sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Delegada diz que Marcelinho Paraíba pode pegar pena de seis a 10 anos


Herta de França quebrou o silêncio e concedeu entrevista coletiva nesta sexta

Por Phelipe Caldas e Silas BatistaJoão Pessoa e Campina Grande

Marcelinho Paraíba sendo transferido para Penitenciária (Foto: Chico Martins / Futura Press / Ag. Estado)
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Na época, o jogador Marcelinho Paraíba chegou a ficar algumas horas preso em penitenciária de Campina
(Foto: Chico Martins / Futura Press / Ag. Estado)


delegada herta de frança em campina grande (Foto: Nicolau de Castro / Jornal da Paraíba)Delegada Herta de França diz que laudo comprova
'beijo lascivo' de Marcelinho contra a vítima
(Foto: Nicolau de Castro / Jornal da Paraíba)
A delegada Herta de França falou nesta sexta-feira em Campina Grande sobre o inquérito em que ela indicia o jogador de futebol Marcelinho Paraíba (do Sport Recife), acusando-o formalmente do crime de estupro. Ela diz que os laudos feitos constataram “lesão leve nos lábios" da advogada Rosália Zabatos de Abreu que indicam “beijo lascivo”, que é o dado sem permissão. Assim, o atleta foi indiciado pelo artigo 213 do Código Penal, que fala sobre o crime de estupro, e se condenado pode pegar pena de seis a 10 anos de prisão.
- O laudo da perícia traz elementos suficientes para indiciar o jogador – resume a delegada em entrevista coletiva realizada na Central de Polícia da cidade, a segunda mais importante da Paraíba.
Precisou o delegado regional de Campina Grande, Wagner Dorta, enviar uma diligência a residência da delegada convocando-a para comparecer à Central de Polícia. A entrevista coletiva aconteceu no local a mando de Dorta.Assim, a delegada quebra um silêncio que começou na última quarta-feira, quando o conteúdo do inquérito vazou para a imprensa já no final da noite. Durante toda a quinta-feira a delegada se isolou, não atendendo aos telefonemas e não comparecendo à Delegacia da Mulher (em que ela é titular). Ela, inclusive, não pretendia conversar com a imprensa.
No encontro com a imprensa, ela disse também que a peça processual foi enviada ao Ministério Público da Paraíba, ao qual cabe decidir se o caso será levado à justiça ou se será arquivado.
 O advogado de Marcelinho, Afonso Vilar, falou sobre o caso e disse que já esperava a decisão (assista ao vídeo ao lado).
Entenda o caso
Marcelinho Paraíba foi preso ao lado de mais três amigos: João Crivaldo da Silva, Leandro Silva e Wellington Porto da Silva. Além da acusação de estupro que pesa contra Marcelinho, os quatro ainda foram enquadrados na acusação de desacato à autoridade policial e resistência à prisão.
O grupo participava de uma festa em Campina Grande, terra natal do jogador, para comemorar a boa campanha de Marcelinho Paraíba na Série B de 2011. Ele marcou 12 gols pelo Sport e foi peça determinante para o acesso do clube à Série A.
Por volta das 4h30, Marcelinho teria tentado beijar a força a vítima. Ela é irmã do também delegado de Polícia Civil Rodrigo Pinheiro. Os advogados do jogador confirmam a tentativa de beijo, mas disseram que o atleta não passou disto.
Marcelinho Paraíba preso  (Foto: Futura Press)Marcelinho Paraíba ficou preso por 12 horas em
novembro de 2011 e agora é inidiciado por estupro
(Foto: Futura Press)
O irmão da vítima, no entanto, que foi quem chamou a polícia e formulou a acusação, diz que Marcelinho Paraíba passou para a agressão diante da recusa da mulher em beijá-lo. Ele teria puxado o cabelo dela e a mordido. O irmão, que também vai responder a processo sob a acusação de ter feito disparos dentro da casa do jogador, diz ainda que ele tentou estuprá-la.
Histórico
Esta não é a primeira vez que Marcelinho Paraíba se envolve em polêmicas. Em janeiro de 2010, inclusive, ele foi condenado a seis meses de prisão em regime aberto acusado de agredir um homem em uma casa de show de Campina Grande, em junho de 2004. Tal como agora, o atleta estava em sua cidade natal comemorando o final da temporada (na época ele jogava no futebol europeu, cujo calendário termina no meio do ano) e se envolveu na briga.
Dois anos antes, em 2002, a primeira confusão grave. Marcelinho foi detido aparentemente bêbado dirigindo em alta velocidade na Alemanha. Depois, já como atacante do Wolfsburg, também no país europeu, ele foi acusado de se envolver em uma briga numa boate de Berlim, em que teria quebrado uma garrafa de cerveja no rosto de um outro cliente.

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