal da primeira das três etapas na China começa na manhã de quinta-feira, noite de quarta no Brasil. Em Sanya, Xue e Zhang Xi esperam encontrar maior receptividade. Na sede mais ao sul do país, a temperatura é mais alta, o público está mais habituado a prestigiar a modalidade e já se acostumou com a pouca roupa das atletas.

vôlei de praia Chen Xue Xhang Xi (Foto: Helena Rebello / Globoesporte.com)

Zhang Xi e Chen Xue bateram as duas principais duplas brasileiras em Brasília (Foto: Helena Rebello)

- Hoje em dia a China está muito mais aberta. As pessoas entendem que os biquínis são nosso uniforme porque trabalhamos na praia e também torcem por nós. Está ficando melhor, mas ainda é muito diferente de como é no Brasil. Mas vai ser bom jogar em casa - disse Xue, de 23 anos.

Zhang Xi e Chen Xue são unidas dentro e fora de
quadra (Foto: Helena Rebello / Globoesporte.com)

Donas de um bronze olímpico ganho nos Jogos de Pequim, as jovens chinesas agora sonham com um ouro na capital inglesa. O discurso, também limitado pelo pouco domínio do inglês, revela o desejo pelo lugar mais alto do pódio, mas ao mesmo tempo é bastante realista.

- Walsh e May e Juliana e Larissa têm muita experiência, enquanto nós somos uma dupla relativamente nova e ainda somos mais instáveis. Às vezes jogamos muito bem, mas outras não. Não temos uma regularidade como elas. Mas é bom porque temos menos pressão também.

Algozes das duas principais duplas brasileiras na abertura do Circuito, no Distrito Federal, as chinesas podem esperar duelos duros pela frente. Com o gosto amargo da prata em casa, Talita e Maria Elisa querem dar o troco nas adversárias na mesma moeda.

- Elas são mais altas do que nós e, para isso, precisamos que o saque entre sempre muito bem e que a nossa defesa funcione, o que não aconteceu em Brasília. Se nós tivéssemos ganhado, mal teríamos tempo para comemorar, então essa correria para viajar logo também foi boa para não termos tempo para chorar. Tomara que agora seja a nossa vez de vencer na casa delas. Por que não? – perguntou Talita, que viajou com Maria Elisa para a Ásia no domingo.