sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Agora treinadora, Jackie abre 'portas' da praia para jogadoras de quadra

Membro da comissão técnica das seleções femininas de base, ex-jogadora planeja intercâmbio e defende filosofia de trabalho para vôlei de praia
Por SporTV.com Rio de Janeiro

No fim dos anos 80, Jacqueline Silva trocou o vôlei de quadra pelas praias, onde conquistou o ouro olímpico. Anunciada nesta quinta-feira como nova integrante da comissão técnica das seleções brasileiras femininas Sub-19 e Sub-21 de vôlei de praia, a ex-jogadora imagina que o trajeto pode ser repetido mais vezes antes das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. Por isso, fez questão de deixar as "portas" da praia abertas para quem quiser arriscar o desafio.

- Nossa expectativa é que jogadoras de quadra reforcem a praia. Não é convencer, mas abrir as portas da praia para as jogadoras de quadra. Não só as jogadoras, como os treinadores de clube. Tentar fazer um trabalho em conjunto. Os melhores jogadores de praia saíram da quadra. E anos atrás, logo que comecei a jogar, os atletas eram encontrados na praia brincando. Os treinadores passavam, viam os atletas jogando vôlei de praia e chamavam para a quadra. A gente tem que pensar que isso não pode estar separado, com ciúme ou nada disso. Uma coisa completa a outra. A gente tem a esperança de que isso seja claro e que todos possam desenvolver o trabalho junto - afirmou Jackie Silva ao "SporTV News".

Jacqueline não revela nomes, mas diz que já tem "reforços" em mente para o vôlei de praia.
Vôlei de praia jaqueline Jorge Barros Marco Antonio Albuquerque comissão técnica da base (Foto: Divulgação / CBV)Jacqueline é a nova integrante da comissão técnica
da base (Foto: Divulgação / CBV)

- Imagino jogadoras que já têm experiência, já fizeram muito até pelo país mesmo, representando a seleção brasileira e talvez queiram aceitar um desafio desse tipo. O que é importante é que esse trabalho está abrindo as portas para receber esses atletas, mostrando que vôlei de praia não é um bicho papão. É uma transição possível de fazer, principalmente para esses atletas que tem um lastro de experiência de decisões, de experiências olímpicas, de mundiais. É um atleta que já é formado, já é maduro. É o ideal nesse pouco período que temos até 2016. Não vou dar nomes porque não dá para comprometer ninguém. Mas se alguma dessas atletas tiver interesse de ao menos passar por essa experiência, nós estamos dispostos a oferecer o melhor de nosso trabalho.

A ex-jogadora comanda um núcleo de treinamento no Rio de Janeiro e espera levar essa experiência para essa nova função. Para ela, é importante um trabalho integrado entre centros de treinamentos de todo o Brasil, criando uma filosofia para o vôlei de praia no país.

- É uma rede que nós devemos criar e todo mundo seguir um mesmo plano. A gente vai tentar passar isso para desenvolver uma consciência de um jogador de voleibol de praia. Seguir uma linha, seguir um formato. Que amanhã ou depois, se não for eu nesse cargo, que outro que vier dê continuidade a esse trabalho. Mas o trabalho vai ser plantado agora. É a confederação dando suporte para fazer com que o trabalho do voleibol de praia seja bem desenvolvido de uma forma democrática, por todo o Brasil - destacou.

Como o trabalho ainda está iniciando, Jacqueline prefere não colocar muita pressão por resultados já em 2016.

- Eu acho que essa turma de Sub-19, Sub-21 tem 2016 muito perto, né? Mas tem 2020, 2024, tem que botar para frente. Porque isso é um trabalho contínuo. É difícil determinar se um jogador é capaz de, em tão pouco tempo, se adaptar e ter tanta experiência para jogar em nível olímpico, que é bem alto. Depende muito da qualidade do jogador, da consciência, requer bastante experiência de jogar, de jogar fora. Isso vai depender muito de quanto esse atleta está disponível.

FONTE:
http://sportv.globo.com/site/programas/sportv-news/noticia/2012/01/agora-treinadora-jackie-abre-portas-da-praia-para-jogadoras-de-quadra.html

Nenhum comentário: